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VENEZUELA
SINTUSP rechaça a intervenção golpista dos EUA na Venezuela sem dar nenhum apoio a Maduro
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Imagem: Jornal O Tempo

A Venezuela passa por uma crise sem precedentes. A crise econômica iniciada com a queda do preço do petróleo se aprofundou em uma crise social na medida em que o governo de Maduro buscou descarregar mais e mais os custos dessa perda na economia sob as costas dos trabalhadores. As medidas cada vez mais autoritárias do governo de Maduro para conter a resistência da classe trabalhadora desbocaram em uma crise política, na qual a oposição de direita conquistou a hegemonia do enfrentamento contra o governo e nas ultimas semanas tem contado com o apoio dos EUA e de governos de direita da região na tentativa de dar um golpe pela via do Presidente do Congresso, Juan Guaidó, que se auto-declarou presidente interino da Venezuela.

O apoio e financiamento imperialista na tentativa de golpe na Venezuela é evidente e precisa ser rechaçado por todo os trabalhadores do continente. É recente na memória de todo o povo latino-americano o significado da ingerência norte-americana na região com a Operação Condor, que impulsionou ditaduras militares sanguinárias em todo o cone-sul nas décadas de 70 e 80. Os EUA se aproveitam da crise orgânica na Venezuela pra retomar seu controle absoluto da economia do país com as maiores reservas de petróleo do mundo e ao mesmo tempo criar um enclave político e militar na região, para manter, se necessário a ferro e fogo, a defesa dos seus interesses naquilo que ele considera o seu quintal por direito, a América Latina.

Mas ao rechaçar qualquer ingerência imperialista na Venezuela, não se pode fechar os olhos para o papel cada vez mais autoritário que o governo de Nicolás Maduro vem tomando contra a população, particularmente contra a classe trabalhadora venezuelana. Para manter os privilégios da casta burocrática Chavista e os lucros da boliburguesia venezuelana e do capital financeiro, Maduro vem aplicando medidas econômicas cada vez mais draconianas contra os trabalhadores e intimidando e reprimindo as greves e resistências operárias, quando não intervindo diretamente nos sindicatos, apoiado, pra isso, nas Forças Armadas, a quem concedeu cada vez mais poder econômico em troca da manutenção do apoio.

Nesse sentido, a posição do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) aprovada pelo Conselho Diretor de Base de rechaço à intervenção imperialista na Venezuela, ao mesmo tempo em que não presta qualquer apoio político ao governo de Maduro, é um grande exemplo de como a esquerda e os sindicatos de toda a América Latina deveriam estar se portando. Essa posição política é a única capaz de ajudar na construção de uma organização da classe trabalhadora de maneira independente, confrontando o bonapartismo reacionário de Maduro e seus burocratas, bem como os planos da direta pró-imperialista.

Os trabalhadores são a única força social que pode oferecer uma solução progressiva para esta crise monumental. Para fazer isso, o proletariado precisa formar fileiras lutando por sua independência do governo, do Estado e dos partidos patronais, bem como da interferência imperialista. A Venezuela precisa da perspectiva de luta por um governo dos trabalhadores e do povo pobre.

 
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