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GUARULHOS: CULTURA
Mais um fiasco para coleção: Virada Cultural cancelada em Guarulhos por falta de estrutura e segurança
Redação
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A cultura em Guarulhos há muito vem sendo tratada como lixo, como inclusive já relatamos aqui. Agora entra para o histórico de descaso para com as manifestações artísticas o cancelamento da programação da Virada Cultura Paulista, programada para acontecer no início do mês e que já contava com a participação de artistas como a banda Titãs. O que as autoridades alegam é que devido a não aprovação do Corpo de Bombeiros os shows não poderiam ser realizados.

A questão orçamentária tem sido pauta dos coletivos e artistas da cidade, que discutem e exigem um posicionamento sobre o orçamento, que prevê do orçamento de 23,3 milhões de reais para a pasta, serão destinados 19,7 milhões à folha de pagamento. Absurdo que fez fervilhar ainda mais os debates dos coletivos que se organizam na luta por políticas públicas para arte e cultura.

O Fórum do Audiovisual / Conselho Municipal de Política Cultural encaminhou uma carta aberta à Secretaria de Cultura / Prefeitura de Guarulhos diante do disparate do orçamento, evidenciando detalhadamente o quanto para tal linguagem não sobram nem migalhas. Veja alguns trechos:

Carta Aberta à Secretaria de Cultura / Prefeitura de Guarulhos

“Viemos por meio desta, enquanto realizadores do audiovisual em Guarulhos e dentro do Fórum do Audiovisual / Conselho Municipal de Política Cultural - Guarulhos, demonstrar o nosso profundo descontentamento diante dos rumos em que a administração municipal vem gerindo a pasta da cultura, em específico nas questões pertinentes às políticas públicas para o audiovisual.

Desde o início desta gestão houveram promessas e planos controversos e mal sucedidos, como é o caso da GRUCINE, que ocasionaram, por conseguinte um agravamento da já problemática situação das questões que inferem o audiovisual na cidade. Por outro lado, demandas apontadas como fundamentais para a sedimentação de políticas culturais para a área, sugeridas pelos produtores audiovisuais da cidade no FAGRU – Fórum do Audiovisual de Guarulhos realizado em março de 2017, e posteriormente na Conferência de Cultura realizada em setembro de 2017, foram absolutamente ignoradas”.

Mais adiante, dão foco e elucidam o absurdo do orçamento: “segundo divulgação no dia 23 de novembro de 2018 em plenária na Câmara Municipal, onde o Secretário de Cultura Adalmir de Abreu apresentou o orçamento previsto para a pasta da Cultura em 2019, não há previsão de recursos destinada para ações e políticas de fomento ao audiovisual.

Entretanto, nesta mesma previsão orçamentária, Abreu divulga que, do orçamento de 23,3 milhões de reais para a pasta, serão destinados 19,7 milhões à folha de pagamento. “O restante do valor, cerca de R$3,5 milhões, deverá ser empregado nas demais despesas da Pasta, investimentos e manutenção podem ser remanejados para outras pastas[1], ou seja, o governo pode ainda utilizar o restante para despesas em outras áreas (no mesmo pronunciamento Abreu comunica que 30% do orçamento será contingenciado) e eventualmente não utilizar recurso algum na Cultura”.

E a lista de absurdos é imensa e vai desde esta questão orçamentária e a falta completa da mínima infraestrutura, até o completo descaso para com o aparelho público e a deslavada cara de pau do poder público sugerindo que artistas se apresentem sem recebimento de cachê, relegando também a estes trabalhadores uma posição voluntarista enquanto por outro lado, faz questão de “embelezar” os pontos de comércio e shoppings para que os trabalhadores tenham como opção de lazer somente o que lhes impele ao consumo e alienação. Na edição do ano passado da Virada Cultural, houve um edital de chamamento de artistas locais a se apresentarem em caráter voluntário, enquanto que para os artistas “famosos” obviamente, houve pagamento de altos valores. À época do ocorrido, a atriz Janaína Reis declarou à Folha de São Paulo: “Me senti extremamente desrespeitada pela palavra ’voluntário’ e também porque há uma cláusula na qual o artista autoriza a sua imagem para a divulgação dos eventos. Então, vai além de não reconhecer o trabalho do artista e não pagar o cachê". Os coletivos e artistas locais produziram um manifesto nesta época, explicitando o caráter exploratório e absurdo do chamamento e recusaram-se a compor a programação do evento.

Recentemente também circulou na redes sociais um abaixo assinado contra os cortes feitos no projeto Circo Escola Cidade Seródio, cortes estes que causaram desemprego a diversos funcionários da instituição. Estima-se que cerca de 60% das famílias deixarão de ser atendidas pelo projeto.

É inaceitável que a cultura continue sendo sucateada. É direito de cada trabalhador e trabalhadora, jovem, negro, mulher, LGBT e da população pobre acesso garantido às mais diversas manifestações artísticas e culturais. CULTURA NÃO É LIXO! BASTA DE SUCATEAMENTO!

 
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