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Contra a chantagem de Bolsonaro: Defender a educação junto ao combate à Reforma da Previdência
Redação
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O anúncio do governo Bolsonaro de corte de 30% no orçamento das universidades, assim como todas as ofensas e ameaças desferidas contra o conjunto da educação e produção científica nacional, estão sendo respondidos no dia de hoje nas ruas por centenas de milhares de professores, estudantes, educadores e trabalhadores de diversas categorias.

Direto dos Estados Unidos, as declarações de Bolsonaro não escondem seu ódio pelo impacto do recado dado por essas centenas de milhares de trabalhadores e jovens que saíram às ruas neste dia quinze nas principais capitais e diversas cidades de todo o país. Ao longo das últimas semanas o governo buscou fazer a população acreditar numa grande mentira e impor, assim, uma chantagem. Bolsonaro e Weintraub, com seu pronunciamento e chocolates propositalmente mal contabilizados, buscaram dizer à população que o ensino superior é um luxo dispensável (como chocolatinhos), mas que mesmo assim só está cortando deste “luxo” porque não está conseguindo cortar da Previdência. Pois bem, aí estão a mentira e a chantagem.

O ensino superior no Brasil, assim como o investimento público para a produção científica são essenciais. De fato ainda é preciso que as universidades e toda a sua rica produção de conhecimento deixe de ser propriedade de uma pequena elite e passe atender as necessidades dos trabalhadores e da maioria da população, ao invés da habitual serventia aos lucros das grandes empresas nacionais e internacionais. Mas foi o próprio funcionário de Bolsonaro no MEC quem disse que o ensino superior deve ser da elite… Sabemos que questões fundamentais e de interesse social podem ser melhor resolvidas com o produto das pesquisas e desenvolvimento vindos das universidades. Os enormes destaques de caos social, como Brumadinho em Minas Gerais, os deslizamentos de prédios e casas na cidade do Rio, as secas na região norte, o incêndio no edifício Paissandu e o problema da moradia, a solução para doenças, a tecnologia etc. Cada uma destas demandas podem ser mais possíveis com as universidades funcionando sem quaisquer restrições e se elas forem além dos limites impostos hoje pelo produtivismo capitalista e a estrutura de poder antidemocrática herdeira de oligarquias antipopulares ou da Ditadura Militar.

A chantagem está ligada à mentira, e se expressa mais hipocritamente por setores de um amplo espectro político. Do hábil articulador dos últimos ataques profundos junto a Temer, Rodrigo Maia, também outras figuras do fisiologismo, passando por Tábata Amaral e chegando aos governadores do PT, há uma insistência em comum em desvincular os cortes na educação da Reforma da Previdência. Maia foi o maior responsável pelos ataques recentes à educação, a PEC do teto de gastos e a Reforma do Ensino médio, que afetou muito esse setor. Tábata defende que para ajustar as contas é preciso atacar o trabalhadores, que ela chama de privilegiados. Na dita oposição parlamentar também o PSB, que tem o presidente da Federação Nacional dos Prefeitos, Jonas Donizette, um representante da Reforma da Previdência que buscou negociar junto ao Bolsonaro e Paulo Guedes o ataque via municípios, defende a retirada dos professores da Reforma para que depois possa fazer demagogia, mas na realidade está buscando dividir os trabalhadores.

O PT também trabalha para a estratégia de Bolsonaro, com uma divisão de tarefas entre seus governadores que são defensores abertos da Reforma da Previdência e, junto aos seus deputados, buscam negociar no Congresso, fazendo uma propaganda vermelha para atingir o governo, enquanto na prática acenam aos capitalistas que aceitam esse grande ataque. O mesmo é feito pelos representantes sindicais da CUT, que falam contra a Reforma da Previdência da boca para fora para os trabalhadores. Também o PCdoB e seus representantes seguem essa divisão, com o agravante de apoiarem abertamente Maia para a presidência da Câmara. A própria política que buscaram impor neste dia 15 e a separação da “greve geral” do dia 14 de junho, para um mês depois, deixa claro que se depender destas direções burocráticas os trabalhadores não terão uma resposta contundente contra nenhum dos dois grandes ataques. Mesmo o PSOL, que aumentou seus representantes no Congresso e possui um canal de diálogo forte em cidades como o Rio com Freixo, além de espaço e simpatia em dezenas de universidades, termina corroborando para essa estratégia divisionista ao não se posicionar pela unificação das batalhas e nem cobrar dos demais partidos e direções sindicais isso.

Mas a enorme energia demonstrada pelos mais de 1 milhão de trabalhadores e jovens neste dia mostra que há um caminho possível para derrotar o governo Bolsonaro e seus ataques. A luta que tomou as ruas hoje deve avançar para a organização em cada local de trabalho e estudo, com a manutenção da mobilização através da articulação de comandos de greve. Assim as condições necessárias para que o dia 14 expresse uma forte greve geral que pare o país e faça o governo se curvar, diante dos trabalhadores e jovens que rechaçam totalmente a Reforma da Previdência, não aceitam nenhum ataque à educação ou qualquer outro serviço público e nem que nossas vidas sejam negociadas em nome do pagamento da ilegal, ilegítima e fraudulenta dívida pública.

 
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