Até o momento dessa publicação, 24 palestinos e 4 israelenses foram mortos no conflito, com cerca de 200 domicílios palestinos destruídos pelos ataques, para além da destruição de mesquitas e da infra-estrutura urbana já precária do território palestino.
Dentre os mortos por causa do ataque israelense, incluem-se o comandante do braço armado do Hamas (partido que governa a Faixa de Gaza), assim como duas mulheres grávidas e três crianças, entre outras vítimas. Por sua vez, os mortos do lado israelense foram vítimas dos bombardeios que a Jihad Islâmica e o Hamas realizaram, em resposta ao ataque sofrido em Gaza.
O conflito começou nessa sexta (3), quando, geralmente, manifestantes palestinos vão à fronteira com Israel para protestar contra a prisão ao céu aberto na qual eles estão confinados. No entanto, houve trocas de tiros dos dois lados, o que levou a uma escalada nos confrontos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Nentanyahu, declarou nesse domingo que orientou às Forças Armadas que se preparassem para uma ação ultra-ofensiva contra todos os palestinos, que contaria com um operativo intenso de “tanques, artilharia e forças de infantaria” para reforçar a ocupação do território da Faixa de Gaza. Nas palavras de Netanyahu, esse é o “alto preço” que os palestinos irão pagar pelos ataques supostamente cometidos pela Jihad Islâmica e pelo Hamas.
Por sua vez, a Jihad Islâmica, o Hamas e outros grupos armados na Faixa de Gaza, se limitaram a afirmar que responderiam defensivamente à escalada militar feita por Israel. Sinais de que o conflito tem todo o potencial de se agravar.
Nas declarações cínicas feitas pelas Forças Armadas, a morte de Falastine Abu Arar, que estava até então grávida, e de outras vítimas na Faixa de Gaza, foram responsabilidade dos mísseis vindos do Hamas, e não pelo lado israelense. Em relação a morte do comandante do Hamas, identificado por Hamad al-Khodori, o exército o acusou de ser um agente da República Islâmica do Irã, e de “transferir grandes volumes de dinheiro” desse país para as facções armadas em Gaza.
Bolsonaro também é responsável pelo massacre que se avizinha em Gaza
Ainda há muito que se observar, analisar e tirar conclusões dessa escalada bélica e assassina do governo de Netanyahu, entretanto, fica claro que ele está se engajando em “mostrar serviço” ao lobby e à sua base reacionária e sionista, tanto dentro do país quanto no exterior, em potencializar e prometer novos ataques contra os palestinos na Faixa de Gaza.
O líder dos assassinatos em série, senhor Benjamin Netanyahu, passou por uma eleição muito disputada com seu opositor também de direita, o general Benny Gantz, e sob uma chuva de ataques e casos de corrupção envolvendo seu nome, o de sua família e de círculos políticos e empresariais que apoiam seu governo. Mesmo assim, Netanyahu conseguiu se reeleger, porém mais enfraquecido e com uma estreita margem de diferença.
Foi nesse ambiente que Bolsonaro, sua família e os círculos empresariais e evangélicos que o apoiam, contribuíram com a re-eleição do primeiro-ministro israelense, como mais uma expressão da sua política externa reacionária. Além de querer transformar o Brasil numa plataforma de exploração imperialista e aliado dos interesses golpistas de Trump na Venezuela, ainda procura estreitar alianças com o estado sionista de Israel em apoio a sua política de massacre do povo palestino. Por isso é responsável pela escalada colonial da política de assentamentos de famílias judias nos territórios ainda ocupados por palestinos, como na Cisjordânia e no lado oriental de Jerusalém, assim como a agressividade externa de Israel contra outras nações do Oriente Médio, em especial com o Irã.
Seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL), enfatizou esse posicionamento ao cancelar no dia de hoje uma audiência com embaixadores do Irã e da Palestina após os bombardeiros nesse fim de semana, dizendo que Israel é vítima de ataques e que “jamais lança foguetes aleatoriamente contra civis”. Defendeu que o sionismo está “reagindo”, legitimando as vítimas, em sua parte grávidas e crianças, do lado da Faixa de Gaza, presas em ruínas, de baixo de um céu de fogo constante por parte de Israel, apoiado pelos EUA.
Nesse sentido, o ataque realizado pelas forças armadas sionistas contra o território palestino da Faixa de Gaza mostra a disposição de Bolsonaro de fazer do Brasil impulsor da direita internacional, em especial ao sionismo e à sua ideologia nefasta de desejar a limpeza étnica do país exterminando os palestinos.
O Esquerda Diário repudia esse novo massacre sionista do povo palestino e defendemos o direito do retorno de todos os refugiados às terras que foram expulsos. É abominável o papel que cumpre a grande imprensa brasileira e internacional, que retrata o conflito como se fosse uma guerra entre iguais, destacando os 4 mortos de Israel e ignorando as mortes de dezenas de palestinos. Israel, produto de uma ocupação colonial imperialista por parte dos Estados Unidos, que expulsou e tirou o direito dos palestinos de viverem nas suas terras ancestrais, por isso defendemos uma Palestina laica, antirracista e socialista contra a opressão colonial e a limpeza étnica reacionária apoiada pelo bolsonarismo.
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