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ELEIÇÕES RIO 2018
Ligações perigosas: MUSPE, Wilson Witzel e Bolsonaro
Luiz Henrique
Professor da rede estadual em Resende, RJ

O que poderia ser uma tentativa de formar uma frente ampla, na verdade é apenas uma camarilha de diversas burocracias sindicais com o intuito de bloquear a luta dos servidores e de fortalecer elementos da extrema direita fluminense.

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O movimento unificado dos servidores públicos estaduais (MUSPE) é uma frente composta por representantes de diversos sindicatos e associações de diversas categorias de profissionais do estado do Rio de Janeiro. No entanto, o que poderia ser uma tentativa de formar uma frente ampla, na verdade é apenas uma camarilha de diversas burocracias sindicais com o intuito de bloquear a luta dos servidores e de fortalecer elementos da extrema direita fluminense.
Fonte: Muspe

O “movimento sem base”, apelido dado pelos professores após de greve de 2016 (devido ao pequeno volume de manifestantes que levava aos atos), é composto e controlado em grande medida por diversos sindicatos do poder judiciário e da polícia, como o SINDJUSTIÇA (justiça), ASSEMPERJ (ministério público), SINDPOL/COLPOL (polícia civil), SIND-DEGASE (agentes do DEGASE), AMBERJ (bombeiros) e SINDSISTEMA (agentes carcerários). O MUSPE conseguiu uma certa notoriedade muito por conta de ter participado de diversos atos do Sindicato Estadual dos Profissionais da educação do RJ (SEPE).

Para além de se aproveitar do movimento dos professores para tentar obter benefícios, o MUSPE realizou em Junho uma série de sabatinas, que contou com a presença de diversos pré-candidatos de partidos do sistema, como Pedro Fernandes (PDT), André Monteiro (PRT), Leonardo Giordano (PC do B) e reacionário Wilson Witzel que acabou por ser o primeiro colocado no primeiro turno das eleições a governador do estado do rio, e que já declarou abertamente defender políticas como aumento da intervenção nas favelas, uso de força letal pela polícia e privatização da UERJ.

A única exceção neste evento foi o comparecimento do candidato do PSOL, Tarcísio Mota, seguindo a estratégia equivocada de aproximação com a polícia, como já apontamos antes.

Leia também: Sem moral nenhuma, Witzel e Paes defendem teste de integridade contra servidores

No mês seguinte o MUSPE ainda realizou um novo evento onde reuniu dez candidatos a deputados para assinarem uma carta compromisso com diversas demandas sindicais. Desta vez apareceram candidatos do PRTB (Cabo Mara, Mesac Eflain,) , PSB (Ramon Carreira, Mario Porto, Clara da Rocha), PTC (Doria), PSOL (Ary Girota) e do PSC (Marcio Garcia). Embora não tenham encampado abertamente nenhuma candidatura, é fácil perceber que há um alinhamento maior do movimento com partidos associados ao fortalecimento do bonapartismo judiciário a partir do discurso de “combate a corrupção”, do que com pautas mais progressistas.

No contexto em que o governo do Rio de Janeiro é disputado por duas candidaturas de direita, é inadmissível que a direção do SEPE continue tentando forçar uma aliança com uma burocracia sindical que cada vez mais guina a direita. É preciso que a vanguarda de luta das trabalhadoras e trabalhadores da educação retome o SEPE dos setores burocráticos que se adaptaram a uma organização que flerta diretamente com a extrema direita representada por Wilson Witzel.

Desta forma, entendemos que SEPE deve romper imediatamente com o MUSPE, para poder ser capaz de construir um programa de luta com independência de classe para barrar os ataques dos capitalistas, como a reforma do ensino médio e sua BNCC, o “escola sem partido”, a militarização das escolas, fortalecendo um movimento capaz de impor o não pagamento da dívida pública e uma Petrobrás 100% estatal sob controle dos trabalhadores.

 
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