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IMPUNIDADE RACISTA
Justiça militar liberta os assassinos dos 80 tiros em Evaldo
Redação
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O Estado brasileiro provou mais uma vez como está entranhado dentro dele o mais profundo racismo, como ele autoriza e aplaude o assassinato de negros. O bárbaro assassinato, com 80 tiros ocorrido no Rio de Janeiro em 7 de Abril deste ano, vai ficar impune. Os assassinos, 9 militares foram julgados pela mais alta corte de militares do país, o Superior Tribunal Militar. E sem nenhuma surpresa foram postos em liberdade

Gozando dos privilégios que a Constituição Pactuada de 1988 os garantiu, os militares assassinos do músico Evaldo dos Santos e o do catador de recicláveis Luciano Macedo, foram julgados por militares. O resultado já era conhecido de antemão. O bárbaro crime, com mais de 80 tiros, ocorrido em 7 de abril chocou o país. E seu desfecho na mão dos militares previsível.

De forma quase unânime, com 11 votos a 1, os ministros do Superior Tribunal Militar decidiram nesta quinta-feira, 23, libertar nove militares presos pelo assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, que estava em um veículo alvejado com mais de 80 tiros no Rio de Janeiro no dia 7 de abril.

O julgamento havia sido interrompido em 8 de maio por um pedido de vista e foi retomado na tarde desta quinta. O STM é composto por 15 ministros, mas 14 julgaram o caso. O presidente não votou.

Do total, 11 ministros votaram pela soltura dos militares. A ministra Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha foi o único voto contra a liberdade do grupo.

Ao sair da corte os juízes militares devem ter estampado um sorriso. Exerceram seu dever pátrio. Mantiveram a ordem e a tradição nacional. Impunidade aos seus, assassinato e repressão aos negros, aos pobres aos trabalhadores. Fizeram também o que governantes tinham sugerido que fizessem.

Como escrevemos em 9 de abril Moro, Bolsonaro e Witzel são responsáveis pelos 80 tiros com seu incentivo ao massacre racista do Estado. Moro formulou um “projeto anti-crime” que garante o “excludente” de ilicitude dos militares e policiais, dando uma autorização para matar. Uma autorização que Witzel, governador do RJ, já vinha dando desde a campanha eleitoral e que ultimamente tem feito in loco, embarcando em viagens de helicóptero que tem como missão atirar em moradores abaixo. Bolsonaro por sua vez, tem extensa carreira de condecorar milicianos, prezar e louvar torturadores e assassinos.

Nas mãos de cada um deles está o sangue de Evaldo e de Luciano, e de milhares de outros negros mortos pelo Estado brasileiro a cada ano. Está nas mãos deles e de outros políticos burgueses a impunidade das forças assassinas.

Querem intimidar os trabalhadores com a repressão cotidiana nos morros, favelas e subúrbios. Quiseram calar a esquerda a esquerda assassinando Marielle, mas não conseguiram nem conseguirão. Erguemos mais alto nosso grito por justiça, para que todo assassinato cometido por policiais e militares seja julgado por júri popular, para exigir do Estado livre acesso a todos autos e toda documentação para investigações indepednetes para impedir a impunidade, como se vê no caso Marielle ainda não resolvido mais de um ano depois. Renovamos nosso chamado aos centros acadêmicos, sindicatos e organizações democráticas para impulsionar uma campanha por justiça por Marielle e para impor o julgamento civil e por júri popular de todos crimes cometidos pelo Estado.

 
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