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VENEZUELA
O caminhão com "ajuda humanitária" para a Venezuela foi incendiado por seguidores de Guaidó
Redação

O fato que foi usado pelo governo dos Estados Unidos e por Guaidó para responsabilizar Maduro e encorajar uma intervenção foi negado pelo New York Times.

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Em uma tentativa de Guaidó, EUA e da direita regional para forçar um golpe militar contra Maduro ou justificar a intervenção militar na Venezuela, dezenas de notícias falsas são fabricadas por dia e viralizam em redes sociais. Algumas deles se tornam diretamente pós-verdade e fazem parte da história dos principais meios de comunicação e governos do mundo.

Foi o que aconteceu com imagens de caminhões da suposta ajuda humanitária que foi consumido pelo fogo na fronteira entre Colômbia e Venezuela, no final do dia de 23F em que Guaidó e os Estados Unidos haviam escolhido como "Dia D" de seu ingerencismo golpista.

O fato foi utilizado de forma grosseira por personagens como Bolton ou Marco Rubio (senador republicano da Flórida que está por trás da campanha para intervir na Venezuela), culpando a Guarda Nacional e as Forças Armadas de ter incendiado caminhões de com suprimentos, e alentando diretamente operação militar direta.

Marco Rubio disse em 23 de fevereiro nas redes sociais que "a polícia nacional de Maduro ateou fogo em um caminhão da ajuda para transportar alimentos e remédios, enquanto a população da #Venezuela está com fome".

Na mesma linha se expressou Guaidó, o diretor da CIA Mike Pompeo, John Bolton, assessor de Segurança Nacional Trump e vários dos presidentes do Grupo de Lima, que responde aos interesses dos EUA.

A investigação do New York Times publicada neste domingo revela que tudo era mentira.

Segundo o jornal novaiorquino, o fogo do comboio pelo qual o governo dos EUA acusou Maduro foi provocado por um manifestante da oposição simpatizante de Guaidó.

O jornal investigou as imagens que foram publicadas nas redes sociais junto com outros vídeos inéditos para reconstruir o incidente ocorrido em 23 de fevereiro. Ali, ele sugere que "um coquetel molotov lançado por um manifestante contra o governo foi o gatilho mais provável do incêndio".

O outro aspecto que questiona o New York Times é se esses caminhões estavam cheios de remédios. Segundo o jornal New York, essa afirmação não é consistente com a lista de "doações" dos Estados Unidos.

De acordo com a reconstrução do incidente, a polícia venezuelana estava bloqueando a passagem entre a Colômbia e a Venezuela para que os caminhões não entrassem e uma "bomba caseira feita com uma garrafa" fosse observada voando para a Guarda Nacional Venezuelana.

Comparando vídeos difundidos e inéditos, o NYT aponta como na parte aérea do cocktail Molotov é clara, em chamas, e um pedaço cai perto do caminhão, que poucos minutos depois estará em chamas e o fogo se extenderá para outros.

O governo colombiano foi um dos atores que promoveram a teoria de que Maduro havia dado ordens para incendiar a ajuda e, uma vez que o caminhão estava destruído, enviou vídeos de câmeras de segurança gravados a partir da ponte para autoridades americanas e jornalistas colombianos.

No entanto, o documento salienta que o vídeo distribuído pelo Governo colombiano, que é editado com círculos vermelhos para destacar as forças de segurança venezuelanas disparando gás lacrimogêneo dentro do caminhão, do qual deduz que são responsáveis pela fumaça que aparece mais tarde, é manipulado.

O vídeo em questão "suprime o período de 13 minutos antes do início do incêndio", afirma o NYT, que pediu ao gabinete do presidente Ivan Duque para publicar o vídeo inteiro, sem sucesso.

O conselheiro de segurança nacional do presidente Donald Trump, John R. Bolton, twittou em 2 de março que Maduro "contrata criminosos para queimar alimentos e remédios direcionados ao povo venezuelano".

Guaidó, por outro lado, acabou dizendo ao New York Times que ele não tinha "informações exatas", quando ao mesmo tempo havia divulgado as mesmas notícias falsas dos Estados Unidos e Colômbia.

Como se mantém em evidência, foi uma operação que a CIA e os Estados Unidos estão acostumados a armar para intervir, invadir ou ocupar outros países. Eles fizeram isso de novo e de novo por anos, e agora estão fazendo isso com a Venezuela. Nesta operação política foram envolvidos desde o governo colombiano até os principais assessores de Trump.

Uma operação deste tipo, que falhou em 23F e que domingo foi desnudada, está agora a ser reflutuada no meio do apagão sofrido pela Venezuela desde quinta-feira passada e que foi usado cinicamente por Guaidó para encorajar novamente o chamado para a intervenção internacional. Na segunda-feira a Assembleia Nacional vai aprovar a "emergência nacional" e nas redes sociais já estão agitando a necessidade de invocar o artigo 187 que endossa uma "intervenção militar estrangeira". Ou seja, a invasão sem a necessidade de metáforas.

Frente cada uma dessas operações, uma forte campanha anti-imperialista deve ser redobrada e fortalecida entre trabalhadores, jovens e o movimento de mulheres em todo o continente para confrontar e derrotar qualquer tentativa de interferência imperialista ou golpista na Venezuela, sem que isso signifique dar apoio político a Maduro. Isso também permitirá fortalecer a luta contra os ataques que os governos da direita regional, que apoiam Guaidó, aplicam em cada um de seus países.

 
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