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CRISE NO RJ
Dois prédios desabam no RJ e escancaram ainda mais a crise social e descaso dos governos
Redação

Após uma forte chuva que abalou a cidade inteira com enchentes e mortes por falta de preparo e investimento do governo em uma melhor infraestrutura, dois prédios desabaram na manhã dessa sexta-feira, 12, na Muzema, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Dezenas de pessoas, moradores da região, estão vasculhando os escombros para tentar localizar possíveis vítimas. Já foram confirmados dois mortos e 17 desaparecidos.

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Até agora, foram confirmados dois mortos e 17 desaparecidos. Moradores estão procurando vítimas nos escombros e improvisaram uma maca para levar os feridos ao socorro do Corpo de Bombeiros. Os imóveis que desabaram têm cerca de quatro andares e a área na qual se localizam foi muito afetada pela chuva que inundou o Rio de Janeiro no início da semana, arrastando árvores, postes, destruindo tudo que havia pelo caminho e gerando cerca de 5 mortes. A área de isolamento foi ampliada pelos Bombeiros, que afirmaram que é possível que outros prédios da região desabem.

Segundo informações da Prefeitura, os prédios foram construídos de forma irregular, fruto da ação das milícias. Os criminosos dominam a venda de imóveis irregulares na região — além de praticar agiotagem e venda ilegal de serviços como luz, gás e TV a cabo. O chefe da milícia na Muzema, segundo investigações do Ministério Público, é o major Ronald Paulo Alves Pereira, preso na operação Os Intocáveis, suspeito de envolvimento, entre tantos crimes, na morte da vereadora Marielle Franco.

Depoimentos, colhidos pelo G1, mostram o desespero dos moradores. Uma mulher, que se identificou como Érica, contou que tentou encontrar a mãe nos escombros, o padrasto conseguiu sair do prédio. “Meu padrasto está vindo pra cá, mas a minha mãe está gritando ali. Os moradores que estão ajudando foram até ali e ouviram uma senhora gritar exatamente no quarto dela”, disse a moradora.

De acordo com ela, os moradores estavam preocupados com as consequências da chuva e as construções que não paravam.

“Eles construindo sem fim, sem parar. Uma construção atrás da outra, uma loucura. Era retroescavadeira, explosões constantes. Só querem construir e vender”, afirmou a moradora.

Muzema foi um dos locais mais afetados pela chuva na cidade e, na manhã dessa quinta-feira, 11, a principal avenida de ligação do bairro continuava alagada e interditada. Enquanto a população está sendo diretamente afetada com essa série de tragédias geradas pela negligência com a vida do povo pobre, que está perdendo seus pertences, casas e familiares, a única declaração que o governo dá é de que “os imóveis que desabaram eram ilegais”. A prefeitura, como representante do poder estatal, busca se isentar da culpa apontando para o envolvimento das milícias, mas o poder paraestatal delas só cresce sob a conivência do Estado e os interesses escusos de políticos que possuem envolvimento com essas organizações.

A prefeitura e Marcello Crivella são sim responsáveis diretos por mais esta tragédia, o bispo da Universal que destinou os recursos da prefeitura para beneficiar seus correligionários, o mesmo prefeito vítima de acusação de ter utilizado os serviços do SUS para beneficiar os pastores de sua igreja, a Universal. A cada dia ocorre uma tragédia no Rio de Janeiro. Os ricos e poderosos controlam a política, muitos também associados ao poder paralelo das milícias, e impedem que medidas reais sejam realizadas para enfrentar a crise social aí instalada. Para eles, a saída é apenas bala. Não uma, nem duas. Umas 80, como as que marcaram o brutal assassinato de Evaldo pelas mãos do exército essa semana.

O Rio de Janeiro precisa de um plano de obras de emergência que coloque barreiras de proteção para não ocorrerem os deslizamentos, e que construa reservatórios de água para que não inundem as casas e as vias necessárias para se fazer a cidade funcionar. Junto disso realizar reformas e construir novas moradias para a população segundo a demanda. E expropriar os imóveis ociosos usados pela especulação imobiliária, abrigando a população que não tem onde morar ou vive em zonas de risco.

Para as comunidades e favelas que precisam destas obras, afinal todos os anos as chuvas ocorrem na mesma época do ano e sempre causam estrago, ao contrário disso, Crivella propôs no ano passado "reformar as fachadas da Rocinha", porque ela "estaria feinha", segundo disse o prefeito da Universal.

Um plano de obras públicas, gerenciado pelos trabalhadores e pela população das regiões afetadas por estes desastres anunciados e não prevenidos pela prefeitura, que coloque os recursos do estado a serviço da população, é a única saída para resolver a crise com as chuvas que se repete todos os anos no Rio de Janeiro.

 
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