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Bolsomito2k18: Um jogo escravocrata para espancar mulheres, negros e sem-teto
Virgínia Guitzel
Travesti, trabalhadora da educação e estudante da UFABC

Intitulado ‘Bolsomito 2k18’, jogo torna o presidenciável do PSL protagonista de uma ‘luta contra os males do comunismo’ cuja missão final é eliminar uma ‘ditadura ideológica espancando mulheres, negros e sem-teto.

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As redes sociais estão compartilhando denúncias sobre este jogo, apontando que apesar das tentativas da equipe de campanha, a realidade é que o jogo desenha as diversas declarações LGBTfóbicas, racistas e machistas do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que está concorrendo no segundo turno graças a manipulação e diversas medidas arbitrárias do judiciário brasileiro com apoio da Rede Globo e uma histórica pressão patronal.

Com uma eleição extremamente polarizada em andamento, marcada por uma grande angustia sobre o futuro do país, uma desenvolvedora de jogos criou um game que promete polêmica. Na animação, o player se coloca na pele do candidato do PLS à Presidência da República, Jair Bolsonaro, e ganha pontos ao matar militantes gays, feministas e integrantes de movimentos sem-terra.

As diversas expressões reacionárias dos seus eleitores e apoiadores como levar armas para as urnas ou as denúncias de fotos com homens com tatuagens e camisetas com símbolos nazistas, novamente seus apoiadores entendem que o jogo não “tem nada demais”. Assim como tentam desfazer a imagem do candidato que apoia torturadores e defende regime militar, os mesmos que hoje fazem pouco caso deste jogo, são os que tiram foto satirizando o ataque a homenagem feito a deputada Marielle Franco, brutalmente assassinada pelo Estado e sem justiça após de mais de 6 meses do ocorrido e poucos dias depois tendo sua irmã agredida por estes apoiadores. São estes mesmo que não veem nada demais no avanço da extrema direita contra os negros, mulheres e LGBT que defendem "Escola sem Partido" e um suposto "combate a doutrinação", escondendo que as escolas já seguem uma doutrinação dos poderosos que venceram, omitindo a história de luta das mulheres, dos negros que se rebelaram contra a escravidão e da população LGBT que esteve presente em toda a história da humanidade. É com estes discursos que se dizem imparciais, mas carregam enorme ódio contra setores mais oprimidos da sociedade que chegamos ao brutal assassinato do Mestre Moa do Catende a facadas por criticar o candidato e personagem principal do jogo que satiriza agressão e violência.

Não aceitamos a banalização da violência sofrida por racismo, machismo e LGBTfobia que este jogo bizarro de Bolsonaro expressa. Alertamos aqueles que acreditam que estes valores reacionários sejam "fakenews" até que ponto chega a perversidade de seus apoiadores. Neste caso especifico, mais uma vez fica claro que o candidato não tem nenhum combate a violência ou em defesa da segurança, mas sim, que quer legalizar o porte de armas e fortalecer as forças armadas assim como dar carta branca a polícia militar para aumentar a violência contra os movimentos sociais incluindo o de moradia, assim como aos sindicatos, as entidades estudantis e também os setores oprimidos da sociedade.

Para enfrentar a extrema direita, é mais que necessário, é urgente que fortalecemos uma esquerda combativa e militante nos locais de trabalho e de estudo, que parta de compreender como chegamos até esta situação fruto dos anos de conciliação dos governos do PT, com aberturas e alianças com a direita reacionária, assimilando os métodos de corrupção e abrindo espaço para o golpe institucional. As distintas manobras e manipulação que colocaram Bolsonaro como favorito, superando a direita tradicional brasileira, colocam para a geração de Junho de 2013 voltar a se organizar sem depositar sua energia e confiança nas eleições. É preciso nos preparar para um possível governo do Haddad mais a direita e mais ajustador do que os anteriores do PT, e muito mais para a possibilidade de Bolsonaro ser eleito e pesar ainda mais as já posições conquistadas pela extrema direita que hoje é a segunda maior bancada do Congresso Nacional. Precisamos, ainda que nos digam o contrário, apostar na mobilização independente dos trabalhadores, jovens, mulheres e negros no Brasil pra enfrentar a continuidade do golpe institucional e a extrema-direita.

 
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