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POLÍTICA
Bolsonaro poupa os fardados da reforma da previdência enquanto os trabalhadores continuam sendo os que pagarão pela crise
Redação

Nessa terça (3), depois que centenas de policiais, vestidos de preto, marcharam em direção ao Congresso para cobrar um ataque mais “ameno” às suas aposentadorias e aos gritos de “acabou o amor, Bolsonaro é traidor”, Jair Bolsonaro (PSL) e muitos dos parlamentares de seu partido, que também são policiais, se colocaram rapidamente ao lado dos fardados, mesmo com toda a indisposição da equipe econômica capitaneada pelo ministro Paulo Guedes em aceitar a “desidratação”.

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Depois de dizer que até os policiais deveriam dar “sua cota de sacrifício”, imediatamente Bolsonaro entrou em contato com o relator da reforma da previdência na Câmara, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), para pressioná-lo a retirar os policiais das novas regras de aposentadoria. As forças da repressão saíram vitoriosas depois de serem retiradas das novas regras previdenciárias, e ainda receberam a garantia política do próprio governo que o ministro Paulo Guedes ficará quietinho sobre as alterações previstas das normas para os policiais. Na noite dessa terça, a pressão de Bolsonaro deu resultados, com deputados começando a formular uma nova regra de aposentadoria para os agentes policiais.

Quando se trata da reivindicação dos fardados, tanto dos policiais quanto das Forças Armadas, Bolsonaro baixa o tom e age rapidamente para defendê-los. O mesmo aconteceu com a proposta das mudanças previdenciárias para os militares em março desse ano. Ao invés de atacar os benefícios dessa categoria, o governo maquiou e no lugar implementou um plano de melhoria de carreira, que foi chamado de Sistema de Proteção Social das Forças Armadas, mantendo a integralidade da aposentadoria e aumentando apenas em 3% o aumento da contribuição das alíquotas previdenciárias e em 5 anos o período de transição para se aposentar. O projeto ainda recebeu críticas dos militares e Bolsonaro recuou em diversos pontos.

Enquanto isso, na mesma terça-feira (3), quando os policiais eram agraciados por Bolsonaro, na nova versão do relatório do deputado Samuel Moreira, na Comissão Especial da Câmara, as regras do cálculo que reduzem o valor das aposentadorias dos trabalhadores foram mantidas. De acordo com esses cálculos, um trabalhador deve trabalhar por 40 anos numa atividade formal (com carteira assinada) para receber a aposentadoria integral. Hoje em dia, o tempo para se aposentar sem desconto é de 30 anos completos numa atividade profissional formal.

Ou seja, quem continua pagando a conta da crise são os trabalhadores, ficando de fora do “sacrifício” os militares, policiais, juízes e capitalistas. Atores sociais que sustentam o governo Bolsonaro e seus ataques aos direitos históricos da classe trabalhadora e da população mais pobre. O PT e o PCdoB, a dita “oposição”, vem sendo coniventes com a aprovação da reforma. Os governadores do PT já até ofereceram a Davi Alcolumbre, presidente do Senado, o apoio à reforma da previdência em troca de receberem dinheiro da privatização do pré-sal.

Isso escancara como essa chamada “oposição” (PT, PCdoB e o PSB) não têm o objetivo de defender o futuro dos trabalhadores e da juventude, tal como se mostrou na "greve geral" do dia 14 de junho, em que as centrais sindicais como CUT e CTB, que são dirigidas por esses partidos, não construíram a paralisação nacional do dia 14 de junho como parte de um plano de luta para a derrotar a Reforma, enquanto UGT e Força Sindical boicotaram a paralisação.

O que os trabalhadores e a juventude precisam é se enfrentar de fato com Toffoli, Maia, Alcolumbre e o governo com seu projeto neoliberal e essa reforma que nos fará trabalhar até morrer, tomando nas mãos os rumos da mobilização, impondo aos sindicatos e centrais sindicais verdadeiros planos de luta e a construção do dia 12/07 pela base das assembleias de cada local de trabalho e estudo, batalhando pelo não pagamento da dívida pública, principal justificativa para a reforma, as privatizações e a entrega das nossas riquezas para os grandes empresários e imperialistas do mercado financeiro internacional.

 
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