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BOLSONARO
Escritora a Bolsonaro: “É essa a vida que promete às jovens mulheres brasileiras?”
Maré
Professora designada na rede estadual de MG
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Imagem: Reprodução/Globo

O livro mostrado e criticado pelo presidenciável reacionário Jair Bolsonaro em rede nacional na última terça à noite é de autoria da escritora francesa Hélène Bruller, foi traduzido para o português como Aparelho Sexual e Cia e publicado no Brasil pela Companhia das Letrinhas. A autora não esperava que a vociferação contra seu livro levaria a que ele fosse mais procurado.

Em entrevista para o El País, a autora do livro que constava no que Bolsonaro chamou de “kit gay” – que, na verdade, seria o Projeto Escola Sem Homofobia, que nunca foi implementado porque Dilma Rousseff vetou em 2011 – fala da importância da educação sexual na infância e adolescência, do que a motivou a escrever o livro, e infere os motivos que levaram o representante do maior reacionarismo possível hoje no Brasil a se preocupar tanto com a sexualidade a ponto de propor que esse tema seja extinguido de qualquer discussão em esfera pública.

A autora diz que, inconscientemente, Bolsonaro está divulgando seu livro, que não está mais disponível no Brasil. Pelo Twitter, a Editora Companhia das Letras declarou: “O livro citado na entrevista do JN foi publicado pelo nosso selo jovem. Infelizmente está fora de catálogo, mas nos orgulhamos da publicação”.

Em parte da entrevista, Bruller reflete sobre o quão nefasto é pras mulheres não ter garantido o direito à educação sexual na infância. Ela diz:

“E mais uma coisa: se ignoramos tudo, como podemos saber a diferença entre sexualidade e pornografia? Esse senhor, o Bolsonaro, nunca falou com mulheres sobre a experiência da sexualidade. Porque, do contrário, ele saberia que muitas jovens que foram casadas com homens sem ter qualquer informação sobre a sexualidade lamentaram essa união. Algumas se casaram com homens torpes, nunca conheceram o prazer ou sequer souberam que ele existe! Outras deixavam seus maridos realizarem certas práticas, como a sodomia, sem que elas necessariamente as desejassem. Tudo isso porque essas mulheres não sabiam que tinham o direito de dizer ‘não’. É essa a vida que o senhor Bolsonaro promete às jovens mulheres brasileiras? Socorro.”

E de fato: é essa a vida que Bolsonaro reserva às mulheres, aos LGBTs, à juventude no Brasil. Uma vida em que 4 mulheres morram por dia em decorrência de abortos clandestinos, que o número de grávidas adolescentes seja o sétimo maior da América do Sul, que as mulheres não tenham condições de exercer dignamente a maternidade, e que não possam viver plenamente suas vidas quando já têm filhos.

Uma enorme onda de manifestações acaba de passar pela Argentina, alcançando toda a América Latina, exigindo o direito ao direito ao aborto legal, seguro e gratuito, garantido pelo Estado e tratado como um tema de saúde pública, acompanhado de educação sexual nas escolas e pleno acesso a métodos contraceptivos de forma gratuita.

 
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