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CAPITALISMO E DOENÇAS MENTAIS
Crise econômica faz trabalhadores adoecerem: sobe 12% número de licenças por doenças mentais
Redação

O INSS concedeu 8.015 licenças para o tratamento de transtornos mentais e comportamentais adquiridos no ambiente de trabalho apenas nos primeiros nove meses deste ano, uma alta de 12% em relação ao mesmo período de 2017. O número de consultas psiquiátricas cobertas pelos planos saltou de 2,9 milhões em 2012 para 4,5 milhões em 2017.

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A crise econômica e a pressão no trabalho estão levando os trabalhadores a adoecerem. De acordo com dados de relatórios anuais da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) compilados pela Folha, o número de consultas psiquiátricas cobertas pelos planos saltou de 2,9 milhões em 2012 para 4,5 milhões em 2017. O aumento de 54% é o quíntuplo dos 10% registrados no mesmo período pelas consultas ambulatoriais de forma geral.

No INSS, os dados também são alarmantes. O instituto concedeu 8.015 licenças para o tratamento de transtornos mentais e comportamentais adquiridos no ambiente de trabalho apenas nos primeiros nove meses deste ano, uma alta de 12% em relação ao mesmo período de 2017.

A reportagem da Folha de S. Paulo que traz essa denúncia diz que “o problema é que a busca por maior produtividade tem gerado efeitos colaterais negativos”. Chama de "efeitos colaterais da busca por produtividade" o adoecimento de milhares de trabalhadoras e trabalhadores, como se essa “busca por produtividade” fosse um mal necessário e não expressão de um desemprego desenfreado gerado pelos empresários para sanar a crise sem precisar mexer em seus lucros, mas sim sobrecarregando seus funcionários com um trabalho impossível.

Parece preocupar-se mais com os gastos que tem gerado na previdência (que somam R$ 784,3 milhões) e nos planos de saúde que com resolver a questão da saúde dos trabalhadores entendendo as raízes do problema. Não o faz por entender que esses dados são nada menos que a manifestação de uma estrutura defeituosa da sociedade, que submete os trabalhadores a condições precárias de vida e de trabalho, para que sejam “produtivos” e paguem por uma enorme crise econômica criada pela ganância dos capitalistas.

A culpa por esse aumento de problemas de saúde mental está na crise e no desemprego, na exploração do trabalho a níveis letais, na privação de direitos, que privam não apenas as pessoas de uma vida digna, mas que às levam à situação-limite de não serem sujeitos, efetivamente, de suas próprias vidas. De estarem privadas materialmente da possibilidade de viverem de acordo com pretensões mínimas de liberdade e dignidade.

Contra isso, é mais que nunca necessário que façamos como os franceses na luta contra Bolsonaro e o autoritarismo judiciário. A explosiva mobilização dos "coletes amarelos" impôs uma derrota a Macron, e indica um caminho para os trabalhadores brasileiros contra essas condições de vida inaceitáveis. É fundamental que as centrais sindicais como a CUT e a CTB, que no Brasil dirigem milhões de trabalhadores, rompam com a sua paralisia e mobilizem toda a sua base para que possamos dar uma resposta dos trabalhadores para a crise.

 
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