Na sexta-feira (14) uma greve convocada por diferentes setores sindicais será realizada para se unir ao movimento dos "Coletes Amarelos" e os estudantes que estão mobilizados contra o governo do direitista Emmanuel Macron.
Depois de uma declaração dos líderes sindicais emitida em 6 de dezembro, denunciando a "violência" dos "Coletes Amarelos", que oferecia ajuda a Macron na pior fase, muitas seções sindicais (federais e locais) e militantes individuais, incluindo membros da CGT, reagiram contra estas declarações pelas direções confederadas.
Este foi particularmente o caso da Federação Nacional das Indústrias Químicas da CGT, que denunciou que a declaração era uma "facada nas costas dos que atualmente lutam", pedindo uma reunião nacional da confederação para decidir sobre um plano de mobilização nacional e uma greve em todas as indústrias químicas e petrolíferas para esta sexta-feira (14).
Desde então, vários setores começaram a convocar uma greve naquele dia, quando inicialmente a direção da CGT disse que era um dia de ação mas sem greve. Entre esses setores, destacam-se os trabalhadores ferroviários e os trabalhadores de espetáculos inscritos na CGT, assim como as seções PSA Mulhouse e Valenciennes.
Mas além das federações e sindicatos locais da CGT, uma ampla intersindical da educação secundária e superior exige a mobilização de professores e pessoal administrativo.
A mobilização dos "Coletes Amarelos" do último sábado (8) (o chamado ato IV) mostrou que o clima autoritário e repressivo instituído pelo governo não tinha afetado a determinação do movimento e também mostrou que as manifestações podem obter muito mais do que os anúncios dados pelo presidente esta semana.
Dois meses atrás, o governo Macron que se apresentava como um governo "bulldozer", que era inabalável quando se tratava de implementar suas reformas, agora começa a mostrar sinais de recuo. Se a raiva generalizada se transformar em uma greve geral ativa, o único método que realmente bloqueia o país e permite que todos os trabalhadores se manifestem, poderia se reverter as reformas implementadas pelo governo.
Enquanto as grandes mobilizações dos "Coletes Amarelos" são aos sábados, as manifestações e ações continuam durante a semana. Como visto nos dias de hoje com o bloqueio de estradas de diferentes partes do país, além do bloqueio da entrada de três grandes fábricas e armazéns da Airbus, Amazon ou Louis Vuitton.
Essas iniciativas conjuntas que são realizadas no país mostram que existem condições para a mobilização se estender. Na capital, um comitê de ação e organização iniciado pelos ferroviários da estação de trem e o comitê de justiça e verdade de Adama reuniram-se para preparar as ações de sexta-feira. A ideia defendida pelos ferroviários era: fazer do dia 14 de dezembro um dia de greve ativa, deixar de trabalhar e convergir com outros setores mobilizados para ações comuns ao longo do dia.
Os jovens, além várias organizações estudantis e sindicatos estudantis pedem mobilização e, em várias universidades e escolas secundaristas, prepara-se bloqueios para se manifestar junto com coletes amarelos e trabalhadores em greve nas ações planejadas.
O governo Macron responde usando o ataque em Estrasburgo para pressionar e impor a desmobilização. O governo está tão encurralado que usa tão grosseiramente os ataques contra os manifestantes, a única maneira de responder é com a expansão e extensão do movimento, com mobilizações em que os setores em luta confluam.
A chantagem do governo não conseguiu impedir a mobilização e esta sexta-feira pode ser um sucesso e marcar o início de uma união de maior magnitude entre os "Coletes Amarelos", os jovens e os "coletes vermelhos"* dos trabalhadores.
*Os coletes vermelhos são uniformes que muitos trabalhadores têm de usar.
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