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DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA
G7: Amazônia como palco de exploração e disputa entre imperialistas e Bolsonaro
Redação

Nesta semana diversos líderes europeus se manifestaram pela urgência de pautar na reunião do G7 os incêndios que há dias vem devastando a Amazônia em prol do agronegócio. Num contexto de guerra comercial entre EUA-China e incertezas econômicas, os principais países imperialistas discutirão os incêndios, longe do interesse na preservação da natureza, mas sim em conduzir a crise ambiental da forma que melhor atenda seus interesses econômicos.

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Já há dias que terríveis incêndios devastam milhares de hectares de território de floresta amazônica do centro-oeste ao norte do país. Os eventos coincidem com o “dia do fogo”, chamado por fazendeiros para o dia 10 deste mês, e com a janela de oportunidades aberta para a exportação de soja brasileira em decorrência de tarifas aplicadas pela China à soja dos EUA, que coloca os ruralistas brasileiros em uma posição de vantagem podendo aumentar as exportações de soja.

Em meio a isso, líderes dos países imperialistas do G7 (os 7 países mais desenvolvidos do mundo) como Angela Merkel da Alemanha, Emmanuel Macron da França, Justin Trudeau do Canadá e o recém empossado primeiro-ministro britânico Boris Johnson fizeram declarações indicando que os incêndios amazônicos deveriam ser um assunto a ser tratado na reunião do G7, que acontecerá dia 25 em Biarritz, na França.

Não é só demagogia, é também muito cinismo e hipocrisia. Diversas empresas europeias, de países supostamente “ecológicos” como França, Alemanha e Noruega lucram negociando os espólios da Amazônia e com extração de recursos de países como o Brasil. São setores empresariais destes mesmos países os grandes financiadores do avanço do agronegócio, por meio de diversas empresas produtoras de máquinas e sementes para o cultivo nas regiões desmatadas, como Cargill, ADM, Dreyfuss, Bungee, BayerCropScience que adquiriu a Monsanto recentemente e a norueguesa Yara. Inclusive são elas as maiores produtoras e fornecedoras de agrotóxicos, que agora até mesmo os mais tóxicos são amplamente liberados por Bolsonaro.

A “consciência ambiental” dos líderes europeus encobre a disputa pelos rumos da destruição do meio ambiente, que também conta com responsabilidade de suas gigantes da química, mineração e petróleo. Buscam melhores posições no xadrez geopolítico no marco de uma intensificação das disputas interimperialistas por mercados, cuja maior expressão é a própria guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Se por um lado encontramos a hipocrisia dos imperialistas, do outro vemos o ainda mais hipócrita e cínico Bolsonaro, que respondeu ao Macron que sua ingerência no tema da Amazônia seria de uma “mentalidade colonial”. Não poderia ser uma declaração mais vazia vinda do capacho de Trump que no mesmo dia anuncia a privatização de 17 estatais.

Acabar com o desmatamento e lutar por uma organização racional da sociedade bem como de seu uso da natureza passa por acabar com a miséria que reserva Bolsonaro e as distintas alas do imperialismo no mundo. Passa pela necessidade dos trabalhadores, controlarem a economia a partir de suas necessidades, bem como do uso da tecnologia mais avançada para produzir e fornecer a toda a população, sem o destruir o meio ambiente. Afinal de contas, não existe um planeta B.

Leia também: Qual o interesse de Macron, Merkel e o G7 diante do fogo bolsonarista na Amazônia?

 
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