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ROMPIMENTO DE BARRAGENS MG
Duas cidades evacuadas por risco de novos rompimentos de barragens em Minas Gerais
Redação

A ganância capitalista já deixou vítimas fatais e destruiu de forma irreparável rios e biodiversidade em Mariana e Brumadinho, agora, mais duas cidades são evacuadas em MG por riscos de rompimento de barragens, entre as empresas envolvidas, mais uma vez está a Vale.

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Na madrugada desta sexta-feira (8) moradores de duas cidades Barão de Cocais, a 100 km de Belo Horizonte, e Itatiaiuçu na região metropolitana foram evacuados às pressas devido ameaças de rompimento de barragens. Duas barragens diferentes, no entanto ambas de montante o sistema mais barato e menos seguro, foram os motivos para o deslocamento dos moradores dos povoados, uma de propriedade da mineradora ArcellorMittal e a outra da Vale.

Em Itatiaiuçu (a 35km de Brumadinho e 80km de Belo Horizonte), a Defesa Civil confirmou o alerta que foi responsável pela evacuação de cerca de 200 pessoas do bairro Pinheiros. Os moradores se deslocaram para Itaúna, uma cidade vizinha. A barragem da ArcellorMittal tem 5 milhões m³ também de rejeitos de minérios de ferro e 89 metros de altura. Assim como a de Brumadinho e a outra da Vale em Barão de Cocais, a de Itatiaiuçu também tem classificação de risco baixa e dano potencial alto. É a única dessa empresa que usa o método montante e está desativada desde 2012.

Em Barão de Cocais, cerca de 500 pessoas das comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras foram levados e orientados ao poliesportivo da cidade como medida preventiva após a avaliação de uma consultoria atestar que a estrutura não é estável. A empresa, Walm, negou a Declaração de Condição de Estabilidade à barragem da mineradora Vale. Logo em seguida, a Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou a implantação do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) soando as sirenes:
“Atenção, isso é uma emergência, isso não é um treinamento, é uma situação real de emergência de rompimento de barragens. Abandonem imediatamente suas residências”

A prefeitura de Barão de Cocais através de nota no Facebook, afirma que foi acionado o Nível 2 de risco na barragem Sul Superior da Mina do Gongo Soco. A informação até o momentio era de um desnível na estrutura. Ela é uma das dez barragens a montante inativas remanescentes da Vale, com degraus sobre os rejeitos, sistema mais barato e menos seguro. A estrutura suportava a produção da mina de Gongo Soco cuja produção de minério de ferro foi paralisada pela Vale em abril de 2016.

É um jogo com vidas a existência de barragens com comunidades na zona de auto-salvamento – região do vale imediatamente próximo a jusante (área onde os rejeitos chegariam em caso de rompimento) de uma barragem. Expõe como essas empresas, nas mãos dos capitalista, são fundamentadas em uma lógica produtiva que tem como prioridade a maximização dos lucros independente das implicações da atividade exploratória de mineração.

Leia também: Condições de barragens no Brasil expõem modelo de desenvolvimento econômico que prepara novas tragédias

Duas semanas após a Tragédia de Brumadinho, cujo número de mortos chegou a 157 até ontem, quinta-feira (7), é revoltante que a ameaça de mais desastres ainda desespere populações que convivem com os resultados da ganância e superexploração capitalistas. Há ainda outras 182 pessoas desaparecidas, com baixíssimas chances de serem encontradas com vida, entre funcionários e terceirizados da mineradora e moradores da região.

O rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão em Brumadinho e o rompimento da barragem de Fundão em Mariana - três anos atrás; são as faces mais violentas de um histórico de crimes com resíduos de mineração em Minas Gerais. O que há em comum entre elas é a impunidade às empresas em conluio com os governos e a ameaça a territorialidades que vivem a mercê dessas grandes empresas.

Leia também: Pela re-estatização da Vale sob gestão dos trabalhadores e controle popular, para enfrentar a mineração predatória

 
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