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VIOLÊNCIA POLICIAL
“Quando a polícia dele vai parar de matar trabalhadores e pai de família?” - diz mãe de professor de jiu-jitsu assassinado no Alemão

"Tem que perguntar pro governador quando a polícia dele vai parar de matar, trabalhador e pai de família”, foi isso que Sandra Mara, mãe de Jean Rodrigo Aldrovande, disse emocionada e com muito ódio do governador Wilson Witzel, sobre o assassinato de seu filho com um tiro de fuzil na cabeça, na porta do projeto social que ele dava aula de jiu-jitsu no Complexo do Alemão

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Dona Sandra Mara foi mais uma mãe que enterrou seu filho vítima da política genocida e racista de Witzel e, inconformada com esse assassinato covarde, deu um recado bem claro ao governador que sua política de extermínio de negros “trabalhadores e pais de família” tem que acabar. Recentemente denunciamos desde o Esquerda Diário o elevado número de assassinatos pela forças policias cariocas no primeiro semestre desse ano em relação a anos anteriores, o número alarmante chega a 434 assassinatos quase 5 pessoas assassinados por dia.

Jean Rodrigo, também conhecido na comunidade com Rodrigo Samurai, faixa marrom de jiu-jitsu, tinha competições marcadas e iria disputar o campeonato brasileiro no próximo dia 25, além de recentemente ficou em 3º lugar no campeonato da Federação de Jiu-Jitsu Deportivo do Rio na categoria máster 2 (de 36 a 40 anos). Jean era tido como uma referência aos jovens, crianças e aos trabalhadores da comunidade, a tarde dava aula no projeto social Maneco Team para 90 alunos moradores do Complexo do Alemão, de manhã ajudava o pai, Seu Carlos Alberto Androvande, num depósito de gás na Ilha do Governador onde ele trabalhava. Seu pai assim que soube da morte do filho, inconformado com o ódio da polícia lembrou que seu filho ajudaria mais uma vez no trabalho: “Pai amanhã de manhã to aí, pode ficar tranquilo, porque você já tá com a idade avançada pra ficar carregando gás”, foram as últimas palavras que trocaram ao telefone.

Assim que souberam que a policia havia matado seu filho e deixado um de seus alunos ferido com um tiro de fuzil na perna na última quarta-feira (14), tornaram público o contra-cheque do Jean para deixar claro que dessa vez a polícia não estava “supostamente” se confundindo, a polícia assassina e racista de Witzel matou mais um trabalhador, negro e pai de família. Dona Sandra Mara depois de culpar Witzel e a polícia militar pela morte de Jean perguntou de novo ao governador, “meu filho era pai de 4 filhos, quem vai cuidar dos filhos dele?”

A culpa é do Estado e do toda covardia e brutalidade das polícias militar contra os negros é, sem sombra de dúvida, parte fundamental da política assassina e racista do governador Wilson Witzel que recentemente apareceu junto a policiais da Core, da Polícia Civil, num helicóptero atirando a esmo numa tenda onde trabalhadores oravam.

Foram inúmeras as demonstrações que o governador o Rio de Janeiro quer acabar com as vidas dos negros nas favelas, desde a chacina da favela do Falet e seus snipers em Manguinho, aos 200 tiros contra a família do músico Evaldo Rosa em Guadalupe chegando ao absurdo de pedir a cassação do mandato da deputada negra do Psol, Renata Souza, alegando quebra de decoro parlamentar por ela ter denunciado o governador a ONU e a OEA pela absurda operação policial no helicóptero.

Mas Witzel logo após o assassinato e vendo a força que estudantes e trabalhadores que unificavam as lutas contra a reforma da previdência e os cortes na educação por todos país, chegando a um milhão nas ruas ontem no 15M, teve que recuar com seu discurso racista e genocida. Por meio de sua conta no twiter lamentou a morte do professor Jean Rodrigo, mesmo deixando claro que é pra “mirar e atirar na cabeça”, tragicamente o que aconteceu com o professor Jean. Por trás dessa falsa comoção Witzel se esconde o impacto da força da juventude e dos trabalhadores que fez o governador pela primeira vez após mais uma assassinato da polícia lamentar o acontecido ao invés de exaltá-lo.

O genocídio do povo negro não vai parar por aí, Witzel por mais que lamente a morte de Jean não deixa de ser responsável por ela e por tantas outras, e continuar travando uma guerra contra a vida de negros trabalhadores. A forma de se enfrentar com essa política racista e de extermínio do governador que encontra defensores como Bolsonaro e Rodrigo Amorim só pode ser barrada nas ruas, na luta contra os cortes e a reforma, unificando a luta dos negros, dos estudantes e trabalhadores numa só.

Nós do Esquerda diário, Quilombo Vermelho e da Juventude Faísca nos solidarizamos com os familiares de Jean, sobretudo seus filhos, mãe e pai, alunos e moradores do Complexo do Alemão que enxergavam em Jean uma inspiração para viver e lutar cotidianamente contra esse sistema de exploração.

 
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