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TRIBUNA ABERTA
A dor cotidiana que não cruza o Rebouças
Fabyane Soares
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Rio 23/09, o Complexo de São Carlos há dois dias vem enfrentando operações policiais da Bope com a Polícia Militar (UPP). Foram dois dias de intensos tiroteios, mães chamadas para buscar seus filhos mais cedo nas creches, escolas fechadas, moradores impossibilitados de ir para empregos e escolas. A política de “inteligência do Estado do Rio e suas polícias” escolhe o horário das 6h para fazer operação, nada mais oportuno. De saldo 2 mortos e 2 suspeitos levados para as cadeias super lotadas, algumas trouxinhas que com certeza desbancaram a mega empresa do tráfico ...

Na Maré desde a retirada das Forças Nacionais os tiroteios tornaram-se ainda mais cotidianos, não há um dia sem troca de tiros intensa. As ditas operações policiais seguem matando e segregando nas favelas e os olhos voltam-se novamente para o cartão postal da Cidade Maravilhosa. Na noite do dia 23 no Caju uma operação policial foi responsável pela morte de mais uma criança, desta vez Vinicius de 11 anos. Moradores fecharam a linha vermelha em protesto a mais uma vida tomada, mas quem se importa ... Num momento de forte repressão a toda juventude, sobretudo negra e pobre em todos os locais e das formas mais articuladas do Estado, seguimos com mortes de crianças nas favelas. Mais uma mãe, menos uma vida! Mas essas vidas não valem o mesmo que o Iphone ou Smatphone em Ipanema!

Cada vez mais profundamente o Estado capitalista contando com o aparelho midiático escancara o apartheid social e genocídio do povo preto que estão na base da construção desta cidade higienista, racista e elitista. Com os episódios nas praias cariocas também fica a reflexão se essa juventude que não tem nada a perder, ao correr e zuar o final de semana na bolha sul, burlar os transportes também de alguma forma não esta resistindo, não esta reafirmando este espaço como seu, se negando a aceitar passivamente a violência diária que carregam e a cidade que cada vez mais os exclui. Cidade que se não exclui pela extinção na linha do ônibus, pela falta de acesso a direitos básicos, pela criminalização e pela prisão, pelos autos de resistência e desacato já deixou o recado que será pelas balas de fuzil. Que a juventude e as trabalhadoras e trabalhadores tomem as ruas para barrar todo e qualquer ataque a vida já tão precarizada, explorada e oprimida! Solidariedade à família de Vinicius e a cada morador destes territórios militarizados! Voltemos a ser milhares nas avenidas, praias, locais de estudo e trabalho contra toda política de extermínio da juventude preta e favela!

 
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