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Ministra da Agricultura de Bolsonaro: milionária amiga da JBS
Redação

Tereza Cristina é Deputada do DEM e atual presidente da reacionária Frente Parlamentar Agropecuária, e apoiou Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Foi indicada por ruralistas à Ministra da Agricultura, indicação acatada pelo novo presidente do Brasil.

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Imagem: O Globo

Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (7) a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) como ministra da Agricultura. Conheça quem é a nova ministra, também chamada de “Musa do Veneno”.

Deputada e empresária do setor rural, líder da bancada ruralista (ou bancada do boi), a atuação de Cristina como deputada federal foi fundamental para o avanço do Projeto de Lei 6299 (PL do Veneno), depois de 16 anos parado na Câmara frente à resistência de ambientalistas e especialistas em saúde. Neste ano, foi presidente da comissão especial da Câmara dos Deputados que aprovou este projeto de lei que favorece a liberação dos agrotóxicos.

Ela trocou de partido, do PSB para o DEM, após ser destituída da direção estadual do PSB por votar a favor da reforma trabalhista, contrariando a orientação da sigla, e após votar contra o prosseguimento da segunda denúncia contra Temer. Chegou a ser cotada para ser vice da chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) na corrida presidencial.
O patrimônio da deputada cresceu quase 500 vezes durante seu primeiro mandato: de R$ 10,3 mil em 2014 para R$ 5,1 milhões neste ano, segundo autodeclaração patrimonial feita ao TSE.

Patrocinada pelo agronegócio

A deputada federal Tereza Cristina recebeu doações de executivos diretamente ligados aos agrotóxicos na sua campanha de reeleição para o Legislativo.
Na campanha de 2014, a deputada recebeu financiamento de R$ 100 mil da Vetorial Siderurgia, empresa multada pelo Ibama por cometer infrações ambientais, juntamente com 300 mil do Banco BTG Pactual, investigado pela Operação Lava Jato, figurando assim entre os candidatos que mais arrecadaram doações, somando quase R$ 4,3 milhões em receitas.

A deputada enfrenta na Justiça uma cobrança de dívida no valor de 4,6 milhões de uma de suas antigas doadoras da campanha de 2014, a holding J&F Investimentos, controladora da JBS, de Joesley e Wesley Batista. A parceria milionária entre Cristina e JBS foi fechada quando ela era secretária de Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul durante toda a gestão do governador André Puccinelli (2007-2014) que é acusado de ter recebido propina da JBS em troca de benefícios fiscais que beneficiaram a empresa entre 2012 e 2014, história relatada pelos irmãos Batista em suas delações. Em 2014 a JBS doou R$ 103 mil às coligações do então partido de Cristina.

Na campanha de 2018, a deputada recebeu doações de 12 empresários ligados ao agronegócio, que totalizaram, até 24 de setembro, R$ 350 mil, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.

Depois da doação de seu próprio partido, o maior doador da campanha da deputada, foi o executivo Marcos Marinho Lutz, diretor-presidente da Cosan e membro do Conselho de Administração da Raízen, gigante da fabricação de etanol e maior exportadora individual de açúcar no mercado internacional. Lutz doou R$ 100 mil. Parceiro de Lutz, o presidente do conselho de administração da empresa, Rubens Ometto Silveira Mello, é o maior doador individual de todas as campanha. Já desembolsou R$ 6,63 milhões para 57 candidaturas, sendo R$ 50 mil para candidatura de Cristina.

Entre os doadores está o empresário rural Ismael Perina Júnior, que doou R$ 15 mil para a reeleição de Cristina. Ele é presidente do Sindicato Rural de Jaboticabal e membro do conselho consultivo da Coplana, que vende agrotóxicos para seus cooperados em sete cidades do interior de São Paulo.
Das pessoas diretamente ligadas aos agrotóxicos, o maior financiador da candidatura de Cristina foi Celso Grieseang, um dos proprietários da Sementes Tropical, com doação de R$ 37,5 mil. A empresa dele comercializa fungicidas em parceria com a gigante multinacional Syngenta.

Entre os financiadores da deputada neste ano, está também o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional da Agricultura e Agropecuária (CNA), Luis Alberto Moraes Novaes, que doou R$ 10 mil.
Outros patrocinadores da campanha à reeleição da deputada são: o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SBR), Pedro de Camargo Neto, que doou R$ 20 mil e o ex-presidente da SBR, Flávio Pascoa Teles de Menezes, com R$ 50 mil; o ex-presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis no Mato Grosso, Alex Nobuyoshi Utida, com doação de R$ 12,5 mil e o empresário rural Cláudio Fernando Garcia de Souza, criador de gado Nelore em no Mato Grosso do Sul, com R$ 10 mil.
Também doaram o produtor de soja, Walter Schlaterr (R$ 20 mil) e o vice-presidente da Cooperativa dos Cotonicultores de Campo Verde (Cooperfibra), Gustavo Pinheiro Berto (R$ 25 mil). O empresário rural Adolpho Mellao Cecchi contribuiu com R$ 20 mil.

PL do veneno

O Brasil está entre os países que consomem mais agrotóxicos no mundo.
O PL 6299 visa atualizar a legislação dos Agrotóxicos, criada em 1989. Aprovado por uma comissão em junho, o PL deve ser submetido para votação no plenário da Câmara dos Deputados ainda neste ano.

Proposto em 2002 pelo então senador e hoje ministro da agricultura Blairo Maggi, sugere uma série de mudanças para afrouxar as regras sobre o uso, controle, registro e fiscalização de agrotóxicos .

Até mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a enviar carta ao Congresso alertando sobre os perigos do projeto. “As modificações ao atual marco legal enfraquecem significativamente os critérios para aprovação do uso de agrotóxicos, colocando ameaças a uma série de direitos humanos.

O projeto sofreu forte resistência quando a nova proposta foi apresentada esse ano: foram mais de 20 manifestações da comunidade científica, entre elas o Instituto Nacional do Câncer, a Fiocruz e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

 
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