Foto/Murdo Macleod
As escolas públicas escocesas deverão a partir de agora abordar questões como a homofobia, a transfobia, a exploração das distintas diversidades junto aos estudantes, assim como a história do movimento LGBTI. Uma vitória da luta da comunidade LGBTI.
As modificações no currículo da RSE ( Educação sobre relacões e sexo, sigla em inglês), em vigor desde o ano 2000 de forma não obrigatória, são as mais significativas realizadas desde que a “Secção 28” foi levantada, lei imposta pela conservadora primeira ministra Margaret Thatcher em 1988 que impedia a “promoção da homossexualidade” pelas autoridades, incluindo-se as escolares.
De acordo com as autoridades escocesas, todas as escolas estatais “receberão apoio para ensinar a igualdade e a inclusão da comunidade LGBTI” em diferentes faixas etárias e conteúdos agrupados em diversos temas, que “incluírão terminologia e identidade LGBTI, abordando a homofobia, a bifobia e a transfobia, preconceitos em relação com a comunidade LGBTI e promovendo a conscientização sobre a história dos direitos e dos movimentos LGBTI”.
O governo escocês aceitou as 33 recomendações do Grupo de Trabalho de Educação Inclusiva LGBTI, que procura melhorar a experiência de aprendizagem dos jovens LGBTI.
Jordan Daly, co-fundador da campanha TIE ( Inclusive Education Time) disse: “Após três anos de campanha, estamos felizes que a educação inclusiva LGBTI se torne uma realidade em todas as escolas estaduais escocesas. Esta é uma vitória monumental para a nossa campanha e um momento histórico para o nosso país.
“A implementação da educação inclusiva LGBTI em todas as escolas públicas é a primeira do mundo, em um momento de incerteza global, isto envia uma mensagem forte e clara para a juventude LGBTI de que eles são valorizados aqui na Escócia”.
“A educação é uma das ferramentas mais importantes que temos para enfrentar o bullyng, o preconceito e a discriminação, e molda a estrutura da nossa sociedade”.
Agora, o governo deverá estabelecer os prazos e métodos de implementação das modificações na RSE. Jonh Swinney, o vice primeiro-ministro da Escócia, disse que a “Escócia já é considerada um dos países mais progressistas da Europa para a igualdade LGBTI”.
De acordo com informações oficiais, as recomendações do Grupo de Trabalho de Educação Inclusiva LGBTI incluem melhorar a inclusão da comunidade LGBTI, melhorar a prática e orientação para professores, outorgar formação profissional para atuais professores e futuros monitores e inspeções escolares de inclusão LGBTI.
O Grupo de Trabalho de educação inclusiva LGBTI vem se reunindo desde maio de 2017 e voltará a reunir-se como parte de um grupo de implementação mais ampla. As recomendações deverão ser entregues antes do atual mandato parlamentar em maio de 2021.
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