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4º CONGRESSO DA CSP-CONLUTAS
Declarações do Movimento Nossa Classe no 4º Congresso da CSP Conlutas
Redação

O 4º Congresso da CSP-Conlutas ocorre na mesma semana em que o Senado aprovou a Reforma da Previdência e há dez meses do governo de extrema direita de Bolsonaro. Nesse momento é fundamental fazer um balanço sobre a política traidora das centrais sindicais como CUT, Força Sindical, UGT e da orientação adotada pela CSP-Conlutas desde o golpe institucional para orientar a vanguarda dos trabalhadores frente aos novos desafios. Apresentamos algumas propostas do Movimento Nossa Classe.

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Maíra Machado, professora da rede pública estadual de SP e diretora da Apeoesp do Nossa Classe: A CSP-Conlutas precisa de uma política de independência de classes para combater a Bolsonaro, os golpistas e os ataques. Também precisa enfrentar o autoritarismo do STF e da Lava Jato, e defender a liberdade de Lula, sem dar nenhum apoio ao PT!
“Estamos há dez meses sob o governo de extrema direita de Bolsonaro, um governo herdeiro do golpe institucional de 2016, que veio para que a burguesia nacional e o imperialismo norte americano, pudessem avançar nos ataques aos trabalhadores de forma ainda mais dura que os ataques feitos pelo PT em seus anos de governo de conciliação de classes, descarregando a crise capitalista nas costas da população. A Lava-Jato, o STF e o judiciário foram instrumentos essenciais do golpe e atuou para concretizar a prisão arbitrária de Lula, impedindo sua candidatura e retirando o direito da população de decidir em quem votar, isso tudo com a tutela dos militares e o auxílio da grande mídia, do agronegócio e das igrejas evangélicas reacionárias garantindo a eleição de Bolsonaro. Até agora, o STF atuou para preservar a figura de Moro, evitando o julgamento do mérito da condenação e colocando obstáculos inumeráveis ao julgamento de sua suspeição, quando é evidente que a ppprisão de Lula se tratou de uma perseguição política em prol da agenda de contrarreformas econômicas da Lava Jato. Não considerar o salto de qualidade que significou o golpe e o atual governo para os ataques contra as nossas vidas é escolher fechar os olhos para uma análise correta da realidade e, consequentemente, para tirarmos uma política e atuação corretas desse congresso. Nós viemos debatendo isso em todos os lugares, defendendo que a central faça um balanço de ter se recusado a adotar uma política de independência de classes ao levantar durante o golpe institucional as consignas de “Fora Todos”, “Eleições Gerais”, “Prisão de todos os corruptos”, não levando como pauta a imediata liberdade para Lula, contra o avanço do autoritarismo do judiciário e da Lava Jato, mas sem qualquer apoio político ao PT e à Lula. É preciso uma saída política que questione todo o projeto dos golpistas, sem apoiar nenhuma fração da burguesia, e se arme de um programa democrático-radical que levante a bandeira por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, em que não apenas mudemos os jogadores, mas sobretudo as regras do jogo. Parte das tarefas dessa Constituinte deve ser a imposição de eleição e revogabilidade a todos os juízes, que os julgamentos se deem por júri popular e imponha que todo político e juiz receba o mesmo salário que de trabalhador médio”.

Claudionor Brandão, diretor do SINTUSP e demitido político da USP, militante do Nossa Classe: A CSP-Colutas precisa superar sua adaptação à burocracia das grandes centrais, impulsionando a organização dos trabalhadores pela base e unificando as forças com a juventude!
“Moro e a Lava Jato estão debilitados depois da ‘Vaza Jato’, que escancarou toda a articulação do golpe no nosso país, o que o PSTU, a direção da CSP-Conlutas, e outroos grupos como MES, se negaram a reconhecer. O 4º Congresso da CSP- Conlutas ocorrem em um momento em que vários ataques já foram implementados como a reforma da previdência, as privatizações, os ataques à educação, a MP da Liberdade Econômica e Bolsonaro não para sua ofensiva que destrói a Amazônia e aprofunda a repressão que levaram ao bárbaro assassinato de Agatha no RJ. Só foi possível ao governo aprovar todas essas medidas praticamente sem resistência graças à traição das centrais sindicais como a CUT, Força Sindical, UGT e CTB, que junto a UNE atuaram para dividir os trabalhadores e a juventude. A CSP-Conlutas, inclusive com setores minoritarios da direção como Resistência, se adaptou às direções das centrais sindicais, deixando de denunciar as negociações do nosso futuro que as centrais vinham fazendo com Maia e o Centrão. Para poder avançar é necessário tirar lições desses erros e levantar uma política que exija das centrais sindicais um plano de lutas, denunciando sua política traidora e batalhando para impor a mais ampla frente única operária a partir da organização democrática nos locais de trabalho e unificar as forças com a juventude que vem se levantando contra Bolsonaro. Por isso não dá para ficar atrás do PT e PCdoB. Os setores à esquerda, como o PSOL, precisam romper com essa adaptação e adotar uma estratégia fincada na luta de classes, para dar vasão a luta da juventude em aliança com os trabalhadores, e não no parlamentarismo e eleitoralismo, fazendo alianças inclusive com partidos burgueses, para além do PT e PCdoB, nas eleições de 2020, e se negando a impulsionar um polo de independência de classe.”

Marcello Pablito, trabalhador do bandejão da USP e diretor do SINTUSP: É preciso enfrentar o imperialismo e lutar pelo não pagamento da dívida pública!
“Há 11 anos do início da crise econômica mundial, os trabalhadores de todo o mundo sentem os ataques que os capitalistas buscam descarregar em suas costas e o saque das riquezas em diversos países através de mecanismos como a Dívida Pública. No Brasil, Amazônia é alvo de disputas entre os países imperialistas, onde o que menos importa é o meio-ambiente, mas sim a sua sede de lucros. Ao mesmo tempo intensificam a exploração e dependência dos países da América do Sul com o acordo comercial UE-Mercosul e avançar em posições estratégicas mundialmente como vimos na Venezuela. Por tudo isso é fundamental que a CSP-Conlutas tenha um posicionamento categórico contra o avanço do imperialismo norte-americano sobre a Venezuela sem prestar qualquer apoio político a Maduro e seu governo e corrija a política de “Fora Maduro” que termina legitimando a política de Trump. Já é perceptível que o imperialismo e a burguesa não conseguem dar um novo fôlego para a economia mundial e vemos o efeito dessa crise se mostrar na verdadeira guerra comercial entre EUA e China. Ao mesmo tempo vemos ressurgir mesmo nos países imperialistas importantes processos políticos e ideológicos na juventude e na classe trabalhadora como a greve da GM nos EUA, as greves docentes nos EUA, o massivo movimento de mulheres mundial, assim como a sintomática identificação de parcelas massivas da juventude nos EUA com a ideia do socialismo. Na Argentina a derrota eleitoral de Macri mostrou um importante limite à direita apoiada por Trump em nosso continente e a Frente de Esquerda dos Trabalhadores-Unidad (FIT-U), encabeçada pelo PTS (organização irmã do MRT) e distintas organizações do trotskismo, chegou a importantes resultados nas prévias das eleições, consolidando-se como quarta força política no país, sem prescindir da independência de classe e levando um programa anticapitalista e socialista, sendo uma alternativa real à esquerda do kirchnerismo/peronismo. A CSP-Conlutas deveria difundir o importante exemplo da FIT-U e buscar se apoiar nessa conquista para armar a luta dos trabalhadores no conjunto da América Latina contra o imperialismo. Essa luta passa por levantar uma forte campanha pelo não pagamento da dívida pública e dizendo não ao acordo comercial UE-Mercosul”.

Rodrigo Tufão, diretor do sindicato dos metroviários de SP pelo Nossa Classe: Precisamos retirar os sindicatos das mãos da burocracia, retomá-los para as mãos dos trabalhadores para que lutem pelas demandas da população pobre, da juventude e de todos os setores oprimidos!
"Os sindicatos são ferramentas muito importantes de luta da classe trabalhadora, mas nas mãos da burocracia sindical transformam-se no seu contrário como se mostrou no dia 14J. Por isso, cada sindicato da CSP-Conlutas deve se preparar para fazer a diferença na luta de classes, sendo um exemplo de combate à burocracia sindical na sua política, mas também na sua organização. Para enfrentar Bolsonaro precisamos retirar os sindicatos das mãos da burocracia e retomá-los para as mãos dos trabalhadores. Para isso é fundamental superar o corporativismo que separa a luta econômica da luta política batalhando para que os sindicatos assumam em suas mãos as demandas de todos os setores oprimidos e sendo portavozes de todas as mazelas e sofrimentos da população como um verdadeiro tribuno do povo. Nos sindicatos dirigidos pela CSP-Conlutas é necessário lutar pela mais ampla democracia dos trabalhadores, dando voz aos trabalhadores e decidindo todos os passos de sua luta através de assembleias soberanas. Batalhamos pela proporcionalidade nas diretorias dos sindicatos para que todas as posições políticas possam se expressar, defendemos a rotatividade dos dirigentes sindicais liberados como forma de combater a burocratização dos dirigentes sindicais e em defesa dos sindicatos e seus lutadores frente a perseguição da patronal e do governo."

Grazieli Rodrigues, professora municipal de São Paulo e do Pão e Rosas: “Frente a Bolsonaro e Damares: nenhum passo atrás na luta pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito e pela vida das mulheres!"
"No primeiro trimestre do governo Bolsonaro o índice de feminicídio aumentou 76% se comparado com 2018, e não é por acaso, é reflexo da política machista e misógino do presidente e seu conhecido ódio contra as mulheres e os setores oprimidos. Não à toa Bolsonaro tem como ministra Damares Alves, defensora de valores reacionários, que defende abertamente à submissão da mulher ao homem e quis se meter inclusive na cor da roupa que devem usar os meninos e meninas. Eles, Bolsonaro, Janaina, Damares e todos os setores conservadores, estão em campanha permanente contra os direitos das mulheres e por isso nós temos que ser o setor que vai dizer que também estaremos em campanha permanente e sem nenhum passo atrás com os nossos métodos históricos de luta do movimento de mulheres, para arrancar nossas pautas e defender o direito ao nosso corpo. A luta pela legalização do aborto é parte disso e temos que reviver o espirito das mulheres argentinas e seus lenços verdes”.

Lívia Tonelli, professora em Campinas, militante do Nossa Classe e Pão e Rosas: “Precisamos nos coordenar as lutas nacionalmente para enfrentar os ataques à educação, exigindo das direções do movimento estudantil e de trabalhadores um verdadeiro plano unificado de lutas”
“Bolsonaro tem como objetivo atacar as condições de vida dos trabalhadores e sabotar o futuro da nossa juventude. Em meio a tantos ataques, não à toa, Bolsonaro tem a educação como alvo e os professores como inimigos. Os cortes nas universidades e nas bolsas de pesquisa, a escolha arbitrária de reitores, avanço das privatizações nas universidades públicas com o Future-se, a implementação da reforma do ensino médio, assim como a perseguição aos professores e a militarização das escolas são parte do plano de ferir o movimento estudantil e os professores que se levantam para enfrentar o governo. No estado de São Paulo, João Dória (PSDB) avança rapidamente com a reestruturação da rede de ensino em aliança com empresários, adequando a educação do estado alinhada à lógica de mercado. Doria começou o que deverá atingir todo ensino básico nacional. Temos que nos preparar em cada estado, coordenando nacionalmente, para enfrentar os ataques à educação, mas isso só acontece com exigência as direções do movimento estudantil e de trabalhadores de colocar de pé um plano de lutas de verdade, que se apoie na unidade da classe trabalhadora com a juventude para derrotar os ataques de conjunto”.

Francielton Bananeira, metroviário de SP do setor de manutenção e militante do Quilombo Vermelho: “Negras e negros devem estar à frente da luta contra Bolsonaro, os golpistas e os ataques! Justiça para Marielle e Ágatha!”
“Bolsonaro é um herdeiro do golpe que levou Temer ao poder e é uma ameaça à vida dos negros e de todos os setores oprimidos. Um símbolo do avanço dessa extrema direita foi o assassinato do mestre Moa do Katendê, o aumento das agressões, feminicídios e transfobia para descarregar a crise capitalista ainda mais sobre os setores oprimidos. A morte de Marielle é uma ferida aberta do golpe institucional e o avanço da repressão e da política de extermínio de Witzel estão promovendo um verdadeiro banho de sangue no RJ como se mostrou na trágica morte de Agatha Felix de 8 anos. Para combater o racismo que divide a nossa classe e está a serviço de aumentar os lucros dos capitalistas é necessário que a CSP Conlutas combata Bolsonaro, Witzel e o avanço do autoritarismo do judiciário de forma independente do PT, batalhando por uma investigação independente para garantir justiça a Marielle e Agatha! Basta de repressão e precarização! Pelo fim da polícia e tropas especiais! Liberdade imediata para preta Ferreira e todos os lutadores por moradia! Efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público! Iguais direitos e salários para negros e brancos! Abaixo o pacote "anticrime" assassino de Moro!"

Veja também: Tese do Movimento Nossa Classe para o 4o Congresso da CSP Conlutas

 
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