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SUBMISSÃO AO IMPERIALISMO
Pablito: "Repudiamos a entrega da base de Alcântara, um acordo de submissão de Bolsonaro aos EUA"
Redação

Marcelo Pablito, trabalhador do restaurante universitário da USP e dirigente do MRT, falou ao Esquerda Diário sobre a votação de urgência que Bolsonaro e o Congresso querem realizar sobre a vergonhosa entrega da base de Alcântara ao governo dos Estados Unidos.

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Sobre o acordo Brasil-EUA pela entrega de Alcântara, Pablito disse que "Desde 2000, quando o governo Fernando Henrique Cardoso assinou o acordo de entrega da base do Maranhão aos Estados Unidos, posteriormente rejeitado pelo Congresso Nacional, a base de Alcântara está na mira do imperialismo. O governo Bolsonaro deu o passo esperado pelo imperialismo ianque chefiado por Donald Trump, diante de cujo altar esse governo de extrema direita se ajoelha de forma humilhante sempre que pode, assinando o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que permite o uso comercial da base pelos Estados Unidos.

Repudiamos duramente esse acordo de submissão ao poderio tecnológico-espacial dos Estados Unidos, e uma violação flagrante de qualquer vestígio de soberania diante dessa potência global que utiliza suas bases ao redor do mundo para mover suas guerras contra distintos povos. Bolsonaro é um capacho de Washington. Em pleno território nacional, não se poderá adentrar na área de Alcântara sem prévia autorização do governo norte-americano, que já ameaça comunidades indígenas e quilombolas que moram nas cercanias. Chega a ser ridículo que tenha se retratado em suas redes sociais como "combatente contra a mentalidade colonialista" de potências como a França - que, sem dúvida alguma, como mostrou a crise da Amazônia, são exímias espoliadoras das riquezas e recursos naturais do mundo todo. Durante a mesma crise, o lambe-botas Bolsonaro chegou ao cúmulo de abrir uma licitação para que uma agência norte-americana pudesse monitorar a Amazônia no lugar do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). E agora quer fazer a entrega de urgência da base de Alcântara. Faz isso porque considera que quanto mais forte o imperialismo tiver suas garras na América Latina, mais fácil será a tarefa de implementar duros ajustes contra os trabalhadores. É um serviçal dócil das potências imperialistas que buscam recolonizar nosso subcontinente."

Sobre os votos favoráveis do PCdoB a esse acordo, Pablito disse "Que um capacho como Bolsonaro esteja sempre pronto para permitir que o imperialismo crave suas presas sobre nossos recursos, é compreensível. Mas, o que dizer do voto favorável do PCdoB, que se diz oposição, à entrega de Alcântara aos Estados Unidos? O PCdoB, que governa o Maranhão com Flávio Dino, votou a favor do texto-base, e foi acompanhado pelo PSB e PDT. Esse partido, que controla a burocracia sindical da CTB e que está na direção da União Nacional dos Estudantes (UNE), tem um longo histórico de traições à classe trabalhadora brasileira, e um longo prontuário de apoio às personalidades mais nefastas da política burguesa, como Rodrigo Maia (que participou de seu Congresso), principal articulador, com Bolsonaro e o STF, da reforma da previdência - reforma que seus governadores defenderam junto aos do PT. E agora o PCdoB está junto aos EUA, com suas "ressalvas", como se fosse possível uma maior presença norte-americana no Brasil sem toda a humilhante subordinação que isso implica. Essa política do PCdoB de colaboração com Bolsonaro é uma vergonha, não há nada de oposição nisso."

Pablito concluiu dizendo que "É necessário levantar uma política anti-imperialista e de independência de classe, repudiando esse acordo entre Bolsonaro e Trump, mas também rechaçando qualquer tipo de interferência dos Estados Unidos na América Latina, num momento em que - como deixou clara a fracassada ofensiva golpista de Trump na Venezuela - os EUA buscam reconquistar sua influência política diante da maior presença da China no subcontinente. Alcântara tem de estar a serviço da população e do desenvolvimento científico, que Bolsonaro tanto odeia. A emancipação do país diante da ingerência permanente do imperialismo é uma tarefa democrática fundamental, que precisa ser levada adiante pela classe trabalhadora organizada, hegemonizando com um programa anticapitalista os interesses mais profundos das camadas exploradas e oprimidas da população".

 
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