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OS DELÍRIOS DO CHANCELER
Em discurso delirante nos EUA, Ernesto Araújo critica Brecht, Gramsci, Rosa, Foucault, Lacan, etc.
Redação

Em mais um discurso reacionário e fundado em teorias da conspiração, o ministro das relações exteriores Ernesto Araújo fez um discurso na Heritage Foundation, em Washington, criticando todos que não compactuam com sua visão cristã de extrema-direita.

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Se Ernesto Araújo não fosse ministro das relações exteriores do Brasil seria difícil acreditar que qualquer um pudesse levar a sério seus discursos, que parecem saídos de sites obscuros de teoria da conspiração da extrema-direita. Ontem, no dia em que os atentados às Torres Gêmeas em Nova Iorque completaram 18 anos, ele deu mais um desses “espetaculares” discursos em Washington, na Heritage Foundation, uma das principais Think Thanks do conservadorismo estadunidense.

Araújo partiu de colocar o ponto de virada do Brasil nas manifestações de 2013, tentando emplacar uma versão alternativa da história que coloca as gigantescas manifestações como um tipo de apelo a um governo de extrema-direita que viria cinco anos depois após um golpe institucional. Segundo sua versão delirante, os protestos de junho seriam um equivalente brasileiro ao “Boston Tea Party” nos EUA, uma revolta contra a dominação inglesa que serviu de inspiração para um setor de extrema-direita no partido republicano há poucos anos.

Para Araújo, as manifestações verde e amarelo em 2015 foram uma retomada desse processo, e o golpe e a tomada do poder por Bolsonaro acabaram com um “Estado gramsciniano” no país. Ele disse que Trump e Bolsonaro fazem parte “da mesma insurreição contra as mentiras (bullshit)”.

Em meio a suas “sofisticadas” teorias conspirativas, o ministro encontrou espaço para criticar todo tipo de figuras que de qualquer forma expressem diferenças com suas opiniões ultrarreacionárias, uma lista que incluiu Michel Foucault, Toni Negri, Antonio Gramsci, Bertolt Brecht, Rosa Luxemburgo, Jacques Lacan, Herbert Marcuse e György Lukács. Falou também sobre figuras históricas, como o Papa João Paulo II e Adolf Hitler, denunciando um “sistema” que associa a palavra “nação” ao ditador alemão. A alusão a Hitler foi feita em uma crítica a esse "sistema", já que, segundo o ministro, a nação é um dos poucos símbolos que restaram.

Como não poderia falar, também criticou o “globalismo” e o “marxismo cultural”, entre outros jargões de suas teorias delirantes que estão sempre presentes em suas falas. A "novidade" talvez fique por contra de suas acusações contra o "climatismo" (sic) que incitou a reação mundial contra os incêndios na Amazônia, mesmo que, segundo Araújo, eles estivessem "dentro da média" (a verdade, é claro, é um detalhe sem importância para o ministro).

Araújo definiu o socialismo do século XXI como "Gramsci encontra os cartéis de drogas", tomando como exemplo a Venezuela e afirmando que possui teóricos como Chantal Mouffe e Ernesto Laclau. Disse que a nova lógica da esquerda é o "marxismo, mas sem as pessoas".

Talvez para o público da Heritage Foundation, apoiadora de Trump, os delírios de Araújo possam ser uma explicação plausível para o Brasil. Para nós, são mais um sintoma da bizarra extrema-direita que assume o governo de diversos países frente à crise orgânica.

 
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