Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
A marcha incessante do Capitalismo não poupa ninguém, destrói a todos. Segundo uma matéria publicada hoje (2) no portal G1, dados apontam para a duplicação dos casos de doenças respiratórias em nove estados da Amazônia Legal, ocasionado pelas queimadas na região. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e os números são alarmantes: 30.546 hospitalizações foram registradas pelos SUS, entre os meses de janeiro e junho desse ano, dando uma média de aproximadamente 5 mil por mês, enquanto a esperada era a de 2,5 mil.
Dentro desse cenário absurdo, os mais vulneráveis, as crianças, são as principais vítimas: “Crianças são mais sensíveis a fatores externos, como a poluição. Seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e o aparelho respiratório, em formação. São mais suscetíveis a alergias” relatou Christovam Barcellos, um dos autores do estudo.
Posto isso, fica evidente a forma como os latifundiários, principais responsáveis pelas queimadas, enxergam a floresta e a população que nela vive: terreno “improdutivo” e aglomera de pessoas que não possuem nem mesmo o direito a respirar decentemente, respectivamente. Tal forma de encarar a vida, reificando-a, é produto da lógica mais intrínseca do capitalismo, a de guiar as suas ações pelo lucro, e está se mostrando, mais do que nunca, como insustentável e desumana, ultrapassando todos os limites.
Por dentro desse sistema que tem olhos somente para o capital, não há uma saída digna para a humanidade, nem para as demais formas de vida. Frente a isso, precisamos escancarar os nossos inimigos e explicitar que o agro não é top, mas, sim, assassino. Portanto, não é somente subjetivamente que o sistema nos afeta, ao transformar o dia em noite na capital de São Paulo por exemplo, mas, também, objetivamente, tornando doentes os corpos de crianças inocentes.
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