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Vazamento entre Moro e MPF confirmam: Lava Jato atuou pelo golpe institucional
Redação

The Intercept Brasil revela trocas ilegais entre Moro e MPF confirmando colaboração entre juízes e promotores para a prisão de Lula e o papel da Lava Jato na consolidação do golpe institucional. A articulação explicita o caráter político da prisão de Lula, e coloca em evidência a sua necessária libertação.

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O jornal The Intercept Brasil revelou registros de troca de mensagens entre Sérgio Moro e o MPF que ilustram e confirmam: a Lava Jato atuou conscientemente em prol do golpe institucional. Se do ponto de vista político essa constatação não representa uma "novidade", é certo que as provas são reveladoras. Fica claro à arquitetura da prisão arbitrária de Lula, e como isso foi preparado à revelia da própria constituição burguesa.

A troca entre o juiz Sérgio Moro e os promotores de acusação do MPF, em especial Deltan Dallagnol, mostra frases desse primeiro sugerindo a alteração das fases da Lava Jato pra emparedar Lula, dando pistas aos procuradores do MPF. Moro cobra Dallagnol como se fosse seu superior.

As mensagens claramente arquitetam a condenação do Lula e mostram que juiz e acusador atuaram em cumplicidade, quando no sistema acusatório do processo penal, as figuras do acusador e do julgador não podem se misturar, pois cabe ao juiz analisar de maneira imparcial as alegações de acusação e defesa. Mas as conversas entre Moro e Dallagnol indicam que Moro se intrometeu no trabalho do Ministério Público – uma ação absolutamente proibida – e foi bem recebido, atuando informalmente como um auxiliar da acusação.

Olá Diante dos últimos . desdobramentos talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejada (sic)", escreveu Moro a Dallagnol em fevereiro 2016, referindo-se a fases da investigação.

Em agosto do mesmo ano, depois de decorrido o período de quase um mês sem novas operações da força-tarefa, o ex-magistrado perguntou: "Não é muito tempo sem operação?". A decisão, em tese, caberia aos investigadores, e não ao juiz do caso.

"É sim", respondeu Dallagnol, de acordo com o Intercept. A operação seguinte ocorreu três semanas depois do diálogo com o magistrado.

Além dessa, outras fases decisivas da operação também são arquitetadas nas mensagens entre ambos, como o vazamento criminoso da conversa entre Dilma e Lula.

Nesse Esquerda Diario denunciamos diversas vezes - ao contrário de setores da esquerda que pediam "Lava Jato até o final", como se a operação pudesse atacar a corrupção - que a operação Lava Jato era, sob o discurso de "combate à corrupção", uma verdadeira operação pró imperialista e de execução do golpe institucional, de forma a deixar o terreno aberto para o capital imperialista, por um lado, e sua expressão política em um governo que atacasse mais as massas pobres e trabalhadores do que o próprio PT já vinha fazendo.

Diana Assunção é dirigente nacional do MRT e fundadora do grupo de mulheres Pão e Rosas Brasil

Mais uma vez reafirmamos a fundamental oposição ao autoritarismo judiciário, à operação Lava Jato e ao pacote anti-crime de Sérgio Moro, todas expressões de um regime que caminha à direita e que terá os efeitos mais duros lançados justamente contra os movimentos de massas e a classe trabalhadora. A Lava-Jato sempre mostrou seus interesses, a serviço dos EUA, da privatização de estatais, da perseguição aos movimentos sociais e, em meio às eleições, ao próprio governo de Bolsonaro.

Maíra Machado é professora da rede pública de SP no ABC, dirigente nacional do MRT e diretora de oposição da APEOESP

Com sua aliança com os setores da direita mais tradicional do país e com as bancadas religiosas, o PT pavimentou o caminho ao golpe institucional, que só se concretizou até o final com a intervenção dessa operação - que teve à frente o ex-juiz e agora super ministro Sérgio Moro -, via pela qual se garantiu a prisão arbitrária de Lula e sua impossibilidade de candidatar-se a presidente, sequestrando milhões de votos e impedindo que fosse a população que decidisse em quem queria votar.

Exigimos a liberdade imediata de Lula sem prestar nenhum apoio político ao PT. É impossível batalhar contra os ajustes neoliberais do governo Bolsonaro - em primeiro lugar contra a reforma da previdência - sem a mais completa independência política diante da reacionária Lava Jato e do autoritarismo judiciário como um todo, pilar do golpe institucional e da agenda neoliberal.

 
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