O Deputado Federal, que utilizou o sobrenome de Jair Bolsonaro nas eleições como meio de combater o “rótulo” racista que o atual Presidente possui, apresentou um projeto de lei na câmara para avançar com o autoritarismo da Polícia Militar dentro das universidades brasileiras.
O projeto de Hélio “Negão” (PL 947/2019), que já está tramitando na Câmara dos Deputados, vem com a desculpa de “garantir a preservação da ordem” dentro dessas instituições. O mesmo alega que a atuação da PM será para combater delitos como furtos, roubos e estupros, e ainda, para combater o que o projeto chama de vandalismo, posse e uso de drogas e “demonstrações explícitas de atentado ao pudor a título de manifestações artísticas”.
No seu texto, ainda deixa claro que a autonomia universitária não poderá interferir na atuação da PM, pois essa possui, pela Constituição, a autoridade para atuar em todo território nacional. Logo, nem as autoridades das universidades poderiam questionar a intervenção da polícia que poderá, segundo o projeto de lei, atuar até mesmo dentro de salas de aula, auditórios e gabinetes internos.
Fica claro, não só a partir desse projeto, mas de tantos outros ataques vindos do atual governo, como o Projeto Escola sem Partido, a ofensiva que tem se dado para “legalizar” o ataque ideológico que o governo tem como programa.
Assim, esse projeto tem como principal objetivo, atacar e “amordaçar” as universidades, com a atuação dos seus “cães de guarda” do Estado, por estas serem polos de resistência e luta contra o autoritarismo e formadoras de pensamento crítico. O governo tem como foco, calar uma vanguarda de estudantes e trabalhadores, para avançarem nos ataques programáticos que possuem contra a classe trabalhadora.
Frente a esse absurdo é necessário que a UNE rompa com sua paralisia e organize em cada curso e faculdades assembleias discutindo com os estudantes qual é o papel da polícia para a sociedade e como força repressora da potencialidade de luta dos estudantes. A partir de seu congresso realizado esse ano, o CONUNE, tire medidas concretas de luta contra o Bolsonaro e o avanço da extrema direita, ligando os estudantes aos trabalhadores e unificando suas demandas.
Para isso devem colocar toda sua força para uma outra estratégia, diferentemente de sua direção majoritária atual – PT e PCdoB – que como na CUT e CTB, sindicatos que também são dirigidos por esses partidos, fomentam a paralisia e buscam uma oposição parlamentar com um programa tão recuado que assinam um manifesto em defesa do STF, instituição que vem sendo pilar do autoritarismo judiciário desde 2016 com o golpe institucional e a prisão de arbitrária de Lula no ano passado.
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