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NENHUMA FAMÍLIA NA RUA!
Trabalhadores terceirizados que Unicamp quer demitir relatam condições de trabalho deploráveis
Redação

Como parte de impulsionar uma grande campanha contra o plano da reitoria da Unicamp de demissão de 330 terceirizados Funcamp nós do Esquerda Diário divulgamos denúncia das condições absurdas do trabalho no bandejão. Envie sua denúncia para se organizar contra as demissões.

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A reitoria da Unicamp está com plano de demissão de 330 trabalhadores terceirizados com o fim da licitação da Funcamp, fundação da Unicamp responsável pelo trabalho terceirizado na universidade, segundo Dr. Miranda, superintendente da fundação, durante a CPI das Universidades, na Assembleia Legislativa (ALESP).

Divulgamos aqui denúncia anônima sobre a situação de mães que trabalham no serviço terceirizado contratadas pela FUNCAMP:

“Não pode ir em algumas apresentações na creche, na escola. Foi proibido os funcionários ir ver o filho na última festinha. As mães, por entrarem um pouco mais tarde e entrarem um pouco mais cedo, por causa do horário de deixar e pegar as crianças na escola pra poder pegar o ônibus, são tratadas de forma diferente. Eles veem como se fosse um benefício a mais, “pode” ter o benefício, mas toda hora é cobrada por isso. Tem caso de mãe que tem filho doente, que é “avisada” que se continuar apresentando atestado, eles iam dispensar. Isso sem contar as que tem lesão por movimento repetitivo, tem muita dor, e que mesmo assim trabalham carregando peso, mesmo com laudo médico que não entrega pra empresa com medo de receber aviso de dispensa.”

Além disso, também há denúncia da situação da precarização do próprio trabalho sobrecarregado:

“Tem a questão do maquinário. No RU [Restaurante Universitário], tem as máquinas que lavam as bandejas que não dão conta, estão sempre quebrando. Quando fica quebrada, fica em manutenção por 2 semanas, 15 dias, 20 dias. Sobrecarrega funcionário, não se coloca funcionário a mais pra fazer esse serviço, a pessoa acaba tendo dois serviços de ficar levando de uma copa pra outra, ou fazendo serviço manual. No RA [Restaurante Administrativo], tem um elevador quebrado há muito tempo faz mais de meses. Os funcionários estão levando as cubas manualmente de um andar pro outro. Quando a máquina não está quebrada e ela tá funcionando normalmente, é uma correria pra pegar bandeja. A máquina trabalha e ela não espera você pegar a bandeja, ela vai jogando e você tem que ser rápido o suficiente pra pegar a bandeja.”

E ainda denuncia a mentira sobre o número de funcionários:

“A empresa sempre tá falando que a gente tá trabalhando com 30, 40 funcionários a mais, mas na verdade tá sempre faltando funcionário. Todos os dias se pede funcionários pra hora-extra, em todos os horários, da manhã, do almoço e da janta. Tão sobrecarregando os funcionários. Não existem esses funcionários a mais. Pra onde tá indo esses funcionários a mais? Porque se tem a mais, não era pra tá fazendo hora-extra todos os dias. Então, na verdade acaba sobrecarregando trabalhador.”

A precarização do trabalho atinge também a saúde dos trabalhadores:

“Tem muitos funcionários com problemas físicos, fibromialgia, problema no joelho, inchaço nas pernas por ficar muito tempo em pé. Tem vários funcionários com problema de saúde e a partir do momento que você começa a entregar os atestados, os laudos médicos que atestam que não pode fazer movimento repetitivo ou carregar peso, você já é visto de forma diferente. Teve uma época que eles mandaram um monte de funcionário que tinham esse tipo de atestado embora. Fizeram “uma limpa”, mandou muita gente embora, porque não serviam mais pra empresa. Tem colega que não entrega laudo com medo de ser mandada embora.”

O horário de descanso foi diminuído:

“Devido a esse serviço sobrecarregado que a gente tem, a gente tinha um horário de descanso maior. Principalmente do ano passado pra esse, foi diminuído o horário de descanso. Horário que era de meia hora passou pra 20 minutos. À noite é somente 10 minutos o horário de descanso. Era duas vezes e agora é uma vez só. E é muito sobrecarregado.”

A terceirização é um dos meios para avançar sobre a privatização das universidades, transformando os serviços internos que sustentam a universidade em uma mercadoria para ser explorada por empresas. As consequências imediatas da terceirização é a precarização da própria universidade, junto à superexploração e precarização dos trabalhadores, que, além dos salários de fome, não recebem os mesmos direitos dos trabalhadores efetivos, dividindo-os e enfraquecendo, praticamente impossibilitando, sua organização política e sindical.

Na quinta, 10, foi formado um Comitê contra as demissões em reunião de 76 estudantes. O Diretório Central dos Estudantes (DCE), de gestão de correntes do PSOL e PCB, deve organizar já os estudantes para compor o comitê e se solidarizar ativamente para que nenhuma família vá parar na rua. Eles deveriam ser efetivados sem necessidade de concurso público!

Nós da Faísca, estamos organizando mesas, debates e atividades, além de fortalecer o Esquerda Diário com a denúncia das demissões desses trabalhadores. Queremos chamar as demais entidades da Unicamp como STU, ADunicamp além do próprio DCE, a se somar a nós nessa batalha para colocar na universidade uma grande campanha democrática em defesa dos 330 trabalhadores. Não podemos aceitar que nenhuma família vá para a rua.

E exigimos do reitor Knobel que se diz em defesa da universidade, que então mantenha os postos de trabalho com os mesmos salários e direitos!

 
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