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MARANHÃO | REINTEGRAÇÃO EM CAJUEIRO
Flavio Dino do PCdoB reprimiu Cajueiro para favorecer chineses em sua rapina do Brasil
Rafael Barros

Flavio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, tem interesses bem claros por trás da repressão aos moradores de Cajueiro. A entrada cada vez maior do capital chinês no estado é parte central de seus projetos, e a área onde foram reintegrados os moradores terá uma obra da construtora CCCC, uma gigante Chinesa, ligada ao projeto de construção de um porto na região.

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Como noticiamos aqui no Esquerda Diário, Flavio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, reprimiu a população de Cajueiro, com uso da Policia Militar, invadindo a comunidade da zona rural de São Luís e desalojando mais de 28 famílias de suas moradias. Com tratores para iniciar a demolição na região e a PM despejando gás de pimenta na cara dos moradores, Flavio Dino tentou se esquivar de sua responsabilidade nesta reintegração, dizendo via Twitter que somente “cumpria o mandado judicial”, e não tivesse interesses próprios na retirada da população da comunidade de Cajueiro, usando dos métodos mais típicos da direita, com ajuda das forças policiais.

Ao mesmo tempo Dino colocou que a polícia não poderia se recusar a cumprir ordens judiciais, ele tentou justificar a ação em um outro post no Twitter, dizendo que a área em questão não era pública, mas sim privada, como se este fato diminuísse o tamanho da atrocidade cometida pelo governo do estado do Maranhão.

Uma reintegração ligada aos interesses de Flavio Dino com o capital chinês e seus investimentos no Maranhão

Uma das empresas que tem grande interesse na ação que desabrigou dezenas de famílias em Cajueiro é a portuária WPR São Luís Gestão de Portor e terminais Ltda, também intitulada de Tup Portos São Luís S.A. No entanto o próprio Flavio Dino declarou que a obra que será realizada no local onde foram desabrigadas as famílias de Cajueiro não pertence a esta empresa, nem a nenhuma estatal. A obra é privada, e de mando da gigante chinesa CCCC (China Comunications Construction Company, em inglês), e faz parte do plano de Flavio Dino, já em desenvolvimento a algum tempo, para avançar na penetração do capital chinês no estado do Maranhão, e aumentar ainda mais a dependência de seu estado ao país conhecido pelos níveis absurdos de super-exploração de seus trabalhadores, com jornadas de mais de 12 horas, e trabalhos ultra-precários.

Desde o ano passado, o governo se reúne com grupos empresariais chineses, sob a liderança de Yan Yuqing, cônsul-geral da China em Recife (PE). O grande projeto em mente que vem sendo gestado a meses é o do Porto São Luis, em parceria com a CCCC e outros grupos da potencia asiática.

A chave para entender essa questão está no fato de que o estado do Maranhão é fundamental para o escoamento da soja produzida no Centro-Oeste para exportação, e também tem uma produção agrícola crescente no próprio estado. A China entra na questão como a principal parceira econômica do Brasil, exatamente por suas altíssimas participações no agronegócio brasileiro e no consumo de produtos primários de nosso país, como a própria soja, assim como o ferro e a bauxita, fruto da mineração. Para a China a entrada de seus capitais nesse setor, e expecificamente no Maranhão, cumpre um papel estratégico para suas disputas de mercado na América do Sul, e está totalmente ligada com as crescentes disputas colocadas a partir da guerra comercial entre os EUA e os Chineses.

Flavio Dino, enquanto se pinta de um discurso de oposição ao governo Bolsonaro, já havia mostrado suas caras quando junto a outros governadores do PT e PCdoB no Nordeste, assinou uma carta em apoio à reforma da previdência, e ainda pedindo a inclusão de estados e municípios, para não ter que sujar suas mãos com esse duro ataque. Mas para além disso, tem um projeto para o estado atrelado totalmente ao avanço do capital estrangeiro no país, e no caso do seu estado, em avançar a dependência brasileira dos chineses e prender cada vez mais a economia aos interesses das potências mundiais, que vêem no Brasil um país com o eterno potencial para ser a grande “fazenda do mundo”, exportando produtos agrícolas, às custas de empregos ultra precários e de super exploração, como já acontece hoje no Brasil em diversos lugares, atendendo apenas as necessidades e interesses destas potencias internacionais.

Quando vemos as coligações do governo de Flavio Dino, também fica bem visível aos interesses de quem ele responde. Numa grande coligação com partidos da "oposição" ao governo Bolsonaro, com partidos burguêses como o PP, o Solidariedade, o PPS, PPL, AVANTE, e até o DEM, de Rodrigo Maia, não era de se esperar atuação diferente do governador do Maranhão. A lista da coligação do governo do estado junto com o PCdoB é: PT, PRB, PDT, PPS, DEM, PSB, PR, PP, PROS, PTB, PATRI, PTC, SOLIDARIEDADE, PPL e AVANTE.

Dino também deixou visível para todos o quão distante tanto ele quanto o PCdB estão das ideias do comunismo, quando declarou que apoia o projeto entreguista de Jair Bolsonaro, de dar de mão beijada a base de Alcântara para os imperialistas dos EUA, e fortalecer “parcerias” com os norte-americanos para uso de tecnologias de lançamento de mísseis. O governador do Maranhão mostra que não tem muita “seletividade” entre os lados na briga por espaços de mercado no Brasil, e que tem suas portas abertas tanto para o imperialismo Yankee, quanto para o capital das potencias internacionais como as construtoras chinesas.

Num cenário como o que temos colocado hoje a nível nacional, de um projeto de país ultra reacionário sendo tocado por Jair Bolsonaro, Maia, pelo STF, um plano gestado pelo golpe institucional de 2016, de ajustes e ataques aos trabalhadores, retirada de direitos, privatizações e abertura das portas para que avance ainda mais a submissão da economia brasileira às potencias imperialistas, fica claro o quanto o papel que essa “oposição” ao governo Bolsonaro cumpre, é nefasto e nos levará para um caminho de derrotas, e de aceitação aos diversos interesses das potencias imperialistas e também da China em suas disputas de mercado a nível internacional e suas batalhas por melhores localizações. Pelo menos no Maranhão, Flavio Dino deixa as portas abertas para os interesses de grandes capitalistas que não se importam se terão de passar por cima de dezenas de famílias, como fazem em Cajueiro, ou explorar trabalhadores com base em salários de miséria, e péssimas condições de vida, para conseguir crescer cada vez mais seus lucros.

 
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