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BOLSONARO QUER LIBERAR FGTS PARA AUMENTAR POPULARIDADE
Bolsonaro negocia com construtoras liberação do FGTS para encobrir novos ataques
Redação

Bolsonaro decidiu liberar o FGTS para tentar ganhar mais apoio popular e seguir aprovando ataques contra nossos direitos como a reforma da previdência. Ele sentou para negociar a liberação com setores da construção civil.

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Em 2017 Temer decidiu liberar o saque do FGTS para tentar aquecer a economia. Agora, Bolsonaro anunciou que pretende fazer o mesmo; contudo, mais do que uma medida para tentar atenuar os efeitos de uma crise econômica que está longe de arrefecer, o que o governo visa é botar "panos quentes" na sua relação com os trabalhadores para poder continuar aprovando ataques estruturais contra nossos direitos.

Após a aprovação da reforma da previdência, a burguesia brasileira seguirá exigindo que o governo de Bolsonaro avance para continuar atacando, pois, ao contrário do que disseram em toda sua propaganda mentirosa para angariar apoio para a aprovação do fim de nossas aposentadorias, essa medida não irá encerrar a crise econômica que assola o país. E o interesse do governo e dos patrões é aprofundar ainda mais os ataques para que sejam os trabalhadores e o povo pobre que paguem pela crise, em nome de garantir o lucro de um punhado de parasitas que arrancam nosso couro e lucram milhões. Medidas como o ataque às universidades com o programa "Future-se", o fim da estabilidade de servidores, a reforma tributária são algumas das "balas na agulha" que governo e patrões reservam para nós no futuro próximo.

É nesse contexto que devemos entender a medida anunciada por Bolsonaro e Onyx de seguir o exemplo de Temer e liberar o saque do FGTS. Se é verdade que a medida pode aquecer a economia a curto prazo - algo entre 3 e 6 meses -, o objetivo estratégico do governo é aumentar sua popularidade para se preparar para a aprovação dessas novas medidas impopulares que destroem direitos fundamentais dos trabalhadores.

Contudo, o setor imobiliário não ficou feliz com a medida de Bolsonaro. Isso porque o fundo do FGTS é utilizado para financiar a construção e compra de imóveis no país. Por isso, Rubens Menin, proprietário da construtora MRV Engenharia, e Ricardo Valadares Gontijo, presidente-executivo da Direcional Engenharia, foram recebidos essa manhã no Palácio do Planalto. Onyx Lorenzoni também recebeu ligação de José Carlos Martins, presidente da CBIC, reclamando de que não haviam sido consultados a respeito da medida. Eles são contra a liberação do saque do FGTS, pois afirmam que a medida afetará o setor.

Segundo os empresários, em 2017, com a liberação de R$ 44 bilhões do FGTS e do PIS/Pasep por Temer, a construção foi atingida.

Martins, da CBIC, afirmou que havia se encontrado com Lorenzoni na terça-feira, 16, para discutir com o ministro o que fariam com os recursos do FGTS para gerar empregos após a aprovação da destruição de nossas aposentadorias, e afirmou que na ocasião nada foi mencionado a respeito da liberação dos saques. Ele disse ao ministro na conversa telefônica para marcar o encontro com o presidente que o fluxo de entradas e saídas anual do FGTS é da ordem de R$ 100 bilhões, e que os saques no valor de R$ 30 bilhões previsto previsto pelo governo comprometerá o financiamento da construção.

Os empresários ameaçaram com demissões caso a medida não seja revista: "É uma loucura promover uma redução de R$ 30 bilhões no saldo do FGTS para injetar dinheiro na economia e, na outra ponta, provocar a demissão de 500 mil funcionários do Minha Casa Minha Vida", afirmou Martins.

Representantes da burocracia sindical que participam do conselho curador do FGTS, os mesmos que traíram os trabalhadores ao boicotar a luta contra a reforma da previdência, se juntaram aos empresários no protesto contra a medida. Antônio Ramalho, da Força Sindical, ameaçou acionar o Ministério Público caso a liberação do saque seja autorizada sem passar pelo conselho.

Em decorrência da objeção dos empresários, Onyx anunciou o adiamento da medida para a próxima semana.

 
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