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HAITI
Haiti entra em sua terceira semana de protestos contra o governo
Redação

Nessa sexta-feira, 22, o Haiti entrou em sua terceira semana de protestos que não parecem estar próximos de acabar. A crise social e econômica, o descontentamento com o governo de Moise, são as causas.

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Apesar da brutal repressão, com centenas de feridos e uma dúzia de mortos, os haitianos continuam na rua e nesta sexta-feira entraram na terceira semana de protestos contra o presidente Jovenel Moise.

Os manifestantes rechaçam o apelo ao “diálogo” por parte do governo, pois entendem como uma manobra para ganhar tempo diante da crise econômica e social brutal que vive o país e as acusações de corrupção acumuladas pelo presidente. Pelo contrário, as manifestações que continuam após duas semanas intensas, pedem a renúncia de Moise.

André Michel, porta-voz do opositor Sector Democrático y Popular, disse que espera que com a mobilização desta sexta-feira a "comunidade internacional entenda que, com Moise, o país não terá estabilidade política" e que facilite o encaminhamento de um governo de transição para evitar o confronto.

Moise é acusado de supostamente desviar fundos do Petrocaribe, o programa pelo qual a Venezuela fornece óleo ao Haiti a preços baixos.

Uma auditoria apresentada no início de fevereiro pelo Tribunal de Contas revelou irregularidades entre 2008 e 2016 neste programa envolvendo quinze ex-ministros e atuais funcionários no assunto, bem como uma empresa que Moise encabeçou antes de chegar à presidência.

No meio deste panorama de tensão, durante a semana sete estrangeiros foram presos com armas automáticas sob sua posse (cinco deles americanos). A oposição denuncia que se tratam de mercenários que estavam no país para trabalhar para o governo e que supostamente teriam em mente atentar contra dirigentes da oposição.

Esta versão ganhou veracidade nesta sexta-feira, já que o governo deportou emergencialmente os sete estrangeiros para os Estados Unidos, onde chegaram sem comparecer perante qualquer juiz. O governo haitiano também não deu explicações sobre as circunstâncias desse traslado, apesar da investigação aberta sobre o caso.

A ONU, que tem a responsabilidade do Haiti se encontrar sob uma missão de segurança (que foi acusada dos piores abusos e aberrações), só se pronunciou na semana passada pedindo o diálogo, e nesta sexta-feira realizou uma reunião do seu Conselho de Segurança às portas fechadas, cujos detalhes são desconhecidos.

No momento, o objetivo da organização internacional era sustentar e apoiar Moise, apesar das condições irregulares em que ele chegou ao poder, da catástrofe econômica que atravessa o país e das denúncias de corrupção contra ele. Essa situação foi silenciada pela mídia de massa e não foi denunciada pelos governos. Uma atitude oposta pelo vértice a que a direita tomou da região, o imperialismo americano e europeu na Venezuela, onde não tiveram problema em impor uma política abertamente intervencionista e golpista.

No Haiti, mais da metade dos 10 milhões de habitantes sobrevivem com menos de 2 dólares por dia (cerca de 10 reais), e a economia cresceu apenas 1,4% em 2018, um dos mais baixos da região.

Os protestos contra o governo não são novos. Em meados de 2018, o primeiro-ministro, Lafontant, teve que renunciar após anunciar aumentos entre 37 e 50% nos preços dos combustíveis. Mobilizações, protestos e bloqueios de ruas foram a resposta imediata nas principais cidades do país contra a medida ditada pelo FMI.

As manifestações, que nesta sexta-feira entraram na terceira semana, têm como pano de fundo uma grave crise econômica, agravada pela desvalorização da moeda e pelo aumento dos preços dos alimentos. À escassez de gás, água potável e medicamentos, se soma uma crise de energética produto do aumento dos combustíveis.

 
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