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METROVIÁRIOS SP
Metrô-SP se nega a tratar saúde e segurança do trabalho das mulheres nas CIPAs
Redação

As CIPAs das Linhas 1, 2 e 3 do Metrô de SP estão sem planos de trabalho a dois meses e tem suas autonomias afetadas por conta da ingerência e intransigência da empresa, que se nega a reconhecer violência contra mulheres, os casos de abuso sexual e assédio moral são constantes dentro do sistema metroviário em SP que usuárias e funcionárias sofrem cotidianamente. Para seguir seus planos privatistas também fere sua autonomia

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Frente o aumento da violência contra as mulheres no Brasil hoje, os intermináveis casos de assédio moral e sexual pelos quais as mulheres passam no Metrô e fora dele, desde 2015 os trabalhadores do Metrô de SP travam uma dura batalha contra a empresa para que sejam aprovadas nas Comissões Internas de Acidente (CIPAs) subcomissões que tratem da prevenção de acidentes e saúde das mulheres trabalhadoras e usuárias do Metrô de SP.

Os trabalhadores eleitos para a CIPA do Metrô (das Linhas 1, 2 e 3) entendem que criar esta subcomissão para tratar das especificidades das mulheres é um ponto de apoio para modificar, combater e prevenir as mulheres da violência das quais sofrem no sistema metroviário, tratando das especificidades das mulheres que envolvem desde doenças relacionadas ao trabalho, adequação de uniformes e equipamentos, até trazer a luz o debate sobre o assédio que sofremos no ambiente de trabalho e também que sofrem as usuárias do transporte, e por entenderem como necessário e urgente que funcionarias, trabalhadoras terceirizadas, jovens cidadãs e usuárias sejam ouvidas, exigindo que a empresa trate os assuntos específicos das mulheres neste fórum.

Apesar de na gestão de 2015/2016 na CIPA da Linha 1 Azul esta subcomissão ter sido votada, a mesma não pode funcionar devido a ingerência da empresa que impediu seu funcionamento e retaliou a bancada eleita com punições. No último ano, na Linha 3 Vermelha, tratou deste tema específico na subcomissão de comunicação/mulheres que, apesar de ter sido insuficiente frente a demanda tratar este tema junto a outro, foi um avanço importante para que se discutisse a violência que as mulheres sofrem cotidianamente no Metrô. Porém, mesmo onde a bancada de trabalhadores conseguiu aprovar tal subcomissão, na Linha 1 Azul em 2 anos, a empresa não permitiu seu funcionamento, e retaliou com punições as cipistas e a bancada eleita.

A empresa este ano segue agindo de forma totalmente intransigente, secundarizando o tema da opressão contra as mulheres ao se negar a tratar este importante tema, e mostrando mais uma vez seu caráter machista e negligente com as mulheres ao negar tanto a criação da subcomissão de prevenção e saúde das mulheres, quanto que se crie qualquer comissão que trata especificamente deste tema junto a outro tema da CIPA. A empresa também fere a autonomia da CIPA, aprovando e desaprovando medidas aprovadas em consensos por ambas bancadas quando bem entendem, como no caso da Linha 3 em que se aprovou a Subcomissão de comunicação/mulheres, se realizou reuniões desta subcomissão, e depois disseram que a empresa negou sua criação. Logo, nas 3 CIPAs a direção da empresa desrespeita a norma regulamentadora e o acordo coletivo, tentando impor, sem acordo com as bancadas de trabalhadores, um plano de trabalho onde não funcione uma subcomissão de mulheres.

Nada mais coerente para uma empresa como o Metrô de SP ter essa postura hoje na CIPA, pois essa é a mesma empresa que promove a cargo de chefia assessores denunciados por escandalosos casos como assédio sexual (como foi o caso de Eduardo Maggi que subiu para o cargo de gerente após assediar usuária), que mantém cada dia mais suas usuárias expostas à assédios dentro dos trens cada dia mais lotados devido à superlotação, não querer aceitar uma subcomissão que trate de casos de violência contra as mulheres.

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Ao seguir negando o direito das mulheres de terem os problemas que sofrem tratados com seriedade para avançar na prevenção de acidentes e preveni-las de doenças e violência oriundas do ambiente de trabalho, a empresa segue reproduzindo seu machismo. Frente à negativa da mesma de constituir a subcomissão de proteção e saúde da mulher, foi aprovado numa reunião de todas as bancadas de trabalhadores das CIPAs a criação de comissões de mulheres trabalhadoras do Metrô por linhas da qual tem uma grande importância para avançar na auto-organização das mulheres afim de organizarem esta luta não somente contra os assédios sexuais e morais, contra a violência cotidiana que sofrem nos locais de trabalho, mas também elevar sua luta frente ao 8 de março, dia internacional das mulheres, que se ligue a luta contra Bolsonaro, seu machismo e misogenia, que avança pra atacar as conquistas das mulheres no terreno dos direitos no que diz respeito às condições de trabalho, por justiça à Marielle, e principalmente para defender o direito a aposentaria, contra a Reforma da Previdência que o governo quer aprovar no congresso, passando por cima das mulheres trabalhadoras para fazer com que trabalhem até morrer.

A ingerência da direção no Metrô nos planos de trabalho da CIPA, retirando a autonomia das mesmas com objetivo de impedir a criação da subcomissão de mulheres, é parte de uma política de privatização que vem avançando e se aprofundando no governo Doria, que já anunciou a entrega de várias estações para a iniciativa privada, retira direitos dos metroviários e precariza as condições de trabalho. Sem contar as retaliações e punições, como no caso da demissão do operador de trem Joaquim, com o objetivo de jogar os metroviários contra a população, responsabilizando-os pela precarização do transporte. A atuação do Movimento Nossa Classe nas CIPAs do Metrô busca defender não somente as condições de trabalho, saúde e segurança dos metroviários, como também é parte de organizar na base a luta pelo direito das mulheres e de toda a população por um transporte mais seguro e de qualidade contra a política de privatização do governo, e principalmente agora contra o anúncio de Bolsonaro em torno da implementação da reforma da previdência, o qual todos sabem que serão as mulheres que sofrerão mais com este grande ataque.

Foto Marcos Bezerra/Futura Press

 
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