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RIO GRANDE DO SUL
Eduardo Leite é Marchezan ao governo do RS: a cara nova do PSDB para repetir Sartori
Guilherme Garcia

No Rio Grande do Sul, o PSDB tenta se apresentar com “caras novas” na política do Estado, para capitalizar pela direita o desgaste da casta política, com candidatos jovens como o prefeito Nelson Marchezan Jr nas eleições de 2016 em Porto Alegre e agora com o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite, candidato ao governo do Estado. Apenas uma máscara para esconder a política de ajuste e privatização.

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Ambos vem com um perfil de jovens empreendedores, querendo se mostrar como figuras novas na política, mas que na verdade trazem, nessas eleições manipuladas pelo o judiciário, a velha política reacionária em atacar os direitos dos trabalhadores e da população em geral, sucateando os serviços públicos para privatizar e entregar nas mãos dos capitalistas. Aumento de impostos e passagens do transporte público, investir em parcerias-públicos-privadas que na prática servem para utilizar dinheiro do orçamento público para gerar lucro ao setor privado. Essas figuras novas que defendem e admiram a administração de Sartori, e o próprio Leite afirmou que “o governo Sartori tem diretrizes corretas. Não temos divergências profundas, mas diferenças de estilo”, essas diretrizes que são atacar os direitos dos trabalhadores, parcelando e atrasando seus salários.

Ainda que se mostrem com perfis diferentes, representam a mesma política golpista e anti-operária para privilegiar e enriquecer os capitalistas. Marchezan se mostra com uma cara mais à direita, com um perfil mais empresarial onde o mesmo diz que uma cidade como Porto Alegre deve ser gerida como uma empresa, ou seja, esta a serviços da sede de lucro do empresariado e manter um feroz combate contra a organização dos trabalhadores, como foi quando tentou aprovar com urgência na Câmara dos vereadores a Reforma da Previdência dos servidores do município, e os municipários foram ferozmente reprimidos pela Guarda Municipal de Marchezan. Assim como neste ano, o prefeito tucano conseguiu aprovar a lei chamada de “antivandalismo” que prevê uma série de punições às distintas formas de manifestações políticas, como organizar atos de rua que poderia render uma multa de 4 mil reais, ou pixações e colagens poderiam receber multas de até 12 mil reais, mostrando um autoritarismo sem tamanho contra os trabalhadores e a população. Quando a indignação e o protesto contra as medidas do prefeito crescem, cresce também as medidas autoritárias e punitivas contra quem se levanta.

Eduardo Leite tem se mostrado com um perfil diferente do que Marchezan, aparecendo mais como o “cara preocupado” com os serviços públicos e a infraestrutura do Estado, com uma linha mais de centro, nem de direita nem de esquerda, tentando mostrar soluções mais viáveis para a população, mas sua resposta principal para os problemas dos serviços públicos gaúcho é a privatização, como já anunciou que irá privatizar a CEEE, Sulgás e CRM, logo nos primeiros 6 meses do mandato(link). Na prefeitura de Pelotas Eduardo Leite, tentou por várias vezes em sua gestão entregar o serviço de água e esgoto para iniciativa privada, e a continuidade de sua gestão em Pelotas, que está agora nas mãos de Paula Mascarenhas, irá seguir com os planos de privatizar a água da população. Leite também já anunciou em outra entrevista que o Banrisul deverá ser privatizado, mas depois voltou atrás e disse que ela não deveria ser privatizada, mas provavelmente isso não passe de discurso eleitoral, já que a venda do banco estatal é uma medida bastante impopular no estado, é provável que assim que assumisse o governo iria vender a empresa. Essas promessas eleitorais de não privatizar as estatais para garantir os votos é uma prática comum do PSDB, o próprio Marchezan prometeu nas eleições de 2016 que não iria privatizar a Carris, a maior empresa de transporte público do RS, e assim que venceu as eleições e antes mesmo de assumir a prefeitura já anunciava sua intenção de privatizar a estatal, e assim que assumiu o governo já saiu atrás de compradores para a empresa.

Eduardo Leite também usará o tema de segurança pública para justificar maior repressão em cima dos servidores e professores que fazerem greves e manifestações contra os ataques aos trabalhadores. Assim como Marchezan que tomou medidas autoritárias contra as manifestações públicas em Porto Alegre, em Pelotas, Paula Mascarenhas que é a sucessora de Leite na prefeitura, criou um plano de chamado “Pelotas Pela Paz, onde institui um toque de recolher na cidade, entre as 22h e as 4h, proibindo o consumo de álcool em espaços públicos e inclusive a circulação de crianças e adolescentes, prevendo multas severas para os pais e responsáveis pelos jovens que estiverem na rua nesse horário, e os jovens podem ser abordados pela Guarda Municipal. O plano ainda prevê premiação aos policiais que recolherem armas, ou seja, mais dinheiro público para “incentivar” a polícia a reprimir ainda mais. Da mesma forma Marchezan tentou aplicar um decreto no fim do ano passado para restringir a juventude que frequenta as noites da Cidade Baixa tradicional bairro boêmio de Porto Alegre. Não podemos esperar menos do tucano se assumir o governo do Estado em aplicar as mesmas medidas para reprimir mais a população gaúcha. Além disso o vice de Leite é o Delegado Ranolfo (PTB), que em uma entrevista recente à Rádio Gaúcha defendeu parceria-público-privadas para construir mais presídios de pequeno portes, com intuito de aumentar a população carcerária onde a maioria nem foi julgada. Além de utilizar dinheiro público para enriquecer o setor privado na construção desses presídios.

Eduardo Leite e Marchezan que se apresentando como “os novos” para a política mas mostram admiração pela gestão do governador Ivo Sartori (MDB), que além de tantas medidas brutais que tomou em sua gestão como os parcelamentos de salários, privatizações e fechamento de fundações, fez cortes pesados de verbas destinadas para a saúde e educação pública, o sucateamento desses serviços é a justificativa de Sartori para as privatizações que os tucanos pretendem implementar. Esses mesmo sucateamentos ocorreram em Pelotas, principalmente na área da saúde, como foi o escandaloso caso dos exames de pré-câncer papanicolau que eram feitas na rede pública do município e analisados em um laboratório privado, onde a maior parte dos exames não chegavam a ser analisados, e alguns realizados por amostragem pelo laboratório. Muitas mulheres que fizeram o exame tiveram seus resultados dados como negativo, e depois descobrirem tarde que os resultados eram falsos, e algumas mulheres chegaram a ficar em estado grave do câncer, e outras chegaram a morrer. Nós do Esquerda Diário denunciamos na semana passada as denúncias de fraudes que foram feitas durante a gestão de Leite, e a gestão não se manifestou diante das denúncias, nem mesmo após terem sido alertadas pelos médicos da rede pública. Após nossa denúncia, Eduardo Leite tentou censurar o Esquerda Diário com um processo judicial, no qual até mesmo a justiça interpretou como sendo uma censura a liberdade de expressão.

Vemos hoje na gestão de Marchezan em Porto Alegre que não teve nada de novo, a não ser a velha política golpista, privatista, amiga dos capitalistas e contra os trabalhadores, o que seria a mesma coisa com Eduardo Leite no governo do Estado: mostrando com uma cara nova, preocupada com o funcionalismo dos serviços públicos, mas vai seguir sucateando o serviços públicos para privatizar. Assim como fez com as tentativas de privatizar a água em Pelotas, irá fazer o mesmo no governo do Estado. Como vimos no governo de Yeda Crusius (2007 - 2010), também do PSDB em sucatear e precarizar os serviços da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) na tentativa de justificar a privatização da estatal. Como Leite, Yeda também prometeu durante sua campanha em não privatizar o Banrisul, mas assim que assumiu, a tentativas de privatizar a estatal foi inúmeras, onde inclusive conseguiu vender 42% de ações do banco público aos capitalistas.

Eduardo Leite representa a velha política golpista do PSDB, onde irá conceder mais privilégios a elite gaúcha, enriquecer os grandes capitalistas, sucatear os serviços públicos e privatizá-los, além de atacar os trabalhadores com a continuidade de parcelamento dos salários dos servidores e professores do Estado, como Sartori vem fazendo nos últimos três anos , e manter o pagamento da dívida do Estado com a União, que segue como parte do pagamento da dívida pública nacional, que serve apenas para enriquecer os banqueiros imperialistas, e para o Governo Federal cumprir o pagamento irá avançar em ataques contra a classe trabalhadora, como a aplicação completa da Reforma Trabalhista e a aprovação da Reforma da Previdência, onde qualquer governo que assuma após essas eleições manipuladas, irá pautar esses brutais ataques contra os trabalhadores ocorram para garantir o pagamento, e não vai ser muito diferente do governo que assumirá no Estado do Rio Grande do Sul, que irá manter religiosamente o pagamento da dívida enquanto os trabalhadores sofrem com salários de miséria e a precarização dos serviços públicos.

 
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