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GREVE PELO CLIMA
Mais de 5 mil manifestações ao redor do mundo durante Greve Global pelo Clima
Redação

Segundo os organizadores, mais de 150 países aderiram à Greve Mundial pelo clima. As primeiras manifestações se deram nas ilhas do pacífico Vanuatu, Salomão e Kiribati, regiões que estão ameaçadas de sumirem do mapa caso siga subindo o nível do mar. No Brasil, há chamados para mais de 50 cidades. Em São Paulo, a concentração será a partir das 16hrs no vão livre do Masp; no Rio de Janeiro em frente a Alerj a partir das 10 hrs; em Porto Alegre a partir das 15 hrs no Parque d Redenção; em Natal as 15 hrs na Praça Cívica e em Belo Horizonte às 17:30 na Igreja Nossa Senhora da Paz.

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Entre os dias 20 e 27 de Setembro ocorrerá em diversos países a #WeekForFuture - #SemanaPeloFuturo em português – onde estão programadas uma série de ações protagonizadas pela juventude ao redor do mundo.

O ponto de partida está sendo a #ClimateStrike - #GreveGlobalPeloClima – que já teve início nesta sexta feira com manifestações nas Ilhas do Pacífico, Austrália, Reino Unido e Quênia:

Já são mais de 5000 ações de protesto em todo o mundo contra a crise climática

Expressivas manifestações banharam as ruas em todos os cantos do mundo: Uganda, Munich, Tasmania e Kenia.

Também se mostravam fortes as manifestações em Gasglow, na Escócia:

A convocação promovida por movimentos como “sextas-feiras para o futuro”, “rebelião de extinção”, bem como centenas de organizações ambientais e ecologistas em diferentes países, exige que os governos declarem a emergência climática e medidas urgentes para frear a crise ambiental. No Brasil, dentre as reivindicações está a neutralização das emissões de carbono e demais gases de efeito estufa em até 80% até 2030 e em 100% até 2050; além de diversas medidas de criações de leis que garantam um manejo sustentável do meio ambiente.

A principal mobilização será na cidade de Nova Iorque, onde se espera que mais de 1 milhão de jovens tomem as ruas para protestar no marco de quem em 3 dias – 23 de Setembro – acontecerá na cidade a reunião da Cúpula para Ações Climáticas das Nações Unidas, que representa a tentativa destas potências globais de mostrar alguma iniciativa em relação ao eminente perigo de colapso ambiental. Escondem que esse colapso é fruto do próprio modo de produção capitalista que defendem, onde apenas os 10% mais ricos são responsáveis por metade da emissão de CO2. Uma clara demonstração que a degradação ambiental anda de mãos dadas com o modo de produção capitalista. Para uma reflexão mais profunda, recomendamos a leitura da declaração da Fração Trotskista – Quarta Internacional O Capitalismo destrói o planeta, destruamos o capitalismo [http://www.esquerdadiario.com.br/O-capitalismo-destroi-o-planeta-destruamos-o-capitalismo]

As mobilizações que começaram nesta sexta-feira vêm mostrando a iniciativa de unir milhões de jovens com trabalhadores e movimentos sociais. Um exemplo será visto na França, onde os “coletes amarelos” apoiaram a greve pelo clima. Nesse país, sem dúvida, uma das lições que a luta dos “coletes amarelos” deixou é que a “transição ecológica” não pode cair sobre os ombros da classe trabalhadora e dos setores populares.

Há também outros exemplos importantes de unidade entre o movimento ambiental e os setores de trabalhadores, como o estaleiro Harland e Wolff, na Irlanda, onde foi construído o Titanic, que foi declarado falido, mas seus trabalhadores tomaram as instalações e exigiram sua nacionalização e que o uso de energia limpa fosse implementado. Ou os apelos aos sindicatos e setores de trabalhadores para chamar a Greve do Clima, como está sendo feito em Portugal, Alemanha ou Estado Espanhol.

Esta juventude que hoje sai as ruas em defesa do planeta, precisa chegar à conclusão de que a única saída consequente contra a barbárie climática é a destruição do modo de produção capitalista. Neste caminho é necessário levantar um programa na perspectiva da reorganização da produção, de forma a acabar com a exploração e os modos predatórios de consumo. Só a classe trabalhadora, por sua localização estratégica na produção, pode cumprir este papel. Enquanto vivermos sob um sistema de produção onde o foco é o lucro, a vida sustentável nunca será uma prioridade. Precisamos lutar por uma reforma agrária radical, que atenda as necessidades das populações originárias e camponeses, que exproprie o conjunto das empresas imperialistas e do ramo agroalimentício e as coloque sob gestão dos trabalhadores e controle popular, além das indústrias energéticas e dos transportes que possam avançar para uma matriz energética sustentável, priorizando o desenvolvimento de transportes não poluentes, como as ferrovias, e pela primazia dos transportes públicos. No Brasil, esta batalha está indissociável da luta contra o governo Bolsonaro, que em poucos meses de governo conseguiu demonstrar que com uma política autoritária e entreguista – por um lado negando os dados das pesquisas do Inpe que demonstravam o avanço desenfreado do desmatamento da Amazônia, chegando ao ápice de demitir o diretor instituto; e a clara política de afrouxamento das fiscalizações em benefícios do agronegócio. Medidas que são parte de seu projeto de descarregar sobre os ombros trabalhadores o custo da crise capitalista e por isso não podemos separar os ataques ao meio ambiente aos ataques aos trabalhadores como a Reforma da Previdência, aprofundamento da Reforma Trabalhista ou o aumento da repressão policial que no mês de julho mostrou o alarmante número de 196 mortes pelas mãos da polícia.

É preciso um programa anticapitalista e anti-imperialista, com a força da juventude, exigindo às organizações de trabalhadores que mobilizem seus batalhões na perspectiva criar as condições para que a classe trabalhadora encampe esse programa e possa oferecer uma saída real para a crise ambiental.

 
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