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Escândalo na Igreja católica alemã por milhares de casos de abuso sexual
La Izquierda Diario

Em um novo escândalo que salpica a Igreja católica, foi publicado um informe que confirma pelo menos 3.677 abusos sexuais desde 1946 na Alemanha.

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A Igreja católica não para de somar escândalos relacionados com casos de abuso sexual e pedofilia. A crise, que agora chegou na Alemanha, golpeia com força a instituição eclesiástica, cuja política histórica foi negar os casos e encobrir os abusadores, abrindo todo tipo de internas nos corredores vaticanos.

Um informe reservado elaborado por encomenda da Conferência Episcopal alemã documenta um total de 3.677 casos de abusos sexuais, cometidos por 1.670 religiosos católicos desde 1946 até 2014, segundo revela a edição digital do semanário “Der Spiegel”.

Para dois terços das vítimas, os executores dos abusos eram seus confessores ou padres com os quais possuíam algum tipo de vínculo religioso

De acordo com o semanário, que remete à documentação recolhida por pesquisadores das Universidades de Mannheim, Heidelberg e Giessen, este tipo de situação é um “problema massivo” no seio da Igreja católica e persiste na atualidade.

Aproximadamente a metade das vítimas desses abusos eram menores de 13 anos e a cada seis casos, um se caracterizou por “alguma forma de violação”, segundo cita a publicação.

Segundo as revelações do “Der Spiegel”, os pesquisadores das universidades examinaram cerca de 38 mil atas e material procedente das 27 dioceses alemãs. Em sua maioria se trata de material e atas internas que até agora não tinham sido publicadas e que, segundo “Spiegel”, eram “estritamente confidenciais”.

O informe parte da base de que, junto aos casos documentados, existe uma “cifra escura” de muitas outras situações de abuso que não poderão ser investigadas, seja porque as atas foram destruídas, seja por falta de testemunhos.

A Conferência Episcopal alemã encomendou esse estudo às Universidades devido o escândalo dos abusos sexuais que sacudiram a Igreja católica alemã em 2010, o que gerou uma crise de credibilidade para o catolicismo alemão.

Em março de 2011 a Igreja católica ofereceu pagar uma indenização de 5 mil euros a cada uma das vítimas de abusos sexuais, com a possibilidade de aumentar essa quantidade para os casos mais graves.

A difusão desses conteúdos pelo “Der Spiegel” foi criticada pelo bispo Stephan Ackermann, coordenador da Conferência Episcopal para a investigação de abusos sexuais, que lamentou que tenham vazado informações “confidenciais” e que até agora não conheciam sequer os membros de sua instituição.

A irritação de Ackermann ocorre também porque a Igreja pretendia utilizar o informe para tratar de limpar sua imagem, utilizando os dados com discrição, em meio a uma onda internacional de denúncias por abusos em todo o mundo.

Após nem uma semana, um fiscal de Nova York abriu uma investigação sobre as oito dioceses católicas desse Estado, pedindo aos organismos religiosos que aportassem os documentos de que dispunham e informação sobre os pagamentos realizados a possíveis vítimas.

A meados de agosto, houve um escândalo que chegou desde a Pensilvânia, onde a Corte local publicou 300 casos documentados de sacerdotes que abusaram de mais de mil pré- adolescentes e adolescentes. O fiscal denunciou o encobrimento pela igreja da Pensilvânia e do Vaticano.

Junto com o informe de mais de 1.300 páginas com os terríveis testemunhos das vítimas, se publicou um “manual” que usava a Igreja para encobrir os padres violadores. Se trata de um procedimento de sete passos que não foram aplicados só na Pensilvânia, mas também em todos os casos de abusos, encobrindo os abusadores e negando o testemunho das vítimas.

A revelação deste novo informe na Alemanha não só aumenta o escândalo internacional pela onda de denúncias relacionadas com os casos de abuso sexual, mas também aprofunda a guerra interna no vaticano.

Já a fins de agosto a interna se esquentou com a publicação de uma carta do arcebispo Viganò, representante diplomático em Washington entre 2011 e 2016, na qual pedia a renúncia de Bergoglio. Na extensa carta Viganò acusava o atual Papa de conhecer desde junho de 2013 as denúncias de abusos sexuais que pesavam sobre o cardeal Theodore McCarrick e de o ter
encontro durante anos.

Viganò e o setor da cúria a que pertence, têm relações com organizações da extrema-direita dos EUA e se enfrentam com Bergoglio por disputas nas parcelas de poder e em última instância pela condução da milenária e reacionária instituição.

Bergoglio trata de sair bem localizado desta “guerra interna” com setores ultra-conservadores da Igreja. Entretanto, os escândalos por abuso que hoje saem à luz ao redor do mundo, não fazem mais do que mostrar que uns e outros são parte da mesma rede silenciada e justificada por cada um dos estamentos da hierarquia eclesiástica.

 
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