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BANCÁRIOS
[SP] Sindicato divide categoria e impede bancários de BB e Caixa de votar índice
Thais Oyola - bancária e delegada sindical da Caixa
Eduardo Máximo
Estudante da UnB e bancário na Caixa

SP: Sindicato dos bancários divide a categoria e impede bancários de BB e Caixa decidirem sobre o índice.

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A direção do sindicato de bancários de São Paulo junto ao comando nacional de negociação da categoria convocou assembleias em todo o país orientando que os bancários aceitem a proposta da Fenaban de reajuste de 5% que sequer repõe a inflação que os bancários sentem realmente no bolso. Em SP, que tem um peso determinante para a categoria nacionalmente, a direção do Sindicato (PT/CUT) já lançou mão de uma conhecida manobra: dividiu as assembleias, privando os bancários da Caixa e BB de poderem sequer se manifestar democraticamente sobre o índice de reajuste e as demais cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho. Essa manobra, que desperta a raiva e indignação da base, já foi usada anteriormente para impor o fim de greves contra a real vontade da base. Agora é usada para aceitar sem luta toda a chantagem da Fenaban.

A questão é que sequer organizaram os bancários com assembleias de base, tampouco implementaram um plano de luta para mostrar a força dessa categoria nacional que tem um enorme peso político. Participam de um teatro em que preferem negociar nas alturas e dizer que “arrancaram” uma grande negociação quando sequer contaram a verdadeira pressão da categoria organizada.

Neste período de negociação os bancários assistiram a um show de ameaças por parte da Fenaban que inicialmente queria impor um acordo de 4 anos recheado de ataques profundos, que mais serviu como chantagem para que agora o comando nacional compactue com mais um acordo de dois anos.

E não só, a Fenaban teve a desfaçatez de ameaçar até a PLR para as mulheres em licença maternidade mostrando o reacionarismo por parte dos banqueiros que, por um lado gastam milhões em propaganda pelo “empoderamento” das mulheres e por outro querem atacar as bancárias retirando seus direitos.

Porém a Fenaban recuou deste “requinte” no ataque aos direitos das mulheres, infelizmente, muito mais pelos abalos que renderia em suas campanhas publicitárias do que na organização da categoria, que tem um potencial de mobilização que a CUT, direção dos principais sindicatos do país, insiste em manter abafado e passivo.

O que as direções burocráticas destes sindicatos temem é justamente o que representa a força desta categoria: a organização de milhares de bancários. Dividem as assembleias impedindo essa organização e também temendo a possibilidade de que os bancários rejeitem a proposta rebaixada da Fenaban uma clara manobra para desmobilizar e boicotar a greve.

Os bancários da Caixa ainda terão que enfrentar um ataque ainda maior que está sendo naturalizado pela direção do sindicato. O acordo prevê que o plano de saúde dos bancários da Caixa que está sendo ameaçado pela resolução 23 da CGPAR do governo golpista tenha prazo de validade. No acordo o Saúde Caixa estaria “garantido” nos moldes atuais até 2021, mas tampouco valerá para os bancários que forem admitidos a partir da assinatura do acordo.
Sabemos que uma vez assinado fica mais difícil reverter os efeitos deste ataque da Caixa, além disso aceitaremos uma divisão onde os futuros trabalhadores deixarão de ter os mesmos direitos. Temos que nos apoiar no exemplo das professoras municipais que derrotaram Dória quando este queria passar a reforma do Sampaprev que, a exemplo do que querem fazer com o Saúde Caixa, criaria uma divisão entre os servidores municipais. As professoras mostraram nas ruas que é possível lutar e barrar os ataques.

Se aceitarem este acordo os bancários passarão mais 2 anos amarrados em um cenário político onde o golpismo se aprofunda com eleições sendo arbitrariamente tuteladas pelo poder judiciário, onde sequer está sendo garantindo o direito do povo decidir em quem querem votar. Sabemos que independentemente de quem for eleito cumprirá o papel de aprofundar os ataques aos trabalhadores e deixar de mobilizar a categoria bancária abre espaço para que avancem e abram caminho inclusive para a privatização da Caixa.

Sabemos que os bancários estão bastante insatisfeitos com essa proposta e que ao mesmo tempo estão descrentes com as direções burocráticas que enterram nossa mobilização. Precisamos que os trabalhadores tomem a luta em suas mãos, lotem as assembleias em todo país para rejeitar essa proposta e mostrar a força dessa categoria estratégica que pode ser um exemplo de luta e resistência contra o golpe e os ajustes.

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Imagem: Gabriel Silva.

 
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