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COLETES AMARELOS
Coletes Amarelos nas ruas da França no ato XV dos protestos
Redação

Após 15 semanas de protestos, os coletes amarelos continuam a demonstrar uma enorme força moral. Uma determinação que nestes 3 meses não perdeu força e continua a mobilizar nas ruas da França, com o pano de fundo de ações radicais e repressão da polícia. Macron tenta um contra-ataque midiático no salão de agricultura.

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Em Paris, a marcha do XV Ato dos Coletes Amarelos começou neste sábado nos Champs Elysées, onde houve grandes confrontos com a polícia nos últimos meses e onde o movimento dos Coletes Amarelos deu um salto em sua radicalização e rechaço à violência policial.

Os manifestantes marcharam em uma grande coluna no meio dos Champs Elysées e depois seguiram por vários pontos da cidade, como a Assembleia Nacional e o Salão da Agricultura, para se encontrarem novamente no Trocadero.

Embora a mídia oficial tente mostrar um retrocesso na mobilização, estas últimas semanas tiveram que reconhecer a presença e a militância de milhares de franceses. Como afirma Maxime Nicolle, uma das figuras nos coletes amarelos, foram organizadas 45 marchas por todo o país.

Na ação com a bandeira da Argélia, as canções contra todas as formas de racismo e anti-semitismo buscaram mostrar a instrumentalização feita pelo governo de algumas ações antissemitas marginais.

Vários confrontos da polícia ocorreram contra os Coletes Amarelos, com setores mais jovens e de esquerda à cabeça das colunas. Durante um confronto, uma das colunas de Paris gritou "Ah! Anti, anti-capitalista".

Em Toulouse, chamado de "bastião dos Coletes Amarelos" pela Mediapart, milhares de manifestantes voltaram a estar presentes para este ato XV de mobilização. Vários meios de comunicação falaram de uma grande manifestação, longe do esgotamento previsto pelos jornais locais. No início da manhã, grupos como a Attac e um setor dos Coletes Amarelos decidiram bloquear as entradas da empresa Amazon em protesto pelas demissões que a empresa fez na semana passada, com o pano de fundo da repressão política aos trabalhadores que se solidarizaram com os Coletes Amarelos.

Em Montpellier, a cidade onde intervia o major Andrieu da polícia nacional – polícia esta que havia sido filmada várias vezes batendo em manifestantes indefesos – a polícia reprimiu uma marcha pacífica com hidrantes e gás lacrimogêneo.

Em Clermont Ferrand, onde mais de 2.500 pessoas se mobilizaram, a repressão foi particularmente dura. A pressão continua a subir entre os Coletes Amarelos e a polícia, que não hesitou em reprimir.

De sua parte, Macron decidiu não se pronunciar sobre os Coletes Amarelos e participou do Salão da Agricultura, passo obrigatório para todos os presidentes a cada ano em que o presidente "aborda" os produtores agrícolas, especialmente os pequenos produtores. Naquela ocasião, assim como no ano passado, houve momentos tensos para Macron com os camponeses franceses, que são um dos setores que mais sofreram com ajustes econômicos dos últimos anos. No ano passado, Macron recebeu ovadas na cara dos agricultores presentes no salão.

O objetivo é claro: tentar vincular um setor geralmente mais sensível à direita, a partir de um discurso protecionista contra as "grandes potências agrícolas" como a Rússia ou a China. Uma manobra clara que, no entanto, não lhe permite esconder a presença de milhares de franceses apoiados pela maioria da opinião pública contra ele.

 
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