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ESCOLA SEM MORDAÇA
Conselho Universitário da USP se posiciona contra o Escola Sem Partido e a favor da liberdade de cátedra
Redação

Em sessão extraordinária do Conselho Universitário (CO) da Universidade de São Paulo (USP) realizada nesta terça-feira, 13/11/2018, para aprovar as diretrizes orçamentárias para o ano de 2019 e o Plano Plurianual de gestão, um dos temas mais debatidos pelos Conselheiros foi a defesa da democracia, da autonomia universitária e da liberdade de expressão. diante da escalada autoritária do regime brasileiro, que teve como último salto de qualidade a eleição do capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro (PSL) para Presidência da República.

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Logo no início da sessão o Diretor da Faculdade de Direito da USP, Prof. Dr. Floriano Marques apresentou uma moção defendendo a “liberdade de cátedra, o livre pensar e a autonomia universitária” como “conquistas civilizatórias que não podem ser desafiadas”. Em seguida, professores de diversas unidades da USP, representantes de Congregações e Diretores de Institutos e Escolas, como a Politécnica, a Psicologia, a Filosofia, Letras e Ciências Humanas manifestaram acordo com a moção e apresentaram para a reunião moções [https://jornal.usp.br/universidade/comunidade-usp/congregacoes-da-usp-reafirmam-a-importancia-da-democracia/] que já haviam inclusive sido aprovadas em suas próprias unidades nesse mesmo sentido.

Os representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) também manifestaram repúdio às declarações dos recém-eleitos Presidente do Brasil e Governador do Estado de São Paulo, Jair Bolsonaro e João Dória, e em apoio a moção. O representante dos trabalhadores, Adriano Favarin, relembrou que o SINTUSP e os trabalhadores sempre foram linha de frente na defesa da Universidade e sua autonomia, tendo inclusive sido punidos pela última gestão, do Prof. Dr. Zago, com corte de salário e processos administrativos, por lutarem em defesa do direito dos trabalhadores.

Abaixo reproduzimos a fala do representante dos trabalhadores e Diretor do SINTUSP, Adriano Favarin, e a moção apresentada pelo Prof Dr. Floriano Marques, aprovada com mais de setenta votos favoráveis e nenhum voto contrário

“Acabamos de passar por uma eleição no país que em muitos sentidos modifica a estrutura do regime brasileiro vigente desde a redemocratização. A vitória de Jair Bolsonaro à Presidência e de João Dória para o governo do Estado e suas declarações favoráveis à cobrança de mensalidade nas Universidades, favoráveis ao cerceamento da liberdade de cátedra com o projeto Escola Sem Partido, a ameaça de intervenção direta na escolha dos Reitores das Universidades Federais e no ENEM e as intervenções do baixo escalão do judiciário e da PF e PM contra a livre expressão de ideias nas Universidades acendem uma luz amarela em relação à preservação da autonomia universitária.

Nós, trabalhadores, temos sido linha de frente na luta em defesa da autonomia universitária, da Universidade e do direito dos trabalhadores, inclusive chegando a sofrer, na gestão do Prof. Zago punições como corte de salário e processos administrativos por defendermos a Universidade.

O Professor Vahan em entrevista divulgada no Estadão de ontem afirmou que pretende evitar o radicalismo “dos dois lados”. Uma afirmação pretensiosamente neutra, mas que iguala o autoritarismo crescente de certas instituições sem voto dentro do regime, como o judiciário e as Forças Armadas, com a resistência dos estudantes, trabalhadores e professores que defendem a Universidade, a autonomia universitária e os direitos dos trabalhadores. Essa lógica do Professor significaria igualar a resistência dos estudantes da Filosofia da Maria Antônia com a violência dos fascistas do CCC que assassinaram o jovem secundarista José Guimarães.

É necessário, portanto, que esse Conselho se posicione categoricamente em defesa da liberdade de cátedra, contra o Escola Sem Partido e contra qualquer tentativa de intervenção do governo federal ou estadual na autonomia universitária.”

 
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