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MORO E A LAVA JATO
Conhecido pelo Departamento de Estado dos EUA, Moro quer estabelecer laços com o FBI
Redação
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O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou que sua viagem aos EUA, para acompanhar visita oficial do presidente ultradireitista Jair Bolsonaro, que será recebido na terça-feira pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca, pretende firmar dois acordos de cooperação envolvendo a sua pasta, um deles de troca de informações entre o FBI e a Polícia Federal.

“O governo assumiu há pouco tempo. É uma pauta ainda a ser construída com outros governos. Não poderia perder a oportunidade de vir nesta visita com o presidente, de conversar com autoridades americanas de elevado escalão", disse Moro, segundo reportagem do Estadão. “A cooperação é baseada em acordos, mas as relações interpessoais fazem diferença porque estabelecem confiança mútua. A ideia é de implantar uma relação mais sólida para o futuro.”

As relações de Moro com os EUA são múltiplas. Junto a procuradores, magistrados e membros da Polícia Federal, Moro recebeu treinamento especializado em "combate à lavagem de dinheiro" pelo Departamento de Estado norte-americano, um tema que durante toda a década de 1990 serviu de ferramenta útil para a ingerência dos EUA na América Latina. A Operação Lava Jato tem orgânicas relações com fatores de poder em Washington. Tanto assim que as multinacionais norte-americanas vinculadas aos esquemas de corrupção da Petrobras nunca foram investigadas por Moro, reconhecido interessado na penetração de petroleiras como Exxon, Chevron e Shell na Petrobras.

Mais recentemente, a legião de procuradores vinculados a Moro, da Lava Jato de Curitiba, tentaram emplacar uma "Fundação da Lava Jato", um acordo feito entre o MPF, o Departamento de Justiça norte-americano e a Petrobras. Segundo o acordo, a multa que a Petrobras devia aos EUA, ou parte dela, seria revertida para o financiamento dessa fundação privada dos procuradores, no valor de R$2,5 bilhões. Pelo escândalo da proposta, Deltan Dallagnol, braço direito de Moro, e os lavajatistas de Curitiba tiveram de renunciar provisoriamente ao intento de criar um grupo privado de interesses do autoritarismo judiciário, que teria mil e um laços com Washington.

O acordo buscado por Moro com o FBI (Federal Bureau of Investigation) vem na esteira de seu "pacote anti-crime", uma série de medidas policialescas e liberticidas que dispõem, entre outras questões, licença para matar aos policiais, sugere coações e torturas de investigados (um método racista importado da polícia norte-americana) para obtenção de confissões, e também que parte dos fundos que deveriam ser ressarcidos à União (ou à Petrobras) fiquem com os procuradores da Lava Jato. O Ministro da Justiça e da Segurança Pública também busca imprimir às cadeias de comando policiais a tutela da Lava Jato.

Segundo a Veja, Moro assinará dois acordos de cooperação com a polícia federal estadunidense, e disse que “São acordos abstratos, normalmente eles envolvem assuntos de cooperação em geral, troca de informação entre FBI e Polícia Federal e outras questões na mesma linha”.

Nada de progressista aos trabalhadores pode advir dos acordos policiais e repressivos internacionais de Moro. Parte da comitiva de Bolsonaro, Moro é parte de um governo de extrema direita que leva o autoritarismo da Lava Jato para os meandros do Executivo. É um servo de Trump e o principal pilar da ofensiva recolonizadora dos EUA na América Latina. Seus acordos com os EUA são de submissão nacional.

 
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