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ALEMANHA-BRASIL
Merkel viaja ao Brasil para consolidar relação de parceria preferencial
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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, será recebida na próxima quinta-feira em Brasília pela presidente Dilma Rousseff e está disposta a assinar uma relação de parceria preferencial, apesar do conturbado momento político-econômico do Brasil.

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O governo alemão se negou a entrar em especulações sobre um eventual julgamento político ou processo para provocar o impeachment de Dilma e lembrou que ela é "uma presidente reeleita e legitimada pelas urnas". Além disso, eles explicaram que a primeira Reunião de Consultas Intergovernamentais entre os dois governos, que ocorrerá durante a visita de Estado da chanceler, é uma questão "largamente planejada".

Apesar disso, como informamos na edição desta segunda-feira, a visita de Merkel em busca de negócios segue a opinião do Financial Times, que publicou nota dizendo que "Dilma deveria permanecer no cargo", uma postura semelhante à de Obama que vê na crescente abertura do governo petista aos capitais estrangeiros um enfraquecimento do Mercosul e a possibilidade de mais acordos bilaterais com o Brasil.

Acompanhada por seis ministros e de secretários de Estado de outros cinco ministérios, Merkel vai embarcar amanhã rumo a Brasília para uma cúpula bilateral logo após o fechamento da sessão do Bundestag (parlamento) que deve dar sinal verde ao terceiro resgate à Grécia.

A Alemanha tem este formato de consultas apenas com alguns países da União Europeia - França, Espanha, Itália, Holanda e Polônia - e, fora deste âmbito, com aliados tradicionais como Estados Unidos e Israel, assim como China, Índia e Rússia, nesse último caso suspensas por causa do conflito na Ucrânia.

Que a inclusão do Brasil nesse rol ocorra em meio ao escândalo de corrupção na Petrobras, manifestações contra o governo e previsões de contração do PIB de 2% neste ano é, para Berlim, uma situação pontual.

Esta será a quarta viagem de Merkel como chanceler ao Brasil - após a de 2008 e as duas de 2014. Dilma, por sua vez, visitou a Alemanha tanto como presidente como, anteriormente, como ministra do governo Lula.

A agenda oficial da chanceler inclui, na quinta-feira, um café da manhã com empresários alemães que não integram sua delegação e depois as consultas intergovernamentais, que devem ter cerca de cinco horas de duração. Além disso, Merkel foi convidada para um jantar oferecido por Dilma no Palácio da Alvorada.

Ao contrário do habitual em outras viagens, não está prevista uma reunião com a oposição.

Em relação às consultas, não devem ser esperados acordos quantificáveis em negócios multimilionários, segundo os porta-vozes, mas uma série de declarações conjuntas voltadas a proteção climática, biodiversidade, inovação, cooperação e intercâmbio cultural.

Exatamente o que Dilma fez na visita a Obama: sem acordos precisos, mas sinalizando o novo "modelo petista" de autonomia e integração latinoamericana: a busca por compradores imperialistas do que o governo se dispõe a privatizar.

Os ministros que acompanham Merkel são os de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier; Saúde, Hermann Gröhe; Meio Ambiente, Barbara Hendricks; Agricultura, Christian Schmidt; Transportes, Alexander Dobrindt, e Cooperação, Gerd Müller.

Não estará na delegação o vice-chanceler, ministro da Economia e líder social-democrata, Sigmar Gabriel, oficialmente por razões de agenda, o que causou estranheza para a imprensa alemã, devido ao peso do aspecto econômico nas relações bilaterais.

O volume global dos investimentos alemães no Brasil é de 19,4 bilhões de euros (R$ 74,2 bilhões), no que entram tanto os grandes consórcios do país como indústrias médias.

O volume de exportações alemãs ao Brasil foi, em 2014, de 11,8 bilhões de euros (R$ 45,15 bilhões). Já o de importações foi de 6,6 bilhões (R$ 25,25 bilhões).

O imperialismo alemão tem grandes interesses no Brasil, mantendo importantes bases de operação de várias de suas maiores empresas, como a Volkswagen, Siemens, Basf, Bayer. Diante da crise econômica na Europa e a diminuição dos negócios no continente, Merkel busca diversificar sua relações comerciais para a América Latina. A disposição do PT em privatizar poços de petróleo e vender ações da Petrobrás, além de rodovias e ferrovias, portos e aeroportos, é mais do que suficiente para que o imperialismo alemão entenda que o PT ajuda seus negócios no país.

Esquerda Diário/EFE

 
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