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VALE ASSASSINA
Vale já calculava custos e estimava mortes e possíveis causas para colapso em Brumadinho
Redação

Em documento interno de outubro de 2018, Vale projetou riscos, calculou custos e estimou a quantidade de mortos e afetados que um eventual rompimento da barragem 1 em Brumadinho poderia gerar.

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Foto de Roberio Fernandes/Futura Press

O relatório interno da própria Vale chamado Resultados do Gerenciamento de Riscos Geotécnicos é um estudo que em outubro de 2018 (mais ou menos 4 meses antes da catástrofe) projetava o que aconteceria em um possível rompimento da barragem 1. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, considerando um cenário de rompimento durante o dia e com os alertas sonoros funcionando, o relatório estimava cerca de 100 mortes, além disso, os custos de uma eventual catástrofe poderiam chegar a R$5,6 bilhões e as causas prováveis de rompimento seriam por erosão interna ou liquefação. Esse relatório está sendo usado pelo Ministério Público (MP) de Minas Gerais em uma ação civil pública que pede a adoção de medidas imediatas para evitar novas tragédias já que além dessa barragaem, mais outras 9 estariam em situação de risco, segundo o próprio documento da mineradora, sendo elas: Laranjeiras (em Barão de Cocais), Menezes 2 e 4-A (em Brumadinho), Capitão do Mato, Dique B e Taquaras (Nova Lima) e Forquilha 1, Forquilha 2, Forquilha 3 (Ouro Preto).

A Vale questiona a Promotoria dizendo que o estudo indica que as estruturas mencionadas receberam recomendações de manutenção que supostamente já estariam em curso. Procurada pela reportagem da Folha, a empresa defende ainda que "não existe em nenhum relatório, laudo ou estudo conhecido qualquer menção a risco de colapso iminente da barragem", que a estrutura tinha "todos os certificados de estabilidade e segurança"e que "os estudos de risco e demais documentos elaborados por técnicos consideram, necessariamente, cenários hipotéticos para danos e perdas". Segundo a mineradora, a “zona de atenção” é composta por barragens em que os técnicos apontaram recomendações, mas não risco iminente” e que “ainda não é possível identificar as causas da tragédia”. A própria Folha denunciou que o plano de emergência da barragem previa a inundação das estruturas como o restaurante e a sede administrativa, mas que a empresa desprezou o risco.

Até essa manhã, foram contabilizados 155 desaparecidos e 166 mortos, sendo 160 destes identificados. Essas evidências são mais uma prova de como o crime de Brumadinho era uma tragédia anunciada e como as empresas bilionárias e sedentas por mais e mais lucros como a Vale tratam as vidas dos trabalhadores e da população e o meio ambiente: como meros números em suas estastísticas de custo-benefício. Crimes como esse não terão fim enquanto governos e empresas assassinas como a Vale continuarem colocando seus interesses capitalistas acima de tudo e todos. Não é possível mais aceitarmos essa mineração predatória que acaba com vidas e ecossistemas pela sede de lucro: é preciso lutar pela re-estatização da Vale, sob administração operária e controle da população.

 
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