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ELEIÇÕES 2018
Bolsonaro e Paulo Guedes prometem privatizar os Correios, um ataque histórico aos trabalhadores
Rafaella Lafraia
São Paulo

Os Correios será uma das 50 estatais que passará, já no primeiro ano, pelo processo de privatização no governo de Jair Bolsonaro. Não podemos deixar que este ataque e todos os outros como as reformas sejam implementadas para que nós paguemos por uma crise que não é nossa. Nos organizemos para além das eleições para fazer com que os capitalistas é que paguem pela crise.

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Foto: Reprodução/Internet

"Os Correios têm grande chance de entrar (na privatização), porque o seu fundo de pensão foi simplesmente implodido pela administração petista. Hoje os Correios têm muitas reclamações", disse o presidenciável à TV Band.

Como mostrado aqui, o discurso de Jair Bolsonaro sinalizou claramente ao mercado, que o programa ultraliberal defendido por Paulo Guedes seria levado adiante, afirmando que no primeiro ano de seu mandato privatizaria ou simplesmente extinguiria 50 estatais, entretanto, não havia pronunciado quais seriam. Nesta terça-feira (23), o “filho indesejado” da Lava Jato, afirmou à TV Band, que os Correios possuem grande chance de ser uma das primeiras estatais a passar pelo processo de privatização se ele for eleito no domingo.

De acordo com Jair Bolsonaro, sua equipe econômica tem um planejamento que distribui as estatais em categorias, para avaliação do processo de privatização e os Correios tem grande chance de entrar neste processo pois, segundo ele a estatal é alvo de reclamações e seu fundo de pensão causa prejuízo. A realidade é que para enriquecer ainda mais os empresários, é preciso além de privatizar, retirar as mínimas condições de dignidade que restam aos trabalhadores da categoria.

Ainda em declaração, ele coloca demagogicamente para os funcionários e servidores, mas de agrado ao mercado e acionistas – que são, junto com o autoritário judiciário, seus verdadeiros donos e senhores como mostra seu programa de governo no qual entregará de bandeja o patrimônio público para os imperialistas – que a análise das estatais será feita com muito critério e que ele e sua “corte de extrema direita” busca o que é melhor para o Brasil, não dizendo quais seriam as outras estatais no momento.

Desde seu programa de governo, Jair Bolsonaro já evidencia a maior subordinação a política externa brasileira aos interesses imperialistas. Em várias entrevistas deixou claro que seu governo está alinhado com os capitalistas, fazendo com que os trabalhadores que paguem a conta da crise, como mostrado aqui e reforçado quando diz que a reforma da Previdência será conversada e avançará passo a passo com os congressistas.

Contra esse programa escravista de entrega da gigantesca empresa dos Correios, precisamos defender na luta que os trabalhadores sejam aqueles que administrem os Correios, que os Correios sejam 100% estatal sob controle popular, sem qualquer intervenção privada por parte de acionistas.

Um programa operário e anticapitalista que enfrente o programa ultraneoliberal do golpismo e de Bolsonaro passa pelo não pagamento da dívida pública, a estatização sob gestão dos trabalhadores e controle popular de todas as grandes empresas envolvidas em corrupção, que os Correios sejam 100% estatal e administrados pelos trabalhadores, uma Petrobras 100% estatal sob administração dos petroleiros, a proibição das demissões e a elevação do salário mínimo ao patamar exigido pelo DIEESE, repartindo as horas de trabalho entre empregados e desempregados sem redução salarial.

O PT de Fernando Haddad e de Lula dirige a maior central sindical do país, com milhões de filiados. Nessa situação urgente, o que a CUT e a CTB estão esperando para organizar milhares de comitês de base em todo o país para derrotar Bolsonaro, os golpistas e as reformas nas ruas e locais de trabalho? Essas centrais dirigem os sindicatos dos Correios em diversos pontos do país, por que não convocam imediatamente assembleias para que os carteiros decidam um plano de luta para enfrentar essa ameaça de privatização?

Exigimos das centrais sindicais e entidades estudantis assembleias e a construção e massificação de comitês de base para preparar um plano de luta que culmine em uma forte paralisação nacional que nos prepare para os ataques que estão por vir após as eleições, mas também todo o plano do golpe institucional. Isso significa revogar a reforma trabalhista, a PEC do teto dos gastos, a lei da terceirização irrestrita e impedir que seja aprovada a reforma da previdência e as privatizações, além do não pagamento da dívida pública fraudulenta. Essa frente única na ação permite que seja a classe trabalhadora que articule uma saída à esquerda para a crise, contra o programa ultraneoliberal de Bolsonaro e Paulo Guedes.

Diante de eleições brutalmente manipuladas, que querem impor uma mudança reacionária no regime político do país, compartilhando do ódio e da vontade de luta de todos os trabalhadores e jovens que querem derrotar Bolsonaro, acompanhamos seu voto nas urnas e votamos criticamente em Haddad.

Entretanto, lançamos esse voto crítico em Haddad sem dar nenhum apoio político ao PT, já que não compartilhamos de sua estratégia de conciliação de classes meramente eleitoral e de seu programa - que significou em tempos de crise ajustes contra os trabalhadores - completamente impotente para frear a extrema direita.

Temos que nos organizar desde cada local de trabalho e estudo, construindo uma grande força anticapitalista, capaz de fazer pela via da luta de classes com que sejam os capitalistas aqueles que paguem por essa crise.

 
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