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BRUMADINHO
Tragédia capitalista de Brumadinho pode acarretar surto de dengue e febre amarela na região
Redação

Estudo realizado pela Fiocruz apontou que a região pode enfrentar surto de dengue, febre amarela, esquistossomose e leptospirose, doenças características da degradação urbana e social, consequência da irracionalidade capitalista, que em nome do lucro superexplora trabalhadores e destrói o meio ambiente.

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Foto: Reuters

A tragédia capitalista de Brumadinho não para de mostrar as consequências da sede de lucro dos empresários. Além de centenas de mortos e desaparecidos, a destruição brutal do meio ambiente irá cobrar da população trabalhadora e pobre o preço da irracionalidade capitalista: estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou risco de surto de dengue, febre amarela, esquistossomose e leptospirose, além do agravamento de pacientes com doenças crônicas como hipertensão e diabetes.

O levantamento realizado pela Fiocruz foi feito a partir de informações regionais concedidas pelas secretarias de saúde e dados de sistemas de informação públicos, além de relacionar com estudos anteriores a cerca de outras tragédias deste porte, como Mariana. O rompimento da barragem de Mariana, um dos maiores crimes socioambientais, levou à morte do Rio Doce e a lama tóxica, contendo diversos metais pesados, chegou até o arquipélago de Abrolhos, na Bahia, levando à um desequilíbrio ambiental responsável aumentar a disseminação destas doenças.

Foto: Adriano Machado/Reuters

“Temos observado que há um padrão, relativamente comum, nos problemas de saúde que se sucedem a desastres, mesmo em caso de eventos climáticos. Então nós coletamos informações de diferentes sistemas para tentar estimar o impacto na saúde”, afirma um dos autores do estudo, Diego Ricardo Xavier, epidemiologista do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde.

Leia também: Brumadinho: seis lições de uma tragédia anunciada

Brumadinho, que ocupa hoje o topo das catástrofes capitalistas ao lado de Mariana, espalhou uma massa gigantesca de lixo tóxico da mineradora Vale, causando um desequilíbrio brusco no ecossistema: destruição de matas, poluição de águas e solo, permitindo então um desenvolvimento desenfreado dos transmissores das doenças, como mosquitos e caramujos, levando a surtos.

Até agora, estima-se que o “tsunami” de lama tóxica da Vale já tenha avançado 100 km do local da ruptura da barragem, chegando ao rio Paraopeba e seguindo para uma dos mais importantes rios da região, o rio São Francisco, que supre as necessidades de abastecimento de água de milhões de pessoas. Ou seja, além das centenas de vidas tiradas prontamente na tragédia, outras milhares sofrerão com o avanço de doenças que, em cidades mais pauperizadas, já são problemas de saúde pública.

Caminho que o "tsunami tóxico" da Vale está percorrendo. Fonte: G1

Essas doenças, características da degradação urbana e social, denunciam a situação de miséria que estão expostos os trabalhadores e população pobre sob as mãos de governos que garantem os interesses capitalistas. Em nome do lucro, modelos de produção como da Vale tornam-se os preferidos dos capitalistas, justamente por serem os mais lucrativos, e ao mesmo tempo, são os mais danosos ao meio ambiente e que mais exploram os trabalhadores. Pautado na destruição das nascentes, águas, montanhas, com impactos ambientais extraordinários e irreversíveis, a Vale e os governos, que garantem concessões para a superexploração e o judiciário que segue inocentando as multinacionais, carregam nas mãos as mortes que já aconteceram e todos os problemas de saúde pública que estão por vir. O SUS, subfinanciado e sucateado, atacado através da PEC do teto de gastos, abre caminho às multinacionais da saúde, deixando a população ainda mais vulnerável.

Saiba mais: Febre amarela: o empoderamento do mosquito e os três erros estratégicos do governo

A privatização não é a solução

Entregar as riquezas nacionais e empresas estatais para a livre exploração capitalista significa aumentar a precarização e terceirização do trabalho e dos serviços prestados, guiados agora para lucros bilionários dos patrões. É necessária uma forte mobilização dos trabalhadores, levantando demandas que sejam capazes de responder às necessidades da classe trabalhadora e da população: em defesa da re-estatização da Vale sob gestão dos trabalhadores e controle popular, colocando a vida e o meio ambiente estejam acima do lucro e suas atividades predatórias na mineração. Colocando em cena também, a luta por um sistema de atenção à saúde gratuito e de qualidade, pautado na prevenção e em um modelo de saúde que ultrapasse a lógica assistencialista, que tenha como ordem do dia a garantia de condições mínimas de vida como saneamento básico e água potável para todos.

Leia nossa declaração completa: Pela re-estatização da Vale sob gestão dos trabalhadores e controle popular, para enfrentar a mineração predatória

 
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