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CORTES NA EDUCAÇÃO
Após cortes de Bolsonaro, situação das universidades gaúchas é desesperadora
Redação Rio Grande do Sul

Após 3 meses do início dos cortes de Bolsonaro na Educação, reitores das universidades e instituições federais do Rio Grande do Sul mostram que com o orçamento de 2019 previsto para ser repassado pelo Governo Federal após os cortes irá apenas conseguir custear o gasto com o funcionamento das entidades até setembro. Entre esses custeios estão os gastos com água e luz, pagamento de bolsas de alunos e pagamentos de salários.

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Já se passaram três meses desde que Bolsonaro e o Ministro da Educação Abraham Weintraub, anunciou o brutal corte de 30% anual nas universidades públicas do país, e aqui no Rio Grande do Sul as instituições federais já começam a sentir os efeitos dos cortes e os reitores já começam afirmar que em setembro já não tenham mais verba para custeio. Os cortes de 30% haviam sido usados pelo governo Bolsonaro como uma forma de chantagem para conseguir aprovar a Reforma da Previdência no Congresso, alegando que o dinheiro tirado nos cortes retornaria para as universidades caso a reforma fosse aprovada. Passada a aprovação da reforma na Câmara dos deputados, o que na verdade vimos foi que inclusive Bolsonaro usou parte dos recursos cortados da Educação para liberar emendas parlamentares para os deputados votarem a favor da reforma. Agora com a reforma aprovada na Câmara e os cortes concretizados, os reitores das instituições federais gaúchas mostram como a situação das universidades é calamitosa e desesperadora diante dos cortes.

Em entrevista realizada pela Zero Hora, os reitores afirmaram que em setembro não haveria verba destinada ao funcionamento das instituições. Não haverá dinheiro para manutenção de contratos com empresas terceirizadas, para o pagamento de bolsas estudantis e de contas básicas, como água e luz. Somente nas universidade gaúchas, o cortes chegam a ultrapassar os R$ 193 milhões. É extremamente brutal como esses ataques estão afetando as universidade públicas no RS.

O reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, afirmou que a universidade sofreu um corte de cerca de R$ 55,83 milhões. Seu orçamento inicial era de R$ 166,65 milhões e passou para R$ 116,65 milhões. Ainda mostra que a entidade tem uma enorme dívida com a CEEE e se o governo federal não liberar o restante da verba que havia afirmado em repassar para o custeio da luz, iam chegar em uma dívida com a CEEE que ameaçaria o funcionamento da luz nos campus.

O reitor da UFPel, Pedro Hallal, informou que duas semanas atrás a universidade ficou com o caixa zerado, e o respiro surgiu com o pagamento de uma parcela de R$ 3,9 milhões, ou seja, apenas 5% do orçamento de custeio. Hallal diz que até então foi já repassado pelo governo federal 58% dos 70% do orçamento de custeio da universidade, e após atingir o limite de 70%, a gestão não conseguiria pagar mais as contas. Em 2019, estava previsto para a UFPel um repasse no valor de R$ 74,23 milhões. Com corte, o valor ficou em R$ 51,96 milhões. Até agora a instituição recebeu R$ 42 milhões. Hallal afirma que os quase R$ 10 milhões restantes mantêm a universidade somente até o próximo mês.

Em outras universidades como a UFCSPA, os cortes em custeio foram de R$ 29,5 milhões para R$ 19,9 milhões. Na UFSM os cortes foram de R$ 130 milhões previstos antes para apenas R$ 92,4 milhões. Na FURG, foi previsto o orçamento de R$ 40,49 milhões e depois dos cortes está somente previsto 25,98 milhões.

A situação nas universidades é dramática para os estudantes, em especial os mais pobres e cotistas. Os reitores fazem críticas aos cortes de Bolsonaro, mas despejam a crise em quem mais precisa, já que as bolsas permanência são as primeiras a serem cortadas, e as inúmeras matrículas indeferidas estão em função dos cortes também. É uma demagogia dos reitores criticarem os cortes do governo, mas quando recebem eles despejam os cortes diretamente nos mais pobres, como os estudantes cotistas e os trabalhadores terceirizados. Por isso é necessário ser feita a abertura dos livros de conta para sabermos para onde está indo o dinheiro das verbas de fato.

Esses dados mostram o quão grande é esse ataque à educação, que além de afetar o funcionamento e manutenção das universidades gaúchas podem gerar ataques mais brutais como a demissão de terceirizados, fechamentos de turmas e indeferimentos de alunos. Como mostramos acima, e viemos denunciando no Esquerda Diário, os cortes na educação estão ligados à aprovação da reforma da previdência, tanto por ter sido usada como chantagem para a sua aprovação e também pelas suas verbas cortadas ter sido utilizada por Bolsonaro na compra de deputados. Por isso é necessário que a luta da juventude contra os cortes na Educação esteja ligada com a luta contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro que segue agora para a votação no Senado Federal. No ato de hoje, 13 de agosto, chamado pela UNE contra os cortes, a juventude precisa tomar em suas mãos essa luta e unificar as pautas junto com a classe trabalhadora para poderem barrar a Reforma da Previdência e os ataques à Educação. é necessário chacoalhar as escolas e universidades do país, superando os entraves colocados pela UNE que não está organizando esse dia pela base e não o coloca como parte de um plano de luta, e junto às centrais isola-o da luta contra a reforma, que estas mesmas centrais estão deixando passar sem resistência. A juventude pode e precisa ser uma voz a enfrentar Bolsonaro, seu autoritarismo e sua violência contra a educação e o direito à aposentadoria.

 
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