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MORO E O IMPERIALISMO
Moro deixa de depor e se esconde nos EUA para pedir apoio aos aliados imperialistas
Redação

Intimado para depor, Sérgio Moro viaja aos EUA e sua agenda permanece um mistério. A assessoria alega "questões de segurança". Em meio aos vazamentos, Moro recorre à sua base mais dura e àqueles que servem aos interesses: o imperialismo norte-americano

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Intimado a depor na Câmara, o ministro Sérgio Moro adiou seu depoimento em razão de uma oportuna desculpa: desde sábado ele se encontra em viagem aos EUA. Fustigado pela divulgação das trocas de mensagens suas com o procurador Deltan Dallagnol, que escancaram a parcialidade e os objetivos políticos por detrás da Operação Lava Jato, que atuou como uma ferramenta política para articular o golpe institucional e promover a implementação da agenda de reformas neoliberais no país em benefício dos interesses imperialistas.

A viagem de Moro aconteceu na mesma semana que seu parceiro de mensagens, o procurador Deltan Dallagnol esteve também nos Estados Unidos. Dallagnol foi pedir apoio a uma fundação bancada pela atual ministra da educação de Trump, pela petroleira Exxon e pelos bilionários e reacionários irmãos Koch. Se não faltava reacionarismo nesta viagem de Dallangol ela foi a uma fundação que homenageia político britânico que tentou que seu país entrasse na Guerra Civil Americana, do lado do sul escravocrata. (Saiba mais clicando neste link).

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, desde a terça feira, dia 18, o jornal vem buscando informações junto a assessoria do ministro Moro sobre o roteiro de sua viagem. Inicialmente, a assessoria havia informado que estava esperando fechar o roteiro completo para passá-lo à imprensa; depois, que não tinha conhecimento da logística do ministro nos EUA e, por fim, alegou segurança. Em e-mail encaminhado após pedido da reportagem, o ministério alegou que Moro visitaria "agências encarregadas da aplicação da lei nos EUA" e que, por questões de segurança, os detalhes só seriam divulgados ao final de cada dia.

Não é impossível que Moro esteja encontrando membros do Departamento de Estado e Justiça dos EUA para recalcular a estratégia a ser seguida com os vazamentos de mensagens suas com a força tarefa da Lava Jato.

Em março, Moro havia visitado o FBI e feito uma passagem por baixo dos panos na CIA, em Washington. Sua relação com o Departamento de Estado, e o Departamento de Justiça (DoJ), dos EUA é notória e documentada. O que caberia perguntar é a razão da visita inusitada de Moro ao FMI, em abril, e a atual visita do ministro da Justiça à administração do Tesouro norte-americano. Que interesses o ex-juiz de Curitiba teria com os guardiões do neoliberalismo mundial? A pergunta fica mais clara quando se tem em mente o apoio de Moro à reforma da previdência e aos mais brutais ajustes neoliberais defendidos por Christine Lagarde e a nata da plutocracia de Wall Street.

Quem é Moro e a Lava Jato?

A subordinação da Operação Lava Jato aos interesses imperialistas sempre esteve nítida, conforme denunciamos em inúmeras oportunidades neste diário, desde o treinamento de Moro e demais procuradores da força tarefa. Em 2016, documento interno do governo americano foi vazado pelo Wikileaks e trouxeram a tona uma série de agentes judiciais brasileiros treinados pelos EUA, entre eles Sérgio Moro. Assim, as aspirações de Moro à justiça norte-americana e suas raízes profundamente racistas que se manifestam no pacote “Anti-crime” não é fruto do mero acaso, se não mostram a profunda admiração pelo judiciário norte americano como, por exemplo, a carta branca para que policiais possam sair impunes à assassinatos.

Conheça o estudo do Esquerda Diário sobre o que já está comprovado da ligação de Moro e da Lava Jato com o imperialismo americano

Os efeitos da Lava-jato não permaneceram somente neste campo, das ações arbitrárias do judiciário que avançaram pela prisão de Lula e da manipulação das eleições de 2018 para conduzir um candidato adequado aos interesses da burguesia. O efeito arrasador das investigações sob as emergentes empresas nacionais abriu um solo fértil para a exploração imperialista no país, atacando e desvalorizando empresas brasileiras. O caso da Petrobrás foi emblemático: enquanto atacou profundamente, atribuindo os problemas aos esquemas de corrupção ao fato da empresa ser estatal, uma completa falácia, também preparou o terreno para tornar a empresa e o Pré-Sal atrativos e lucrativos para as gigantes petroleiras estrangeiras como Shell e Exxon. Vale a pena ressaltar que, sob comando do golpista Michel Temer, grandes extensões do Pré-Sal, uma das principais reservas de petróleo do mundo, foi entregue de mãos beijadas à livre exploração dessas grandes petroleiras.

Diante dos escândalos dos vazamentos protagonizados pelo jornal The Intercept, Sérgio Moro vai aos EUA para buscar apoio dos quais ele representa no Governo Bolsonaro: Trump, as grandes petroleiras e construtoras. O mesmo fez Dallagnol, também envolvido nos escândalos dos vazamentos, foi aos EUA procurar sua base mais dura.

O combate à Lava-Jato passa por não apenas denunciar o caráter que cumpriu durante o golpe de 2016 e no processo eleitoral de 2018, mas consiste em identificar que não há um processo de degeneração da Lava-Jato, se não um objetivo claro desde seu início: avançar contra a classe trabalhadora, para fazer com seja ela que pague pela crise capitalista. Além disso, não é possível separar em nenhum só momento a aliança profunda entre o judiciário golpista e racista, bem como suas ferramentas como a Lava Jato, do imperialismo. Treinados nos EUA, Moro e Dallagnol representam são os fiéis escudeiros dos interesses norte-americanos para aumentar a espoliação do Brasil, aprofundando a situação de exploração e miséria dos brasileiros.

É necessário combater todo e qualquer privilégio desta casta de toga, com seus salários inchados e benefícios que nenhum outro trabalhador pode ter, para que possam atuar nas melhores condições contra os interesses da classe trabalhadora. Para isso, todos os juízes precisam ser eleitos, bem como ter mandatos revogáveis, exercendo a profissão ganhando o mesmo salário de um trabalhador comum. A corrupção não será combatida pelas mãos daqueles que representam os interesses de outra classe que não a dos trabalhadores: é necessário que os crimes de corrupção sejam julgados por júri popular. Somente um programa operário, anti-imperialista e anticapitalista pode dar afim à corrupção, degeneração inerente do capitalismo, e aos privilégios do judiciário.

Pode te interessar: É preciso acabar com os privilégios do autoritarismo judiciário do STF e da Lava Jato

 
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