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Acaba greve estudantil na UFSC após 37 dias
Universidade à Esquerda

Republicamos aqui a notícia do portal Universidade à Esquerda, que relata a assembleia estudantil da UFSC que decidiu pela saída da greve que durou 37 dias contra os ataques de Bolsonaro e Weintraub à educação.

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Luiz Costa – Redação UàE – 17/10/2019

Os estudantes da graduação da UFSC decidiram encerrar a greve após 37 dias lutando. A decisão aconteceu após duas horas e meia de assembleia geral dos estudantes, nesta quinta-feira (17) à noite. A diferença foi apertada e a votação teve que ser realizada duas vezes. No segundo momento, contando os votos, constatou-se que a maioria dos presentes estavam contrário a continuação da greve. A proposta de manter a greve ganhou 240 votos; contra a continuidade da greve, 324 votos.

A assembleia aconteceu conforme deliberado pelos estudantes, na última assembleia, no dia 4 de outubro. Desde o último espaço, os cursos discutiram em suas assembleias de base se continuariam ou não em greve. Pelo que foi levantado, até o momento da assembleia geral, apenas treze cursos decidiram se manter em greve. No dia 10 de setembro, quando os estudantes da UFSC deflagraram greve, ao menos 72 cursos estavam em greve ou estado de greve.

Os estudantes da graduação da UFSC estavam em greve desde o dia 10 de setembro. A pós-graduação está em greve desde o dia 11 de setembro e deve avaliar a continuidade da greve em assembleia, na segunda-feira (21). A greve foi deflagrada visando reverter os cortes orçamentários infligidos às Instituições Federais de Ensino Superior e barrar o projeto Future-se, que submete completamente a produção de conhecimento aos interesses privados.

A plenária da assembleia desta quinta-feira (17) decidiu sortear os interessados em falar para evitar a concentração de fala por parte de poucas organizações políticas. As posições se dividiram entre aqueles que apontavam a necessidade de continuar a greve e aqueles favoráveis a encerrá-la.

Muitos dos estudantes que defenderam o fim da greve apontavam o esvaziamento que a greve enfrenta atualmente e a necessidade de acumular força para as próximas lutas.

“É mais fácil barrar um projeto antes ou depois dele ser aprovado?”, criticou um estudante ao ressaltar que ano que vem as condições serão ainda piores para lutar dentro e fora da universidade.

“Cadê a solidariedade de categoria?”, questionou Murilo, estudante de biologia, ao informar a morte de um trabalho terceirizado da limpeza na UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Em defesa da continuidade da greve, o estudante destacou a condição precária que os trabalhadores terceirizados das universidades estão enfrentando devido à massa de demissão por conta dos cortes nas universidades. Só nesse ano, 95 terceirizados foram demitidos na UFSC e 70, na UFRN. A massa de demissão infringe uma sobrecarga de trabalho aos que permanecem empregados.

Algumas falas em prol do fim da greve, ressaltaram que houve muitas vitórias em termos organizativos dos estudantes e que essa consciência poderia ser preservada para o futuro, se a greve fosse findada agora.

Outros estudantes que defenderam o fim greve, chegaram a falar que a greve não é o único instrumento de luta, que daria para continuar a mobilização sem continuar a greve.

Um estudante de geografia criticou a forma que as últimas assembleias gerais foram pautadas, debatendo apenas continuar ou não a greve, e não debatendo como continuar na greve, como aumentar a mobilização etc. Não adiantou, por exemplo, decidir continuar a greve na última assembleia se não houve uma perspectiva de mudança para a forma que o movimento grevista dos estudantes tem se organizado, alegou o estudante.

Rita Pereira, estudante de psicologia, criticou a direção que muitos partidos de esquerda estão apontando hoje: ao invés de apostar na luta pela base, através da construção de uma greve geral, preferem se direcionar para disputar as eleições de 2020. Grande parte dos partidos de oposição ao governo Bolsonaro estão se organizando no Fórum Sindical Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas desde fevereiro de 2019.

“Se esse projeto passar, uma parcela significante da população vai ficar sem acesso ao ensino superior de qualidade”, apontou uma estudante apontando para a necessidade de continuar a greve.

Demais encaminhamentos

Depois de aprovar o fim da greve, foi decidido construir um dia nacional de mobilização com as demais universidades brasileiras visando a continuidade da luta contra o Future-se e os cortes e em vistas de uma possível greve nacional da educação.

Foi encaminhado também a construção de um comitê de mobilização com todos os setores estudantis da UFSC. E ficou deliberado que o DCE convoque uma reunião ampliada com todos os cursos para pensar a continuidade da mobilização na universidade.

A convite de estudantes da UFRN a assembleia estudantil deliberou pela construção de um ato entre as universidades brasileiras em solidariedade ao terceirizado Aldo, que morreu em serviço, nesta quarta-feira (16), devido à sobrecarga de trabalho. Em Florianópolis, esse ato será realizado juntamente a UDESC em direção a FIESC.

Por consenso, decidiu-se por uma audiência pública com a reitoria da UFSC pautando a recontratação dos trabalhadores terceirizados demitidos neste ano; que todos as sessões do Conselho Universitário sejam abertas neste ano; e uma moção de apoio à revolta no Equador contra Lenín Moreno.

 
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