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OPINIÃO
A que ponto chegamos?
Kenji Ozawa

Os índices de suicídio e doenças psíquicas disparam ao mesmo tempo que testemunhamos fenômenos aberrantes e as distopias dominam o imaginário. Mas não estamos diante da crise da humanidade, apenas da crise do capitalismo.

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Cena de abertura do filme Elysium (Neil Blomkamp, 2013)

“Ser para a morte”. Talvez essa definição de ser humano do filósofo existencialista Martin Heidegger jamais tenha sido tão popular quanto hoje. Enquanto as estatísticas de suicídio e doenças psíquicas disparam, o mundo testemunha o encarceramento e a violência contra os imigrantes na Europa e nos EUA e, mais recentemente, onde a fronteira brasileira encontra a Venezuela. No décimo aniversário da recessão econômica internacional cujo marco inicial é a quebra do banco de investimentos norte-americano Lehmann Brothers, já está claro que a crise mundial é muito mais que uma crise econômica. Mas o que é afinal
essa crise? Seria uma crise civilizatória ou espiritual? E, mais importante, como viemos parar aqui?

O espírito de época vigente foi brilhantemente capturado nos diálogos do popular desenho animado Rick and Morty. No oitavo episódio da primeira temporada, o personagem Morty diz à sua irmã: “ninguém existe de propósito, ninguém pertence a lugar algum e todo mundo vai morrer. Venha assistir TV”. Essas linhas sintetizam a consciência e o estilo de vida deuma juventude cujos sonhos, cuja perspectiva de futuro está sendo esmagada e dilacerada pela crise. Uma geração que se compara aos seus pais quando tinham a mesma idade e, enquanto eles já tinham bons empregos um diploma de graduação era qualificação mais que suficiente para se sustentar uma família, hoje, até os poucos que têm pós-graduação e conhecimento de duas ou mais línguas estrangeiras não têm garantia de nada.

A plena realização das nossas potencialidades humanas depende de bases materiais
adequadas. Basta imaginarmos quantos Einsteins, Darwins, Shakespeares e Goethes não existem hoje nas comunidades pobres de todo o planeta, gênios que nunca serão descobertos porque carecem do acesso à educação e outros direitos e necessidades dos mais elementares. A Revolução Industrial foi um eminente progresso em relação às possibilidades de cada indivíduo. Mas, como bem disse Marx em 1856, em discurso proferido na ocasião do aniversário do People’s Paper:

“Hoje em dia, tudo parece levar em seu seio sua própria contradição. Vemos que as
máquinas, dotadas da propriedade maravilhosa de encurtar e fazer mais frutífero o
trabalho humano, provocam a fome e o esgotamento do trabalhador. As fontes de
riqueza recém-descobertas convertem-se, por arte de um estranho malefício, em
fontes de privações. [...] O domínio do homem sobre a natureza é cada vez maior;
mas, ao mesmo tempo, o homem se converte em escravo de outros homens ou de
sua própria infâmia. Até a pura luz da ciência parece não poder brilhar mais que
sobre o fundo tenebroso da ignorância. Todos os nossos inventos e progressos
parecem dotar de vida intelectual as forças produtivas materiais, enquanto reduzem a vida humana ao nível de uma força material bruta. ”

168 anos depois, o mundo tornou-se capaz de produzir alimentos suficientes para 12
bilhões de pessoas
, quase o dobro da população mundial. Ao mesmo tempo, 4 pessoas morrem de fome por segundo! Enquanto 8 bilionários têm a mesma riqueza que os 3.600.000.000 (3,6 bilhões!) de pessoas mais pobres, 10,7% da humanidade ainda vive abaixo da linha da pobreza. Mas a maior de todas as contradições do capitalismo talvez seja a de que, enquanto o desenvolvimento científico e tecnológico diminui drasticamente o tempo de trabalho necessário para a produção e a reprodução das condições materiais de existência da sociedade, esse aumento de produtividade não resulta numa diminuição generalizada da jornada de trabalho, dividindo-se o trabalho de maneira que todos trabalhem menos e, consequentemente, todos trabalhem. Resulta, pelo contrário, no prolongamento do trabalho por 10, 12 ou até 14 horas por dia vis-à-vis um contingente cada vez maior de desempregados.

O nível tecnológico de hoje já possibilitaria uma redução da jornada de trabalho a 6
horas/dia, 5 dias/semana, sem redução do salário real. Se essa redução soa impraticável ou “utópica”, é porque isso também diminuiria os lucros capitalistas. Quando os trabalhadores europeus conquistaram a primeira limitação legal da jornada de trabalho, também os capitalistas da época argumentaram que aquela lei seria a ruína da indústria. De fato, o comunismo é frequentemente descrito como uma “utopia”, todavia, a ideia comunista é um tanto quanto modesta: diminuir progressivamente a jornada de trabalho através da planificação da economia mundial, abolindo as fronteiras nacionais, de maneira que tenhamos cada vez mais tempo livre para dedicar à arte, ciência, cultura, lazer, esporte, à música e à poesia, a estar junto àqueles que amamos e a desenvolver todas as nossas potencialidades.

O personagem Morty e sua irmã, Summer: venha assistir TV!

A internacionalização da economia capitalista, a concentração populacional nos centrosurbanos, a grande escala e o caráter cada vez mais social da produção, o papel preponderante e quase “planejador” do sistema bancário-financeiro, a intervenção estatal, o desenvolvimento de tecnologias capital-intensivas e poupadores de trabalho, mecanização, robótica, informatização, etc. etc…. são todas tendências históricas do capitalismo que o tornam cada vez mais “redundante” e criam as condições materiais para a sua própria superação. Isso não significa que o socialismo é inevitável e muito menos cairá do céu. É absolutamente falso afirmar que, para Marx, o socialismo será realizado pelo próprio desenvolvimento espontâneo do capitalismo. Às tendências objetivas do desenvolvimento
capitalista é preciso somar a ação subjetiva, consciente do ser humano, pois, como já vimos, todo progresso civilizatório pode transformar-se em seu contrário, vide as duas guerras mundiais, o holocausto, a produção de um arsenal nuclear capaz de erradicar a vida terrestre, a degradação ambiental, a atual crise migratória;Socialismo ou barbárie” - era assim que Rosa Luxemburgo resumia o dilema da nossa época.

Então, como viemos parar aqui? Ao longo dos últimos 170 anos, os trabalhadores lutaram repetidas vezes pelo poder. No século XIX, obteve-se algumas reformas, entre as quais se inclui o próprio sufrágio universal, independente do critério de renda, que não foi uma concessão do liberalismo e sim uma vitória do movimento socialista. Todavia, a Primeira Guerra Mundial pôs fim à época do acúmulo de reformas graduais. Desde que transitou de sua época industrial-concorrencial para a época imperialista-monopolista, tudo aquilo que o capitalismo dá aos trabalhadores com sua mão esquerda nos momentos de bonança econômica é tomado de volta com a mão direita logo na primeira crise. Além disso, a experiência histórica do século XX provou que, a despeito dos heróicos sacrifícios dos trabalhadores, das apaixonantes histórias de cada processo revolucionário que os livros escolares e mesmo as universidades escondem, a causa das derrotas foi sempre que as suas lideranças políticas estavam aquém das aspirações e da radicalidade dos próprios trabalhadores.

A única exceção à essa regra foi a Rússia, onde existiu uma organização revolucionária que passou mais de uma década preparando-se sob o sanguinário regime do czar até que a insurreição que essa organização viria a dirigir em outubro de 1917 transferisse o poder político para os soviets, os conselhos operários auto-organizados cujos mandatários eram eleitos nas fábricas, entre os próprios trabalhadores, e podiam ser revogados e substituídos a qualquer momento: o Partido Bolchevique. A democracia dos soviets que existia nos primeiros anos da Revolução Russa foi destruída por uma casta burocrática surgida do atraso da economia russa, da devastação da Primeira Guerra Mundial e da guerra civil revolucionária e, sobretudo, do isolamento da revolução nesse país destroçado e miserável. Joseph Stalin foi o principal representante dessa burocracia parasitária que desorientou os partidos comunistas ao redor do mundo e, inclusive, sabotou propositalmente revoluções como, por exemplo, a Revolução Espanhola, lindamente retratada pelo filme Terra e Liberdade (1995), do cineasta britânico Ken Loach.

Apesar disso, o assim chamado "bloco soviético” capturou a imaginação, as mentes e os corações de milhões de homens e mulheres em todo o planeta. O desenvolvimento econômico da URSS era uma prova concreta, palpável de que uma organização econômico-social distinta do capitalismo é possível. No países centrais, o fantasma do comunismo obrigou o capitalismo a vestir uma máscara “humana” através das políticas de Welfare State. Já na periferia capitalista, o correlato dessa guerra ideológica contra o comunismo foi o pensamento desenvolvimentista, financiado pela ONU, que também recrutou intelectuais sinceros e criou grandes expectativas. Naquele tempo, todos sabiam que nenhuma mudança social é possível a não ser pela via do engajamento político-partidário. Esse otimismo em relação à política foi duramente golpeado pela maneira como o capitalismo foi restaurado na URSS e nos demais países do Leste Europeu e, inclusive, na China. Isso não se deu por derrota militar ou por algum complô de meia dúzia de reacionários da CIA, muito menos por um suposto colapso hecatômbico do modelo econômico, mas porque, grosso modo, a própria burocracia stalinista usurpou e vendeu para si mesma a propriedade socializada, transformando-se em capitalistas, donos das antigas firmas estatais privatizadas.

Terra e Liberdade (Ken Loach, 1995) – O stalinismo ajuda o exército burguês a desarmar as milícias operárias.

Ao mesmo tempo que os próprios partidos ditos comunistas destruíam e pilhavam as
economias planificadas de dentro para fora, o neoliberalismo desmontava as custosas políticas de Welfare State que só foram possibilitadas, em primeiro lugar, pela demanda que a destruição da 2ª G.M. produziu e pelo medo do comunismo. Em vários países da Europa, os agentes do neoliberalismo foram os próprios partidos social-democratas cuja origem remonta àquelas lutas do movimento operário do século XIX. Tal foi o caso do Partido Socialista francês e do PSOE espanhol, entre outros. Essa traição das lideranças dos trabalhadores de ambos os lados da Cortina de Ferro reatualiza as lições do século XX em relação à necessidade de se construir uma organização revolucionária que se prepare antecipadamente, tal qual o Partido Bolchevique, mas também causou uma crise de subjetividade tão profunda que os trabalhadores têm até dificuldade de se identificarem como trabalhadores, de se reconhecerem como uma classe, a tal ponto que o empresário João Dória pode eleger-se prefeito de São Paulo dizendo: eu sou o João trabalhador.

A geração do autor deste artigo já nasceu sob a égide da ideologia do “fim da história”, segundo a qual o capitalismo teria triunfado definitivamente, estaríamos vivendo no auge da civilização humana e as questões sociais, ambientais, os problemas de toda sorte resolver-se-iam por si mesmos gradativamente. Ao invés da organização política e de um Estado do qual se exigem direitos sociais e serviços públicos, etc., construir um mundo melhor agora caberia à própria sociedade civil, às ONGs e aos empreendedores e consumidores “responsáveis”, verdes, etc. A globalização neoliberal teria feito da rivalidade entre potências uma coisa do passado; todos os países poderiam crescer juntos através do comércio multilateral. O socialismo foi igualando ao stalinismo, como se toda tentativa de transformação social que rejeite o mercado e a democracia liberal-representativa estivesse fadada de antemão ao totalitarismo. Não seria dessa maneira que as parcelas oprimidas da
sociedade, como as mulheres e os negros conquistariam a sua emancipação, mas através do empoderamento individual e do preenchimento de cargos de poder no Estado e nas empresas.

Em outras palavras, as soluções não eram mais coletivas, políticas, e sim individuais. O “pensar local, agir global” era o ethos de um mundo aparentemente pós-político e pós-ideológico, mundo este que a célebre canção Ideologia, de Cazuza, retrata com maestria. A Restauração Burguesa não se reduziu à restauração do capitalismo nos ex-Estados operários do oriente, mas foi toda uma etapa histórica de retrocessos não só objetivos, pela mudança desfavorável da correlação de forças entre capital e trabalho internacionalmente, mas também subjetivos, por esse triunfalismo capitalista que moldou a subjetividade de todo um estrato comparativamente mais jovem da população mundial. No entanto, o início da crise econômica mundial foi também o fim da Restauração, e a juventude não tardou a se aperceber do abismo entre a realidade e aquele discurso idílico a respeito de um capitalismo que harmonicamente dá fim às suas mazelas. Em que pese o desfecho labiríntico da Primavera Árabe, ditaduras decenárias foram derrubadas por uma rebelião de massas de proporções inéditas desde o século passado.

Desde o Occupy Wall Street até junho de 2013 passando pela Praça Tahrir, a revolta dos jovens manifestou-se nas ruas ao redor do globo. No Brasil, seguiram-se as greves selvagens de categorias como garis e rodoviários em 2014, as ocupações secundaristas em 2015 e 2016 e culminando, em 2017, na maior entrada em cena da classe trabalhadora desde o fim da ditadura, na greve geral de 28 de abril e na marcha de mais de 100 mil pessoas que se sucedeu um mês depois em Brasília. Porém, como décadas de propaganda burguesa igualando socialismo e stalinismo apagaram a revolução do horizonte de setores de massas, parece não haver projeto político capaz de despertar paixões virtuosas como aquelas do século passado. Aparentemente, à juventude não resta nada além do pessimismo cultural mais vulgar, segundo o qual o ser humano é naturalmente mal, sempre foi e sempre será, e nada está tão ruim que não possa piorar. Assim se explica, por um lado, a explosão de doenças psíquicas e suicídios e, por outro, o sucesso de animações
criativas e inteligentíssimas, embora niilistas, como Rick and Morty. Eis como viemos parar aqui.

Videoclipe Ideologia (1988), de Cazuza.

Poucos percebem que esse novo espírito de época pós-Restauração não é nada mais e nada menos que o mesmo velho gradualismo otimista da Restauração virado de trás para frente. A ideia de que tudo irá melhorar de pouco em pouco deu lugar à decadência infinita, que já se representa numa série de filmes e séries distópicos. Por exemplo, no filme Elysium (Neill Blomkamp, 2013), todos os ricos fugiram para uma estação espacial enquanto a Terra transformou-se numa favela de dimensões planetárias, superpopulosa e inóspita, onde vivem e trabalham os pobres. Ainda assim, as pessoas sobrevivem e mesmo essa pano de fundo, por mais degradante e revoltante que possa ser, não se compara à fome, ao terror de duas guerras mundiais, aos cataclismas que antecipam os processos revolucionários. Também é por isso que, hoje, a palavra “resistência” está tão na moda entre os movimentos sociais. O gradualismo às avessas é a negação justamente daquilo que distinguia o Partido Bolchevique de outras organizações operárias: o pensamento estratégico. A estratégia é a arte de vencer, de impor a sua vontade ao inimigo. Se a perspectiva é de decadência permanente, não há um inimigo que é preciso derrotar; tudo que se pode fazer é tentar frear a tendência declinante e preservar o máximo possível as
coisas como estão.

A contradição, como se já houvessem suficientes, é que tamanho ceticismo não tem
nenhuma razão de ser. Se, por um lado, temos visto fenômenos aberrantes como as
tendências a rivalidades interestatais representadas por Donald Trump, Marine Le Pen e o Brexit, a aparição de partidos de extrema-direita como o Aurora Dourada e o esgotamento do ciclo de governos “pós-neoliberais”, ditos progressistas, na América Latina, por outro, o surgimento de mediações políticas neorreformistas à esquerda dos partidos tradicionais, como o grego Syriza e o espanhol Podemos, e figuras como Bernie Sanders e Jeremy Corbyn, revela uma busca ainda tateante, meio cega e meio surda, de setores de massas por um projeto coletivo e antissistêmico. Essa situação mundial de polarização entre novos fenômenos políticos à esquerda e à direita é consequência daquilo que Antonio Gramsci denominava “crise orgânica”: uma crise geral, econômica, política e social, que ocorre quando um grande empreendimento para o qual as classes dominantes precisaram de um
consenso mais ou menos generalizado da sociedade como um todo fracassa.

Em nosso caso, o grande empreendimento que fracassou foi a globalização neoliberal, bem entendida como a própria Restauração Burguesa. Enquanto o velho não termina de morrer e o novo não termina de nascer, surgem novas formas de pensar e de sentir. E se essa situação transitória ainda não se transformou numa situação de luta aberta entre revolução e contrarrevolução como a do pós-crise de 1929, por exemplo, é porque falta um partido revolucionário que esteja à altura das aspirações dos trabalhadores, ao contrário daqueles engendros neorreformistas que mencionávamos acima, que ainda refletem muito da ideologia da Restauração Burguesa. Portanto, a crise que estamos vivemos não é espiritual, nem uma crise da civilização ocidental tout court, e sim a crise da ausência, até o presente momento, de uma ação política consciente que liberte as forças produtivas da humanidadedos seus entraves capitalistas e, assim, abra caminho à plena realização potencialidades humanas. Ou, o que é sinônimo, a ausência de uma organização
revolucionária munida de uma estratégia para vencer, capaz de dirigir tal ação.

Um terreno muito fértil para a construção de tal partido é o movimento de mulheres, que tem transformado o oito de março em algo como um “primeiro de maio das origens”. Depois do movimento Ni Una Menos argentino, intelectuais feministas de vários países publicaram um manifesto chamando as mulheres à greve internacional no seu dia e por um feminismo dos 99%, um slogan que abstrai o conteúdo de classes, substituindo-o por uma formulação populista e numérica, mas é expressão da revolta de massas contra a desigualdade econômica. Recentemente, nossas hermanas argentinas demonstraram novamente a força que têm as mulheres quando lutam pelo direito democrático mínimo de escolherem sobre o próprio corpo lado a lado com os homens trabalhadores e com os métodos da luta de classes como assembleias, paralisações de fábrica, ocupações de escola, etc. Se vivêssemos 200 anos atrás, estaríamos em plena Restauração Bourbônica, mais exatamente a quatro anos da derrota da Revolução Francesa. Será que nós também pensaríamos que a democracia burguesa é uma utopia e que a monarquia de direito divino
é a ordem natural, eterna e imutável da sociedade? Crer que vivemos numa época de gradualismos, progressivos ou regressivos, e não de revoluções, não seria menos ingênuo.

 
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