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CATALUNHA
Greve Geral na Catalunha pela liberdade dos presos políticos
Redação

Após quatro jornadas de manifestações, nesta sexta sexta-feira ocorrerão novas manifestações no marco da convocatória de uma greve geral

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Apesar da brutal repressão politica da quarta-feira, na quinta-feira aconteceu a quarta jornada de protestos e manifestações contra a condenação dos líderes soberanistas catalães. Os estudantes se somam mediante uma greve em institutos e universidades.

Nesta sexta-feira é esperada uma nova jornada de manifestações no marco da convocatória de uma greve geral. Abaixo reproduzimos a declaração da Corriente Revolucionaria de Trabajadores (CRT), parte da Fração Trotskista - Quarta Internacional, na véspera da jornada de paralisação e mobilização. A Fração Trotskista é a organização internacional da qual o MRT faz parte no Brasil e o PTS na Argentina e que impulsiona a Rede Internacional de Jornais La Izquierda Diario.

Cataluña vem sendo cenário de massivas manifestações e protestos contra a falta condenação, que foi esquentando os motores rumo à greve geral do 18 O. A reação do Estado e do bloco monárquico, desta vez com o Partido Socialista (PSOE) no governo à frente, endureceu seu discurso e as medidas repressivas. A sentença é um golpe contra o direito de manifestação, reunião e liberdade de expressão. Algo que confirmava a transferência de quase 3000 policiais nacionais e guardas civis, os ataques policiais destes dias ou as ameaças de Marlaska contra o Tsunami Democràtic.

O governo catalão, por meio dos Mossos d’Esquadra (polícia catalã), tem estado à frente da repressão das manifestações. Somando-se à campanha de criminalização contra uma parte cada vez mais significativa do movimento catalão que taxam de “violentos”, tem justificado sua mãe dura, que já deixou quase 200 feridos, como uma necessidade para evitar que o Estado efetive suas ameaças contra o auto-governo.

Hoje mesmo o conselheiro do Interior veio à público defender as acusações e se somar à campanha de criminalização midiática em marcha. Por isso o grupo de “Buch demissão” passou a ser um canto popular das manifestações, e organizações como a CGT ou a CUP exigem a dissolução da BRIMO, os anti-distúrbios dos Mossos. Por parte da CRT fazemos nossas estas demandas. E adicionamos que por tudo isso é cada vez mais importante colocar de pé um movimento independente do Governo e dos partidos que o compõe, que nos feitos, decidiram se somar a esta nova engrenagem repressiva. Por isso dizemos: Contra a repressão! Buch demissão! BRIMO dissolução!

O bloco monárquico ameaça com mais repressão e Unidas Podemos não quer ficar de fora deste consenso reacionário

O PSOE decidiu se colocar na cabeça do bloco monárquico como esteve o ex-presidente Rajoy em 2017. Os direitistas Partido Popular (PP) e Ciudadanos (Cs) pedem por medidas mais contundentes, como a aplicação da Lei de Segurança Nacional ou um novo 155. O ultra-direitista Vox se soma ao coro com medidas ainda mais extremas. O bloco monárquico de 2017 reaparece com toda força, com o Rei e a justiça atrás, querendo impor um novo consenso reacionário que supõe um corte de direitos e liberdades histórico em todo o Estado.

A posição do Podemos neste cenário é escandalosa. Pablo Iglesias convocou na segunda-feira a acatar a condenação e após sua reunião com Sánchez declarou apoio crítico ao governo em função e à atuação dos Mossos, da Polícia Nacional e da Guarda Civil nestes dias.

Por parte da CRT denunciamos este salto na integração ao Regime da direção do Podemos, que assume nos atos ser a pata esquerda deste novo consenso reacionário que supõe a confirmação do marco. Ao mesmo tempo, lhes exigimos que rompam com esta política e, se se consideram minimamente democráticos, se coloquem à frente da convocação de mobilizações em todo o Estado em apoio à Catalunha. Todos os setores democráticos de Unidas Podemos, em especial os companheiros e companheiras de Anticapitalistas, deveriam se separar publicamente desta política, exigir que seja abandonada e que convoquem e sejam parte das concentrações de apoio que já estão sendo organizadas.

Que a batalha pela anistia reabra a luta por impor processos constituintes

O movimento democrático catalão volta a ser o principal instrumento contra o Regime de 78 e as tentativas de fechar sua crise por uma via reacionária. Nesta ocasião o faz com amplos setores, sobretudo na juventude, que atuam depois da experiência de 2017.

A direção do movimento soberanista está muito mais desprestigiada que naquele então, tanto pelo seu retorno ao “autonomismo” como por ter se somado à repressão. Também as consignas desmobilizantes ou “à calma” que possam fazer entidades afins ao governo catalão recebem contestações contrárias quando nas ações. Apesar das condenações à “violência” feitas pelo governo e o processismo, centenas de milhares seguem tomando as ruas.

Desenvolver a auto-organização e que a classe trabalhadora e a juventude passem ao centro desta batalha democrática são elementos fundamentais para conseguir impor as demandas democráticas que estão sendo defendidas nas ruas. Mas também para ligar esta luta à luta pela resolução dos grandes problemas sociais pendentes e para acabar com um Regime político que demonstrou não ter mais nada para oferecer além de ajustes, ataques à direitos e repressão.

Aprofundar a luta democrática atual na Catalunha e um grande movimento de solidariedade em todo o Estado é hoje o caminho para bloquear as tentativas de uma nova Transição e reabrir a batalha que se colocou a partir do 15M e do outono de 2017: acabar com a monarquia, conquistar o direito de decidir e impor processos constituintes livres e soberanos por meio de uma grande mobilização que varra os restos do regime herdeiro da Ditadura franquista.

Anistia! Basta de repressão! Buch demissão! Greve Geral na Catalunha e mobilizações em todo o Estado Espanhol! Lutemos por processos constituintes livres e soberanos!

Após quatro jornadas de manifestações, nesta sexta sexta-feira ocorrerão novas manifestações no marco da convocatória de uma greve geral

 
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