Os dados são do Observatório da Violência. O número, de uma mulher morta a cada quatro dias, é o menor dos últimos anos (!). No mesmo período, em 2018 foram 61 casos, 77 em 2017, 54 em 2016 e 59 em 2015. Percebe-se que, apesar do menor índice este ano, não existe uma constante diminuição gradual dos casos.
Chama a atenção que menos de um terço dos assassinatos sejam reconhecidos como o fim trágico de uma cadeia de opressão à qual as mulheres estão submetidas no capitalismo patriarcal. Destes 16 seguramente feminicídios, 15 foram cometidos por companheiros ou ex companheiros. Apesar de revoltante, a situação não é nenhuma novidade, já que muitas mulheres dependem financeiramente de casamentos e acabam se submetendo à perigosa companhia de homens que as agridem verbal e fisicamente. Essa situação não está em vias de se resolver sob os níveis altíssimos de desemprego que assolam a classe trabalhadora brasileira.
Para acabar com a opressão às mulheres, que se expressa de diferentes formas e tem sua brutalidade escancarada em cada feminicídio, não basta apenas uma reeducação dos homens ou mesmo as punições que derivam de casos extremos. É preciso levantar a bandeira de um plano de emergência contra a violência à mulher, que trate o machismo como um problema estrutural e serviente ao capitalismo para melhor explorar. Poderíamos caminhar para o fim dos feminicídios com um plano que estipule que toda mulher que esteja sob risco de agressão e dependa financeiramente de um agressor receba uma pensão do Estado para não ter vínculos de dependência que as mantenham o tempo todo sob risco de vida.
Sobre isso, recomendamos o texto de Marie Castañeda, estudante da UFRN e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas: Por que defendemos um plano de emergência para combater a violência às mulheres?
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