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BOLSONARO AGRONEGÓCIO
Reacionária Frente Parlamentar Agropecuária beija os pés de Bolsonaro
Redação
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Hoje a Frente Parlamentar da Agropecuária, maior e mais reacionário lobby político em Brasília, lançou carta de apoio a Bolsonaro. Sua carta rememora seu papel destacado no impeachment e seu irrestrito apoio a todo golpismo, bem como relata seu entusiasmo com cada medida de ataque aos direitos trabalhistas e a qualquer lampejo de respeito ao meio-ambiente. 261 deputados e senadores se reúnem nesta frente que reúne a fina flor do esgoto de defesa de trabalho escravo, de uso irrestrito de agrotóxicos, de ataque aos indígenas e quilombolas.

Nesta terça-feira foi organizada cerimônia para que fosse lida a carta de apoio (na íntegra abaixo) ao reacionário defensor de completa submissão aos Estados Unidos, fim dos direitos trabalhistas e liberdade do armamento de jagunços para reprimir trabalhadores e pobres no campo. Bolsonaro não ficou atrás e prometeu na conversa que extinguiria a Secretária do Meio Ambiente. Quer total e irrestrita liberdade para uso indiscriminado de agrotóxicos para agradar sua base de apoio no campo.

O apoio do agronegócio a Bolsonaro não nasceu nesta reunião, a UDR e a Sociedade Rural já haviam declarado voto, bem como asessores de Alckmin para esta área já tinham aderido à chapa de Bolsonaro e Mourão. Para Casa Grande nada melhor do que quem quer abolir o 13o salário e promete extinguir as auditorias do Ministério Público para coibir o trabalho escravo.

Por outro lado, o PT e Haddad tem dados numerosos sinais ao mercado e aos golpistas que gostariam de pacificar o país e construir um pacto que perpassasse a realização de reformas que o mercado demanda, como a da Previdência, este apoio de peso dos ruralistas a Bolsonaro deve motivar uma renovada pressão no partido de Lula para sua moderação e busca do “centro”.

Mas quem é esta Frente Parlamentar da Agropecuária e de onde vem sua força?

A Frente Parlamentar da Agropecuária na oposição desde meados do segundo governo Dilma, foi parte importante da base de apoio do governos do PT. Kátia Abreu, atual candidata a vice-presidente de Ciro, foi a figura mais proeminente desta negociata, que também envolvia os Maggi, Marun e toda corja latifundiária. Durante todo governo do PT as posições econômicas e políticas deste setor se fortaleceram. Não faltou crédito subsidiado ao agronegocio, não faltaram isenções de impostos e ajudas do BNDES.

Do alto de seu poderio, este grupo de interesse demanda mais e mais, e agora quer se imiscuir nas eleições para que prevaleçam seus interesses reacionários.

Nos anos de governo do PT o peso do agronegócio no PIB aumentou exponencialmente, alcançando 23,5% do PIB em 2015, e a concentração de terras também aumentou muito involuindo de uma concentração de 0,816 em FHC para 0,82 em 2014 (sendo 1 concentração total e 0 distribuição igualitária).

Para se aprofundar no peso econômico e político do agronegócio leia: “O agronegócio na economia e política brasileira em meio à guerra comercial EUA-China, parte 2”

Com este peso econômico a bancada do “boi” tem crescido, e já alcança estrondosos 60% dos deputados do centro-oeste como signatários formais desta frente (informalmente é maior ainda está bancada), veja os dados conforme região:

Elaboração própria baseado em dados do site da “Frente Parlamentar da Agropecuária”

Com este apoio Bolsonaro mostra que terá uma importante base de “governabilidade” caso eleito, poderá se apoiar em todo o interior do país onde tradicionais caciques políticos e fazendeiros se confundem, e com seus votos procurar acabar com a aposentadoria e direitos trabalhistas, bem como avançar pautas machistas e racistas, bem ao sabor da Casa Grande.

Contradições do agronegócio em meio à guerra comercial EUA-China
O primeiro capítulo da guerra comercial, com aumento dos impostos americanos sobre a China e outros países resultou em contra-medidas por parte da China que elevou os impostos sobre a soja americana, resultando em um mercado cativo pro latifúndio brazuca.

No entanto esse benefício imediato esta repleto de contradições. Se por um lado a China é a compradora em última instância de todas commodities brasileiras, toda logística, tecnologia de agrotóxicos, sementes geneticamente modificadas é dos imperialismos americanos e europeus. Soma-se a isso crescente penetração do capital financeiro brasileiro e europeu no campo.

O agronegócio e Bolsonaro tomam posições políticas alinhadas aos EUA e Trump, mas isso pode vir a se tornar uma espada sob sua cabeça se gerar contradições com os compradores chineses. A instabilidade do arranjo atual está anunciada.

Para se aprofundar nos interesses imperialistas atravessando o campo brasileiro, leia: “O agronegócio na economia e política brasileira em meio à guerra comercial EUA-China

Leia na íntegra a carta da Frente Parlamentar do Agronégocio

FPA declara apoio a Jair Bolsonaro

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne 261 deputados federais e senadores, anuncia apoio oficial ao candidato do PSL Jair Messias Bolsonaro, atendendo ao clamor do setor produtivo nacional, de empreendedores individuais aos pequenos agricultores e representantes dos grandes negócios.

Como signatária do apoio irrestrito às ações do Judiciário e do Congresso Nacional durante o processo de impeachment, a FPA reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da nossa agricultura e do Brasil.

Entendemos que a geração de empregos e renda é a melhor forma de garantir estabilidade econômica e social, alcançando toda a população.

Alavancar nosso desenvolvimento econômico é a grande oportunidade de resgate da dignidade do povo brasileiro, a partir da construção de um Estado que proporcione educação, saúde e segurança pública de qualidade.

As recentes pesquisas eleitorais trazem o retrato da polarização na disputa nacional, o que causa grande preocupação com o futuro do Brasil.

Portanto, certos de nosso compromisso com os próximos anos de uma governabilidade responsável e transparente, uniremos esforços para evitar que candidatos ligados a esquemas de corrupção e ao aprofundamento da crise econômica brasileira retornem ao comando do nosso país.

Tereza Cristina, presidente da FPA

 
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