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DECLARAÇÃO DA FAÍSCA
Bolsonaro quer esmagar a juventude: exigimos da UNE milhares de comitês para derrotar a extrema direita, o golpismo e as reformas
Faísca Revolucionária
@faiscarevolucionaria
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Bolsonaro, herdeiro do autoritarismo da ditadura militar e bajulador dos torturadores, é representante da mais selvagem continuidade do golpe institucional. Quer, pela força e repressão, aprofundar os ataques de Temer contra os trabalhadores, a juventude e os setores oprimidos. Fortalecido pela manipulação das eleições pelo Judiciário golpista, que impediu o direito do povo decidir em quem votar, apoiado na crescente politização das Forças Armadas e em grupos econômicos ligados a interesses imperialistas, Bolsonaro e essa extrema direita asquerosa querem esmagar o espírito de Junho de 2013 e impor uma transformação reacionária no regime político em frangalhos. Além de destilar ódio contra as mulheres, o povo negro e os LGBTs, tem como objetivo arrancar o couro dos trabalhadores e da juventude para salvar os lucros capitalistas em meio à crise.

A juventude que se levantou em Junho de 2013, que ocupou escolas e universidades em todo o país em 2015 e também em 2016 contra o golpismo e tomou as ruas na Primavera Feminista, tem em Bolsonaro seu inimigo declarado. Assim como o MBL e seu liberalismo raivoso, com Kim Kataguiri que hoje apoia o candidato do PSL, querem dar uma saída reacionária ao descontentamento de Junho, expressão dos limites do gradualismo lulista num país marcado pela submissão e espoliação imperialista. Por isso, nós, da Faísca, acompanhamos todos os jovens e trabalhadores que, contra Bolsonaro e sua base social reacionária, desejam expressar seu rechaço nas urnas e votamos criticamente em Haddad. Mas não damos nenhum apoio político ao programa e à estratégia do PT, que em seus treze anos de governo abriu espaço para o golpe institucional ao governar com a direita, privilegiou o ensino privado, não legalizou o direito ao aborto e agora se mostra disposto a novamente rifar esse direito para garantir acordos com a Igreja, além de dar garantias de que não debaterá o kit anti-homofobia nas escolas.

Em várias universidades pelo Brasil, os estudantes estão realizando assembleias, votando atos e paralisações e organizando sua revolta. Em várias delas, nós da Faísca estamos intervindo e defendendo uma estratégia que esteja à altura de derrotar tudo o que Bolsonaro representa e travar esse combate, capaz de vingar com nossa luta todos os que caem pelas mãos dessa extrema direita que demonstra até onde é capaz de ir pelos interesses dos capitalistas, sendo símbolo o assassinato do capoeirista Mestre Moa do Katendé na Bahia. Para isso, devemos superar a estratégia meramente eleitoral do PT, que quer canaliza para as urnas todo o ódio de classe que sentimos contra a extrema direita, enquanto constrói a passividade no movimento de massas e levanta um programa que é incapaz de fazer com que sejam os capitalistas a pagarem pela crise.

A UNE e a UBES, dirigidas pelo PCdoB (UJS) da Manuela D’Ávila e pelo PT de Haddad, devem romper com sua paralisia eleitoralista, que, junto às traições da CUT e da CTB, foi incapaz de barrar o avanço do golpe institucional e mais uma vez se mostra impotente frente à extrema direita. Por que essas entidades seguem imóveis? Cada estudante que se revolta com Bolsonaro e os ataques de seus seguidores deve exigir dos grêmios estudantis, dos Centros Acadêmicos, e DCEs que organizem essa luta, em reuniões nas escolas e universidades. Exigimos centenas comitês de base por todo país, que impulsionem e organizem a luta e a auto-defesa contra Bolsonaro e seus capangas, o golpismo e suas reformas, pelos métodos da luta de classes, construindo um plano de luta que culmine em paralisações e greves. Não se trata de comitês para campanha eleitoral, como os que vêem imperando, e sim organismos massivos que unifiquem todos os estudantes para a ação pela base. Em cada curso, escola e universidade, devemos multiplicar nossa força para que cheguem a milhares de jovens e para que cada um deles possa ser sujeito desse combate, afastando o medo por uma resposta coletiva. Assim também barraremos qualquer medida de repressão ao movimento estudantil, como a decisão do Judiciário golpista contra uma reunião dos estudantes na UFPR.

A juventude deve se aliar aos trabalhadores por um programa para que sejam os capitalistas a pagarem pela crise

Enquanto Bolsonaro se pinta de “anti-sistema”, com um discurso nacionalista para “salvar o Brasil”, “acabar com o desemprego e a corrupção”, esse político, os grupos econômicos que o apóiam, sua equipe econômica, com Paulo Guedes, planejam entregar o país e todas as suas riquezas nacionais, a começar pela Petrobrás, ao imperialismo, privatizando todas as estatais para garantir o pagamento da ilegal e ilegítima dívida pública. Seu programa para o desemprego, que reafirma que devemos escolher entre “todos os direitos e nenhum emprego” e “menos direitos e algum emprego”, vem para massacrar a juventude trabalhadora, que já ocupa os piores postos de trabalho e vem sentindo na pele as medidas do golpista Temer, com a aprovação da Lei de Terceirização Irrestrita e a Reforma Trabalhista.

Na educação, enquanto faz fama contra a “ideologia de gênero” e o chamado “kit gay”, defendendo também o “Escola sem partido” e a militarização das escolas, avança para censurar os conteúdos em sala de aula e calar a criticidade da geração que ocupou escolas.Seu assessor do programa de educação é contra as cotas raciais e quer acabar com “as ideologias” para ensinar “a verdade sobre 64.” Com isso, esconde que considera os gastos atuais com educação “suficientes”, que propõe Ensino à distância até mesmo no Ensino Fundamental e quer precarizar a educação, para além das já aprovadas reformas do Teto dos Gastos e do Ensino Médio, e abrir espaço ainda mais à privatização, inspirado no modelo chileno ditatorial de Pinochet.

Assim, atacando as condições de trabalho e estudo da juventude, em um país no qual a crise social se expressa pelos altos índices de violência, Bolsonaro também aparece como aquele que quer responder à criminalidade, reduzindo a maioridade penal. Apoiada pelo Judiciário brasileiro que mantém cerca de 40% dos presos sem julgamento, essa extrema direita quer reprimir e encarcerar ainda mais a juventude, principalmente negra e pobre, sem lhe oferecer qualquer alternativa de futuro.

As traições das centrais sindicais cumpriram um importante papel de desmoralizar os trabalhadores, estando muitos deles voltando agora seus olhos à saída reacionária de Bolsonaro. Entretanto, o fato de, apesar do papel das grandes centrais, a Reforma da Previdência não ter sido aprovada por Temer demonstra que o gigante operário brasileiro não está estrategicamente derrotado. Agora os capitalistas se ancoram no autoritarismo de Bolsonaro contra as organizações operárias e os movimentos sociais para querer aprofundar o legado golpista e finalmente aprová-la.

Desse modo, a juventude que hoje quer se levantar em resposta à extrema direita tem como desafio conseguir incendiar a classe trabalhadora, mostrando que, contra a base social de Bolsonaro que se moraliza, a aliança entre operários e estudantes pode ser uma força social imparável, um polo ativo que prepare o enfrentamento com os atores econômicos, políticos, militares e sociais que saíram de seus bueiros definitivamente e que farão pesar contra nós a crise capitalista, mesmo no improvável cenário de Bolsonaro perder. Por isso, é tarefa de cada comitê conformado pelos estudantes organizar a luta e levar às fábricas e aos locais de trabalho um programa para que sejam os capitalistas a pagarem pela crise e se chocar com a saída ultraneoliberal que defende essa extrema direita e sua ideologia conservadora, que reprimir a livre sexualidade e identidade de gênero.

Ao contrário do programa que o PT já aplicou no segundo mandato Dilma, atacando os trabalhadores e cortando da educação, e que hoje novamente propõe, sem ao menos mencionar as reformas de Temer nos programas de TV, para pintar “de verde e amarelo” alguma “governabilidade” com golpistas e o imperialismo, devemos levantar uma saída independente e batalhar para construir uma alternativa política revolucionária que supere o PT pela esquerda. Apenas atacando os lucros dos capitalistas, revogando as reformas de Temer, não pagando a dívida pública para garantir verbas à educação, defendendo o salário mínimo do Dieese e a redução das horas de trabalho sem redução de salário contra o desemprego, por uma Petrobrás 100% estatal sob gestão dos petroleiros e controle popular, podemos batalhar por outra perspectiva de futuro à maioria da juventude, aliada aos trabalhadores.

Essa é a estratégia e o programa que nós da Faísca - Anticapitalista e Revolucionária levantamos, chamando cada jovem estudante e trabalhador a conhecer nossas ideias e travar esse combate ao nosso lado, sendo o Esquerda Diário um importante instrumento que colocamos a esse serviço, em tempos de fake news. Ao mesmo tempo, na luta contra a extrema direita batalhamos pela mais ampla unidade na ação entre todos os setores da juventude e da classe trabalhadora, inclusive os sindicatos e movimentos petistas, para derrotar os ataques aos nossos direitos e às nossas condições de vida.

Contra toda a propaganda asquerosa dos direitistas, queremos que a ideia do comunismo, de uma transformação radical da sociedade pela raíz, pelo fim da existência de explorados e exploradores e oprimidos e opressores, ganhe as mentes e os corações de todos aqueles que veem na degradação desse regime e desse sistema capitalista miserável a impossibilidade de um futuro que valha a pena. Como mostraram os jovens em Maio de 68 e a juventude argentina recentemente contra os ajustes de Macri e seus acordos com FMI, é na aliança com os trabalhadores que devemos encontrar forças para subvertê-lo.

 
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