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DEMISSÃO EM MASSA
Novamente LATAM demite em massa e mais 1300 aeroviários são vítimas da nefasta terceirização
Romeu Montes, aeroviário de Guarulhos
Mauro Arcanjo - Aeroviário de Congonhas - SP

Nessa segunda-feira, 20, em Guarulhos – SP e no Galeão - RJ, a companhia aérea LATAM – antiga TAM – anunciou mais de 1300 demissões (cerca de 1000 em GRU e 300 em GIG) como parte do plano de terceirização das operações, mostrando novamente ser adepta do lado mais cruel da reforma trabalhista e da lei de terceirização, simplesmente descartando trabalhadores, levando suas famílias para o drama do desemprego.

**Inicialmente, os números divulgados pela empresa eram de 850 demitidos, porém, em comunicado ao sindicato foi atualizado para um número muito maior, sendo 1300 trabalhadores cortados

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Como já vínhamos denunciando aqui, as empresas aéreas estão pouco se lixando para os trabalhadores que lhes forneceram lucros exorbitantes nos últimos anos, e a LATAM não foge dessa que é uma regra na aviação. E é ainda pior. Se levamos em conta que a maioria dos trabalhadores demitidos foi os que possuem os menores salários e desempenham as funções mais precárias: toda a equipe de limpeza e a equipe de manuseio de bagagens e cargas.

A equipe de limpeza, formada por uma imensa maioria de mulheres na faixa dos 30 a 40 anos, já sofria com os piores salários e com a falta de pagamento do adicional de 30% de periculosidade, obrigatório por lei.

À equipe de rampa, na maioria jovens aptos a exercer o trabalho duro e braçal exigido para a função, também lhe restava as piores condições. Sob sol ou chuva, a escala desumana de 6x1 não garantia bons salários, apesar de literalmente levarem a empresa nas costas e garantirem os voos no horário, além dos grandes lucros.

A sanha dos capitalistas da LATAM por mais e mais lucros simplesmente resultou no fim desses 2 setores. Um ataque sem precedentes rumo à terceirização, já que o processo de substituição anunciado se completa na contratação da empresa prestadora Orbital, que obviamente oferece esses serviços pagando salários e benefícios ainda menores.

Também há notícia que a LATAM praticamente fez leilão com os empregos em troca de menores custos que ofereciam as empresas terceirizadas, disputando centavo por centavo os contratos milionários. A empresa vencedora foi a que na corrida capitalista ofereceu o serviço de limpeza das aeronaves gratuitamente durante 1 ano para a LATAM. Uma competição onde trabalhadores efetivos e terceirizados pagam como se fossem números, não vidas responsáveis por mais de 1.300 famílias.

Junto com o anúncio das demissões, veio o pedido “encarecido” da empresa para que as trabalhadoras e trabalhadores cumpram uma espécie de “aviso prévio”, trabalhando até dia 1º de setembro. Um certo requinte de crueldade, considerando que esse “pedido” foi para que a operação continuasse até que a empresa terceirizada estivesse em condições de atender normalmente os voos, com seus funcionários já treinados, porém mais precarizados.

Com medo de uma radicalização dos trabalhadores até o dia 1º de setembro, a empresa já convocou funcionários de outras bases como Congonhas e até de Brasília para suprir provável “corpo mole” ou paralizações. Esses funcionários têm a ingrata tarefa de furar as ações dos demitidos com a ilusão de que assim salvarão seus empregos, mas está claro: também serão terceirizados em poucas semanas!

Por isso é fundamental que os trabalhadores se organizem em defesa do emprego e contra o processo avassalador da terceirização implementado pelos patrões, que gozam dos lucros e com o suor que os trabalhadores fornecem a cada dia.

É urgente que nos organizemos para enfrentar esse ataque aos empregos, nos reunindo e nos auto-organizando para traçar planos de defesa dos empregos!

O sindicato dos aeroviários, por sua vez, deve organizar o mais rápido possível assembleias e reuniões abertas para demitidos e empregados para votarmos um plano de resistência contra as demissões e construir uma greve na aviação com caráter urgente, chamando os demais setores como aeronautas e funcionários das demais empresas como GOL, AZUL e Avianca, já que esse processo é geral na aviação do país, e também no mundo, como a greve de pilotos da Ryanair, dos aeroviários e aeronautas da própria LATAM no Chile, da Lufthansa na Alemanha e AirFrance na França. Ou seja, no mundo todo os trabalhadores deste setor estratégico já mostraram suas forças para impedir estes tipos de ataques a nossos direitos.

Se não nos levantamos imediatamente para barrarmos, confiando nas nossas próprias forças, outras milhares de demissões estão por vir, e enquanto isso, os patrões apenas jogam com nossas vidas, assim como aqueles que especulam números numa casa de apostas.

 
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